2° dia – SPELLO a TREVI - 19 quilômetros “Toda a natureza é uma harmonia divina, sinfonia maravilhosa que convida todas as criaturas a que acompanhem sua evolução e progresso.” (Tsai Chih Chung) Como não poderia deixar de acontecer, garoou durante a noite e às 6 h e 30 min, quando partimos, encontramos o piso molhado em alguns locais. Deixamos a cidade pela Porta Consolare e acessamos uma rodovia asfaltada e sem acostamento, por onde caminhamos 6 quilômetros, até que adentramos em Foligno, onde fizemos uma pausa num bar, para tomar café e ingerir um croissant. Depois, seguimos em direção ao centro da cidade e ali passamos algum tempo fotografando as igrejas e monumentos. Deixando a cidade de Spello já com sol... Com cerca de 56 mil habitantes, Foligno é um importante entroncamento rodo-ferroviário, possuindo oficinas de reparação dos trens italianos, tendo sido objeto de severos bombardeios na 2ª Guerra Mundial, porém, atualmente, é uma cidade moderna, com muitas industrias têxteis, metalúrgicas, de açúcar, papel e madeira. Conserva, no entanto, importante acervo medieval. Foi fundada pelos umbros, provavelmente, no século VIII a.C, tendo sido conquistada pelos romanos no ano 295 a.C, recebendo o nome de “Fulginiae”, em homenagem à deusa Fulginia. Esta cidade era um importante mercado nos dias de Francisco e foi para lá que ele se dirigiu em 1205, com os fardo de tecidos que pegara na loja do pai. Com o dinheiro pretendia começar a restaurar a igreja de São Damião. Na praça, em frente a catedral, Francisco vendeu os tecidos e retornou contente para Assis. Mas sua alegria teria vida curta, tão logo seu pai ficou sabendo do ocorrido. A igreja de São Feliciano (1291) em Foligno. Então, percorridos 12 quilômetros, adentramos à direita e acessamos uma agradável estrada de terra que, face à sua cobertura arbórea, em alguns locais, continha muita lama e imensas poças de água, que fomos suplantando com paciência. Mais adiante, voltamos a caminhar em piso duro e transitamos por várias bairros periféricos, que ainda pertenciam a Foligno. Quase no final da jornada, avistamos Trevi, nossa meta para aquele dia, encarapitada no topo de uma colina. Então, no trecho derradeiro, enfrentamos um íngreme ascenso, o único obstáculo desse percurso, porque o restante do trajeto foi trilhado por uma imensa planície. Algumas fotos do percurso desse dia: Finalmente, caminhanco no campo, sobre terra. Trevi, fundada pelos romanos, foi uma importante comuna ao logo da via Flamínia, porém, com a queda do império romano, a cidade foi sendo cristianizada pelo bispo Emilianio, sendo que, posteriormente, ela foi ocupada pelos longobardos e incluída no Ducado de Spoletto. Durante a idade média, Trevi foi administrada por Foligno e Spoleto, e sua deficiência militar e administrativa continuou até o séc. XVI. Após longa administração por vários lordes (Trinci, Michelotti, Sforza), Trevi tornou-se parte do Estado Papal e permaneceu sob sua dominação, exceto no curto período de Napoleão Bonaparte, até 1860. Embora minúscula, a cidade não decepciona aqueles amantes das artes e história antiga, com seus casarios e ruelas bem ao estilo medieval. As casas enfeitadas e desalinhadas a seu modo, são, de toda sorte, o retrato da época, apresentando muitas flores e vasos a adorná-las. Como a maioria das cidades medievais da região, ela está localizada numa colina, de onde se avista uma ampla planície coberta por oliveiras. Por sinal, a produção do azeite é a principal fonte de renda da cidade. A qualidade do solo no qual as azeitonas são plantadas, bem como a excelente drenagem, fazem com que o azeite produzido nesse município seja de ótima qualidade. População: 7.700 habitantes. Uma das charmosas ruas de Trevi. RESUMO DO DIA - Clima: Nublado, depois, ensolarado, variando a temperatura entre 5 e 15 graus. Pernoite: Hotel Alberto Il Terzieri: Excelente! – Apartamento individual - Preço: 30 Euros. Almoço: no restaurante do próprio hotel - Preço: 15 Euros. AVALIAÇÃO PESSOAL – Uma jornada de pequena extensão e, praticamente, salvo a parte final, toda plana. Essa foi, sem dúvida, a etapa mais fácil e tranquila dentre todas as que enfrentamos na Itália. Porém, dos quilômetros percorridos, seguramente, oitenta por centro foi sobre piso duro. No global, encontramos um trajeto belo e sereno, mas que pudemos usufruir por inteiro, somente depois que ultrapassamos a parte urbana da cidade de Foligno. |
Home > Caminho de Roma - Itália >