4º dia – PEDRINHAS (GUARATINGUETÁ/SP) a APARECIDA/SP – 21,7 quilômetros “Perder a fé e a esperança é o primeiro passo rumo à derrota. Nas dificuldades, acredite, lute e sonhe!” Combinamos sair bem cedo, pois todos retornaríamos aos nossos lares naquele mesmo dia. Assim, às 4 h 20 min, pudemos ingerir um desjejum supimpa, especialmente preparado pela incansável Dona Maria. Bem alimentados e após efusivas despedidas, demos início à jornada daquele dia. Como ainda tudo estava muito escuro, ligamos nossas lanternas portáteis e seguimos adiante confiantes. Esse trecho, praticamente, não contém obstáculos altimétricos, de forma que empreendemos um excelente ritmo de caminhada. E após a tumultuosa passagem pela cidade de Potim, ultrapassamos o rio Paraíba do Sul por uma ponte, e logo adentrávamos ao fantástico Santuário de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Algumas fotos dessa etapa: O dia lentamente amanhece... A fabulosa serra da Mantiqueira vai ficando à nossa retaguarda.. Nesse trecho, já em sobre asfalto, o Calixto e o Vinícius caminham à minha frente e ditam o ritmo. Igreja Matriz de Potim, dedicada ao Bom Jesus. Finalmente, na Casa da Mãe Aparecida! Obrigado Nossa Senhora, pelas bençãos recebidas. Momento festivo da chegada! Vinícius, Calixto e eu. RESUMO DO DIA - Tempo gasto desde a Pousada do Sr. Agenor até a Secretaria da Basílica de Aparecida/SP: 04 h 04 min - Clima: frio e úmido, no início da jornada. Depois, ensolarado, com temperatura variando entre 16 e 25 graus. Pernoite no Minoru's Hotel – Apartamento individual razoável – Preço: R$80,00 AVALIAÇÃO PESSOAL – Uma etapa tranquila e, praticamente, toda plana. Porém, os derradeiros 9 quilômetros, feitos sobre asfalto, bem como a passagem pela cidade de Potim, deixam o caminhante desanimado, irritado e toda a animação se desvanece, por conta da falta de acostamento, do lixo espalhado pelas ruas, calçadas estreitas, trânsito caótico, cães vadios perambulando a esmo, etc.. Porém, a chegada à casa da Mãe Aparecida é emocionante, e compensa qualquer sacrifício. Para visualizar essa trilha, gravada no Wikiloc, acesse: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/agenor-a-aparecida-21542500 Meu 8º Diploma do Caminho da Fé, que guardo com muito orgulho! Sobre o percurso desse dia, o peregrino, ator, dramaturgo, diretor teatral e professor de dramaturgia, Calixto de Inhamuns, cronicando, assim se expressou no Facebook, e, com sua autorização, compartilho seu texto, para deleite de meus irmãos peregrinos: Ontem, sexta-feira, dia 15.12.2017, foi o último dia da minha caminhada. Objetivo cumprido. Andei os 333 quilômetros de Águas de Prata, São Paulo, passando por várias cidades mineiras, subindo e descendo a Mantiqueira, até chegar à cidade de Aparecida, São Paulo. Foi um dia tranquilo onde, como motivação, eu, Oswaldo Buzzo e o Vinícius Souza, resolvemos aproveitar o caminho mais ou menos plano e conseguir estabelecer a velocidade de 5 km por hora. Conseguimos: 22,15 km, em 4h18m, média de 5,2 km por hora. Isto para o Oswaldo Buzzo, aquele que não dorme para acordar mais cedo, também conhecido como o camelo de subidas e descidas da Mantiqueira, pés alegres... Epa!... Este negócio de “pés alegres” deixa quieto, pois lembra o Bernard que tinha alegria nos pés, segundo Felipão, no fatídico 7x1... Basta falar que o homem é fera. Claro, não na sua plenitude, afinal, dois meses atrás fez uma cirurgia complicada nos pés. Agora, eu e o Vinícius Souza, mais paciência, né? Eu, um senhor de idade, e ele um bebê chorão que para toda hora pra imitar os passarinhos, ficamos orgulhosos do nosso feito, claro. O maravilhoso das caminhadas, sem comentar a questão da fé que é individual e diferente em cada um, é que além de ser um esporte relativamente barato e não tão agressivo como correr ou jogar bola, você pode conhecer pessoas maravilhosas. Nesta caminhada conheci a Cris Sakauie, Helena Shiomi, Vinicius Souza e o Oswaldo Buzzo que me orientou, através do seu site, na minha primeira caminhada, na segunda e nesta. Na primeira caminhada, no penúltimo dia, três anjos aparecerem em minha vida: Léo Araújo, Paulo Choquetta e Rosemeire Conceição, uma guerreira de fé e força e, sem a amizade e o carinho deles, com os meus pés estropiados não teria chegado ao fim. Claro, sem contar as cachaçadas e as cervejadas dos dois pecadores. A segunda caminhada fiz com o Alberto de Abreu e nas lembranças ficaram o Moacir, menino bom de Santa Rosa do Viterbo, que perdi o contato. Quando você anda em dupla ou em uma turma de amigos, precisa de atenção, pois temos nossas manias, segredos, a gente se fecha mais e perde oportunidades de aprofundar as amizades. Ah, as pousadas e os anjos que tomam conta delas... Dona Elza, em Consolação; seu Antônio, em Sapucaí Mirim; o João e a Joelma, no Bairro da Barra, de Ouro fino: O Fabiano e a Flávia, da Pousada Poka, em Estiva; Dona Inês, de Luminosa; a família da Pousada do Agenor, o próprio, a Dona Maria e a Elen Cristina Rodrigues Alves... Meus Deus como estas duas fazem saladas maravilhosas! Sem falar nos pequenos encontros onde um copo de água é oferecido, uma palavra de conforto é ouvida, uma história marca o seu coração... Ah, o coração... Caminhem sempre com generosidade no coração e os generosos lhe ajudarão pelos caminhos. |