2º dia: WENCESLAU BRAZ ao BAIRRO CHARCO (DELFIM MOREIRA) – 16 QUILÔMETROS
“A gratidão é uma das emoções humanas mais poderosas. Uma vez expressa, muda a atitude, ilumina a perspectiva e amplia nosso horizonte.” (Germany Kent)
Seria uma jornada de diminuta extensão, porém, sempre em forte e perene ascensão.
Dessa forma, sem pressa, tomamos café que gentilmente a Patrícia nos ofertou e partimos às 6 h, já com o dia claro, porém, debaixo de renitente garoa.
Assim, deixamos o local de pernoite e seguimos à direita, pela rodovia BR-479, que vai em direção à cidade de Piquete/SP.
Mil e quinhentos metros percorridos, depois de passar diante do local onde funciona a Copasa - Águas Minerais de Minas S/A, acessamos uma estrada de terra, à direita, que seguiu em leve aclividade.
O trajeto prosseguiu com bastante cobertura vegetal, sempre em meio a grandes fazendas de criação de gado e cinco quilômetros depois, passamos diante da entrada para o bairro Quilombo, onde avistei uma placa afixada numa árvore, nos avisando que ainda restavam 10 quilômetros para a chegada.
A chuva não dava trégua, assim, prosseguimos ascendendo em ziguezague, por trechos clivosos, num caminho ladeado por pinheirais e extensos eucaliptais e, mais acima, transitamos diante da Fazenda Paiol, onde existe uma mina de água mineral puríssima, que é comercializada pela empresa BPS.
Sempre em ascensão, passamos diante da Fazenda Campo do Vento, que antigamente também abrigava peregrinos, onde visualizei alguns cavalos e muitos carneiros espalhados pela propriedade.
Finalmente, no 13º quilômetro, chegamos a 1.800 metros de altitude, o ponto de maior altimetria nessa etapa, então, adentramos em um local amplo e descampado, e, observando à nossa direita, detínhamos uma visão privilegiada, ainda que embaçada pela chuva, do grande vale por onde nós viéramos caminhando.
A partir desse marco, passamos a descender, lentamente, e logo avistamos, do lado esquerdo, uma pequena gruta, diante da qual existe uma fonte de água cristalina que nasce na serra, entretanto, o piso escorregadio impediu nossa visita ao local, onde há uma singela construção, dentro da qual está exposta uma bela imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Depois, prosseguimos adiante e logo adentramos ao bairro do Charco, cuja sede é a cidade de Delfim Moreira/MG.
Ali, nos hospedamos no Chalé da Suze, uma construção espetacular, gerenciada por uma pessoa maravilhosa, a Suze, que nos surpreendeu pela prestatividade e simpatia, algo que fez muita diferença nesse dia.
Pois a chuva que nos acompanhou em toda a jornada, só cessou às 17 h, impedindo nosso trânsito para conhecer o simpático bairro.
“O bairro do Charco está localizado na serra da Mantiqueira, no município de Delfim Moreira/MG, num local com grande potencial para baixas temperaturas e geadas. Na verdade, o lugar está localizado a 1.720 m de altitude, bem no coração da maravilhosa serra da Mantiqueira, e ali há uma expressiva criação de trutas e salmão, com venda de congelados. Por ele transitam peregrinos e romeiros que tem como destino o Santuário de Aparecida e também é acesso para a Fazenda da Onça (acampamento do Exército de Itajubá/MG) e o Parque Estadual de Campos do Jordão/SP (Horto Florestal). Trata-se de um vilarejo, onde não há comércio, com residências de inverno, algumas casas de madeira, serralheria e uma igreja católica (sem torre). Uma paragem antiquíssima, cujas terras pertencem, desde o século XVII, à Família Faria, após mais de cinco gerações.”
Algumas fotos do trajeto desse dia: