Os 10 primeiros quilômetros, trilhados em meio a locais desertos, me deixaram tenso cada vez que eu ouvia o ruído produzido pelo escapamento de uma motocicleta, pois os meliantes, quando atacaram os incautos caminhantes, utilizavam desse meio de transporte.
Finalmente, acessei uma estrada asfaltada e fleti à esquerda, transitando por bairros periféricos, exatamente, segundo eu soube, os locais mais utilizados pelos ladrões nas abordagens.
Em determinado trecho deserto, distante de habitações, passei a caminhar sobre um piso asfáltico deteriorado e ali minhas preocupações aumentaram, pois me sentia inquieto, exposto e extremamente vulnerável.
E, quase de imediato, uma mão silenciosa principiou a comprimir meu coração.
Nesses momentos turbulentos eu me recorro à oração silenciosa e foi o que fiz, clamando proteção aos “espíritos benfazejos”.
Trinta segundos depois, acreditem, para minha aterrorizada surpresa, um automóvel freou bruscamente no acostamento do lado contrário, uma moça apeou, atravessou rapidamente a rodovia e veio me cumprimentar.
Ação que fazia, espontaneamente, segundo ela, sempre que avistava algum peregrino caminhando em direção à Casa da Mãe Maior, por quem nutria um infinito respeito.
Depois, pediu-me que aceitasse uma singela lembrança e, ato contínuo, colocou um pequeno chaveiro no interior de minha mão direita.