8º dia – DISTRITO DE PEDRINHAS/GUARATINGUETÁ/SP a APARECIDA/SP - 22 quilômetros
Finalmente, chegávamos à derradeira etapa e para não fugir à regra, acordamos às 4 horas da madrugada.
O desjejum foi servido, pontualmente, no horário combinado pela Dona Maria, valorosa guerreira e uma verdadeira mãe de todos peregrinos que ali pernoitam.
E ela também nos acompanhou na oração do grupo que, como na primeira jornada, foi capitaneada pelo “Capelão” Joel (Léca).
Refortalecidos fisicamente e na fé, partimos às 5 horas para cumprir uma jornada curta e plana, em cujo final, adentraríamos ao templo da Mãe Aparecida.
Caminhamos 1.500 metros sobre asfalto, porém, após a passagem pelo distrito de Pedrinhas, seguimos à direita, em larga e empoeirada estrada de terra.
Fazia frio, temperatura ao redor de 11 graus, e havia muita cerração no entorno.
Nesse percurso derradeiro o grupo se manteve coeso, caminhando sempre em conjunto, algo muito belo e inesquecível.
Primeira pausa para hidratação.
Aproximadamente, 5 quilômetros à frente, encontramos nosso “carro de apoio” e fizemos uma pausa para hidratação e ingestão de frutas.
Prosseguindo, a caminhada seguiu prazerosa e sem maiores dificuldades, porque feita sobre um tabuleiro, tamanho o planalto que nos acolhia.
Muita cerração no entorno...
Sem intercorrências, já transitando sobre asfalto, quase na entrada da zona urbana de Potim, reencontramos nosso “carro de apoio” e tivemos tempo de sobra para ingerir nosso derradeiro “café da manhã” na trilha.
A alegria e a descontração era geral, impossível não rir ou passar imune a algum tipo de gozação.
Pausa para nosso derradeiro "café da manhã" na trilha...
Já me sentia enturmado e íntimo dos valorosos companheiros itatibenses, dos quais guardarei eternas lembranças.
Prosseguimos firmes e confiantes até fazer nova pausa diante da igreja matriz de Potim, cujo padroeiro é Bom Jesus.
Poderá parecer incrível, mas em todas as jornadas anteriores jamais havia encontrado tal templo com as portas abertas.
Interior da igreja de Bom Jesus, em Potim/SP.
Assim, aproveitei a oportunidade e pude adentrar ao santuário, bem como fotografar seu interior.
O grupo, compenetrado, posou para uma foto em conjunto, nas escadarias da igreja, feita por um passante que aceitou bravamente o convite para eternizar nossa confraternização.
O grupo unido, posa diante da igreja matriz de Potim/SP.
Prosseguindo, acessamos uma antiga ponte de concreto, por onde transpusemos o rio Paraíba do Sul, com bastante tranquilidade, pois nela só trafegam pedestres.
Dali pudemos avistar no horizonte, à frente, a Basílica da Mãe Aparecida.
Sentíamos cada vez mais próximo de nosso objetivo, e ao ver aquele maravilhoso conjunto, eu não me contive, e fui tomado de intensa comoção.
Afinal, nós estávamos reprisando naquele solo sagrado, com suor e lágrimas, os passos de milhões peregrinos que ali passaram também emocionados pela eminente chegada, algo que me fez vibrar de alegria.
Definitivamente, a vitória estava a poucos metros, e não era uma sensação inteiramente prazerosa, pois vencendo ou não, o final de toda peregrinação será sempre agridoce.
Prosseguimos por uma larga avenida, transitando por calçadas esburacadas e trânsito caótico, até aportar, finalmente, às 9 h 30 min, diante da Basílica de Aparecida.
Em procissão, carregamos nossa "Santinha" para rever a Mãe Aparecida.
Ali foi eternizada a foto “oficial” do grupo, depois, carregando a imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida, que nos acompanhou durante toda a viagem, fizemos uma procissão em direção ao Santuário.
Na sequência, nós contornamos o templo pelo lado leste, depois subimos uma escadaria.
Então, adentramos num comprido mezanino dividido por corrimões de metal.
Naquele local, as pessoas se apoiam, e dirigem o olhar para cima, em direção a uma imensa redoma de vidro temperado.
Momento de muita emoção, ao rever a Mãe Aparecida!
E, então, me deparei com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Foram momentos deliciosos, e sob forte emoção, pois ali pude expressar toda a minha gratidão pela jornada realizada, bem como encaminhar, pessoalmente, os pleitos que levava elencados em meu coração, desde a minha partida em direção ao Caminho.
Na sequência, descendemos pelo lado oposto e ali, num local arejado, fizemos a derradeira oração em grupo.
Palavras conscienciosas foram proferidas pelo nosso Mestre Furlan, sendo impossível não se emocionar.
Ao final da reza houve uma confraternização geral, com abraços e palavras de júbilo, e foi inexequível conter as lágrimas.
Dejair, Marcelo, Leca, Ademir, Antônio, José Palmeiras, Renato, Furlan e eu. Missão Cumprida!!
Afinal, estávamos partilhando espaços e refeições durante oito dias, assim, a amizade do grupo fora crescendo.
Então, este derradeiro momento em Aparecida teve a tristeza das despedidas, porque o pessoal de Itatiba se hospedaria num hotel da cidade e retornaria às suas residências no dia seguinte.
Eu, no entanto, por compromissos particulares, regressaria na mesma data.
Ainda assim, tive tempo para assistir à missa das 12 horas, onde pude comungar e agradecer novamente a minha Mãe Maria pelas graças auferidas.
E à tarde, retornei ao meu doce lar.