7 – PINDAMONHANGABA a APARECIDA - 32 quilômetros

7 – PINDAMONHANGABA a APARECIDA - 32 quilômetros

"Assim como você não sai de casa sem lavar o rosto, você não deveria começar o dia sem pelo menos dez minutos de prática sagrada: oração, meditação, leitura inspiradora." (Marianne Williamson)

Acordei lépido e animado, afinal, nesse dia encerraria mais uma caminho, com direito a me reencontrar com a sagrada imagem de Nossa Senhora de Aparecida.

Programamos, a Sônia e eu, sair às 4 h 30 min e um pouco antes desse horário já estávamos no refeitório do hotel ingerindo um supimpa copo de café quente e cheiroso.

Partimos em seguida, por locais desertos e frios, mas a fé nos guiava em direção ao nosso objetivo do dia.

Percorridos 1.300 metros, por uma Avenida levemente ascendente, nos enlaçamos novamente com o traçado da Rota.

Prosseguindo, caminhando sempre por calçadões laterais à movimentada avenida que nos ladeava.

O clima frio, com temperatura na casa dos 15 graus, nos incentivava a seguir adiante e após caminhar 5.600 metros, acessamos a Estrada Antiga Rio – São Paulo.

O trânsito de veículos, antes calmo, foi recrudescendo e passamos sufoco, porque em seu primeiro trecho, a rodovia não possui acostamento.

Seguindo em frente sem medo, depois de 14 quilômetros percorridos, passamos pelo centro do distrito de Moreira César, um distrito do município de Pindamonhangaba, localizado a leste da cidade. 

Peculiar escultura fincada na principal rotatória que dá aceso ao distrito de Moreira César.

Com mais de 40 mil habitantes, segundo a última pesquisa, é considerado um dos maiores distritos do Estado de São Paulo, e detém uma economia maior que a média das cidades brasileiras, apesar de não ser um município.

A data oficial de sua criação foi em 1889, ano no qual Moreira César foi nomeado como bairro.

Seus primeiros exploradores passaram por estas terras no século XVI, paulistanos em busca de uma nova rota pelo leste para a cidade do Rio de Janeiro, trilhando assim a antiga rodovia Rio - São Paulo.

Há registro que por volta da década de 10, do século XIX, existia uma venda na onde hoje se situa o bairro das Taipas.

Ela também funcionava como um tipo de pousada, para os viajantes que percorriam todos os 446 quilômetros entre as duas províncias.

Por volta do ano de 1880 se instalou um posto telegráfico em Nhanbuí, já que nessa época o meio de comunicação mais viável era a telegrafia.

Com esse fato, fazendeiros que habitavam naquelas terras, lutavam para a criação de uma estação férrea para que os moradores pudessem usufruir do transporte comum a eles.

Por fim, a inauguração da estação ocorreu em 7 de janeiro de 1889, data que ficou conhecida o nascimento oficial desse enclave, que nesse mesmo dia mudou seu nome para Bairro de Moreira César.

Faltam 17 quilômetros para a chegada...

Ultrapassado esse patamar, pelas graças divinas, o tráfego de veículos decaiu para menos de 10% em relação àquele que vínhamos enfrentando e pudemos seguir adiante, finalmente, em paz.

E logo passávamos diante de uma placa que nos avisava que Aparecida, nossa meta, estava distante 17 quilômetros.

Cada vez mais perto...

Isto nos infundiu novo ânimo e sem maiores dificuldades, visto que a estrada é toda plana e contém acostamento, após mais duas horas de intenso esforço físico, transitamos diante de uma outra placa que nos inteirava restarem 4 quilômetros até a Basílica de Aparecia.

Meia hora mais tarde, já na avenida de acesso ao centro da cidade, um fato auspicioso: emocionados, pudemos contemplar ao longe, a enorme Basílica de Aparecida, distante uns 2 quilômetros.

A fantástica visão infundiu novo ânimo em meu espírito, propiciando-me seguir alvissareiro e jubiloso. 

Quase lá!!

Na azáfama da chegada, as dores e o cansaço foram esvaecendo e, radiante, galguei os últimos degraus de acesso à igreja, e adentrei ao Maior Templo Mariano do Mundo, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

Diante da imagem milagrosa ali exposta, lágrimas de felicidade e agradecimento foram vertidas, sob intensa comoção.

Não cessava de louvar a Santa pelo sucesso de minha peregrinação, mais uma vez realizada sem percalços ou intercorrências de qualquer natureza.

Gratidão, Mãe Aparecida, por mais esta vitória!

Aproveitando o ensejo, declinei, perante ela, o nome de todas as pessoas que me ajudaram durante a jornada e, também, o daquelas que haviam me incumbido de trazer suas preces à Virgem milagrosa.

Findas estas, dirigi-me à Secretaria da Basílica e ali, feliz e orgulhoso, recebi meu Certificado de Conclusão da Rota da Luz.

Momento, também, de confraternizar e agradecer à peregrina Sônia pela companhia e alento durante a “viagem”.

Obrigado, peregrina Sônia, pelo apoio e companhia durante a "viagem".

Minha companheira, por compromissos familiares, em seguida, tomou o ônibus de volta a sua residência.

Eu, porém, coração exultante, deixei o complexo religioso e hospedei-me no Minoru's Hotel, para um reconfortante e merecido repouso.

No dia seguinte assisti às missas dos horários 7 h e 9 h, onde eu, juntamente com outros romeiros ali presentes, fomos homenageados.

E, à tarde, retornei ao meu “lar-doce-lar”.

Momento de comemorar e agradecer o final de mais um Caminho!"

RESUMO DO DIA:

Tempo gasto, computado desde o Hotel Vitória, em Pindamonhangaba/SP, até a Basília de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida/SP: 5 h 47 min

Clima: frio de manhã, ensolarado, após as 9 horas, com temperatura variando entre 14 e 23 graus.

Pernoite no Minoru's Hotel, em Aparecida/SP – Apartamento individual excelente – Preço: R$90,00

Almoço no Restaurante Imperador Grill - Excelente! – Preço: R$29,90 o Kg, no sistema Self-Service.

IMPRESSÃO PESSOAL: Essa etapa derradeira foi monótona e de extrema aflição, vez que toda ela trilhada em asfalto e sem belezas naturais. Nessa toada, caminha-se o tempo todo apreensivo com a segurança pessoal, porque o fluxo de veículos é intenso e produz inquietação. Também, o barulho ininterrupto vivenciado no percurso faz com que nossa atenção volte-se permanentemente para o exterior, desaparecendo, por conta disso, toda a introspecção e tranquilidade desfrutadas nas jornadas pretéritas. Apesar disso, a certeza da chegada ao nosso objetivo nos fortalece, mas, também nos angustia. Afinal, são os últimos momentos no Caminho e, por isso mesmo, tormentosos e desgastantes. Mas, ao mesmo tempo, inesquecíveis e de frenética emoção.