“O riso é eterno, a imaginação não tem idade, os sonhos são para sempre.” (Walt Disney)
Partimos às 4 h 30 min, da Pousada Canto de Minas, onde estávamos hospedados, e seguimos por bairros periféricos, no sentido leste e sob o conforto da iluminação urbana.
Percorridos 3.500 metros, sob um clima fresco e já com o dia claro, encontramos a MG-459, que segue em direção à cidade de Monte Sião, e prosseguimos sobre piso duro, pelo acostamento da rodovia, no sentido inverso ao tráfego de veículos.
Seis quilômetros caminhados, chegamos ao bairro Ponte Preta, então, nós giramos à direita e acessamos uma larga estrada de terra, por onde prosseguimos animados e confiantes.
A conversa estava boa e continuou rendendo boas risadas, enquanto seguíamos em frente, agora, ladeamos vastas pastagens, onde a tônica era a criação de gado leiteiro e de corte, entremeado com imensos cafezais.
Depois de transitar pelo bairro Fazendinha, no 12º quilômetro nós passamos diante da entrada para o Hotel Fazenda Menino da Porteira, localizado 500 m à nossa esquerda, porém, não constava de nossos planos visitar tal estabelecimento, embora soubéssemos de sua fama.
Segundo o site, a Fazenda Menino da Porteira recebe famílias a mais de 14 anos e já foi premiada várias vezes pelo Guia Abril 4Rodas como um dos melhores hotéis fazenda do Brasil para crianças.
Ele foi implantado a 25 anos em uma tradicional fazenda cafeeira, local onde uma família de imigrantes italianos se instalou em Ouro Fino, no extremo sul de Minas, em uma área de 140 hectares, dos quais 40 são reserva da Mata Atlântica.
Na propriedade estão presentes quatro nascentes, uma rica fauna com várias espécies de plantas, onde se pode observar uma grande variedade de animais silvestres.
Ao longo dos anos a pequena propriedade agrícola de administração familiar foi aos poucos se adaptando para receber amigos e compartilhar os valores da vida no campo.
Hoje, além do turismo rural, explora cafeicultura de qualidade, projeto de piscicultura e ensaios para produção de uvas de mesa e azeite.
No local, os hóspedes são recebidos pelo Jose Américo, pela Ângela e pelo Toninho, sempre com a costumeira cordialidade dos mineiros dessas bandas, sendo que os proprietários moram na Fazenda e participam ativamente das atividades do hotel.
O local paradisíaco e muito recomendado, bem que merecia uma visita, no entanto, o Vinícius e eu estávamos pressionados pelo fator tempo, posto que retornaríamos às nossas residências ainda naquela data.
Assim, após uma pausa para fotos e contemplação do entorno, prosseguimos em frente.
Percorridos 15 quilômetros, nós transpusemos a rodovia MG-249, que liga Ouro Fino a Jacutinga, e passamos muito próximo da entrada para a Escola Esperança e Vida, situada no bairro São Pedro, de grande relevância filantrópica, pois atua como um abrigo de menores órfãos ou vítimas de maus tratos, em caráter voluntário, sem fins lucrativos, há quase 20 anos.
Após uma pequena pausa para conferir minhas botas, seguimos adiante por uma plana estrada de terra, situada em meio a cafezais, e percorridos 19 quilômetros, nós adentramos ao distrito de Crisólia, cuja sede é Ouro Fino. e ali fizemos uma pausa numa padaria para tomar café e ingerir um gostoso salgado.
Retemperados, acessamos um trecho do Caminho da Fé, meu velho conhecido, e seguimos em forte ascenso até o 23º quilômetro, depois, já em zona urbana, passamos a descender e no final, após fotografarmos a portentosa escultura do Menino da Porteira, retornamos ao local de nosso pernoite.
Então, após o banho e um delicioso almoço, embarcamos num ônibus e regressamos aos nossos lares.
Finalizando, um agradecimento especial ao Vinicius que, novamente, dividiu a trilha comigo e com seu vigor físico aliado a um eloquente otimismo, muito concorreu para deixar nossa imersiva e ecológica caminhada, mais festiva e agradável.
Algumas fotos do trajeto desse dia: