2º dia: BARRA (ANDRADAS)/MG a SANTA RITA DE CALDAS/MG – 33.800 metros

Um padre é de quem precisa dele, a qualquer hora do dia ou da noite, pois Deus não é assim conosco e nós padres não somos seus representantes?” (Monsenhor Alderigi Torriani)

O trajeto seria longo e cansativo, dessa forma levantei bem cedo e às 3 h 30 min, eu tomei o café que, apesar do horário inoportuno, gentilmente, a Joelma preparou.

Animado e refortalecido, após despedidas fraternas, exatamente, às 4 h, dei início a minha jornada.

O trecho inicial, todo em forte ascenso, depois de percorrer 4 quilômetros, me levou a transitar pelo topo do morro, quando o dia, finalmente, clareou.

A me ladear, imensas plantações de café e, de ambos os lados, grandes serras davam o toque no horizonte.

O clima se manteve fresco e ventoso, agradável para caminhar e o aclive se prolongou, indefinidamente, porém de forma moderada.

De qualquer forma, esse é o trecho de maior dificuldade de todo o percurso, face ao ascenso prolongado e, em alguns trechos, de forte inclinação.

Assim, percorridos 9 quilômetros em bom ritmo, transitei pelo distrito de Campestrinho, cuja sede é Andradas.

No local, fiz uma pausa para fotografar a linda igrejinha que ali existe, dedicada a Nossa Senhora Aparecida.

Segundo li, pois o templo se encontrava fechado, a imagem da padroeira é de tamanho médio, de barro maciço e chegou na comunidade dia 8 de setembro de 1936, trazida de Aparecida/SP, na “garupa” de um cavalo.

Rapidamente, cumprimentei algumas pessoas que se movimentavam pela simpática vila, depois prossegui em frente, inicialmente, em fortíssimo declive.

Contudo, após ultrapassar um ribeirão por uma ponte, enfrentei outro duro e longo aclive, porém, quando cheguei ao topo da serra, ainda prossegui em ascendência, contudo, de forma mais comedida, entre imensos campos de pastagem.

Percorridos, exatos, 13 quilômetros, eu atingi a altitude de 1442 m, o ponto de maior altimetria desse Caminho.

Ali, numa bifurcação, eu tomei à direita e, quase de imediato, o roteiro seguiu deserto, silencioso e sempre em forte declivência.

Nesse trecho ermo eu transitei entre extensos cafezais, depois caminhei sob a fronde de um bosque nativo e, mais abaixo, prossegui em descenso pelo interior de um eucaliptal.

No final de um fortíssimo e acidentado declive, acabei por sair numa larga estrada de terra, por onde prossegui ainda em leve descenso.

Percorridos 19 quilômetros, passei pelo bairro São José da Prata, pertencente ao município de Santa Rita de Caldas, onde fotografei uma bela igrejinha, cujo padroeiro é São José.

Dois quilômetros à frente, fiz uma pausa para descanso, hidratação e ingestão de uma banana, já no bairro Pião, quando ainda restavam 14 quilômetros para encerrar a jornada.

Ao deixar o local, pude fotografar a bela capelinha existente nesse enclave, cujo padroeiro é Santo Agostinho.

O trecho sequente, todo plano e percorrido sobre larga estrada de terra me levou, depois de 6 quilômetros, a me enlaçar com uma rodovia vicinal asfaltada e sem acostamento, onde girei à esquerda e prossegui determinado.

E foi por ela, depois de caminhar ainda mais 8 quilômetros que aportei diante da igreja matriz de Santa Rita de Caldas, em cujo interior está sepultado o corpo do Servo de Deus Alderigi, minha meta para esse dia.

Algumas fotos dessa etapa:

O sol nascendo..

Caminhando pelo topo da serra.

 O ascenso prossegue...

A bela igreja existente no distrito de Campestrinho.

Ainda em ascenso...

Quase no topo do morro.. dia nublado.

Nessa bifurcação, o caminho segue à direita e fica extremamente ermo...

Em forte descenso... caminho solitário.

Natureza fantástica, à minha esquerda...

O descenso prossegue...

Caminhando pelo interior de mata nativa.

Igrejinha do bairro São José da Prata.

Pausa para descanso no bairro Pião..

Igrejinha existente no bairro Pião.

Trecho aberto, agradável e em franco descenso.

Trecho lindo e sombreado, pouco antes de desaguar na rodovia.

Chegando à igreja matriz de Santa Rita de Caldas.

Túmulo do Monsenhor Alderigi, localizado no interior da igreja matriz de Santa Rita de Caldas.

RESUMO DO DIA - Clima: Nublado e ventoso no início, depois, ensolarado, variando a temperatura entre 15 e 24 graus.

Pernoite: Hotel Granville – Apartamento individual Ótimo! Preço: R$70,00;

Almoço no Restaurante do Biguá e Dona Fiinha: Excelente – Preço: R$20,00, pode-se comer à vontade no sistema self-service.

AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma jornada de grande extensão e com uma forte aclividade a ser vencida nos 13 milhas iniciais. Sendo que o trecho mais ríspido se situa entre o distrito de Barra e o de Campestrinho. No entanto, um trajeto de excelsa beleza, mormente quando se caminha pelo topo do morro, com vistas espetaculares a ladear o peregrino. O descenso pelo lado oposto, também, exige bastante dos membros inferiores. O bairro Pião oferece uma boa estrutura de comércio e, estrategicamente, é um ótimo local para descanso. A lamentar, apenas, os 8 milhas finais, trilhados sobre piso asfáltico, por uma rodovia que não contém acostamento e apresenta um expressivo tráfego de veículos. No global, tirante o percurso derradeiro, sobre piso duro, outra etapa de magníficas paisagens, plena de locais propícios à introspecção e reflexão.