Para minha preocupação nesse dia e conforme estava previsto, acordei de madrugada devido a fortes trovões e torrencial chuva.
Levantei bem cedo, ingeri uma banana acompanhada de uma barra de chocolate, e parti sozinho às 4 h 30 min, debaixo de forte garoa que, lentamente, foi amainando.
Os primeiros 6 quilômetros do trajeto foram percorridos sob a luz de minha lanterna de mão e nesse trecho passei por um pequeno bairro, depois, diante do Santuário Ecológico de Santo Expedito.
Com o dia clareando, a estrada passou a empinar e segui vencendo os patamares com força e disposição, por locais onde o forte eram as plantações de café e banana.
Percorridos 11 quilômetros sob um clima fresco e hidratado, cheguei ao topo da Pedra Branca, num local onde há um cruzamento de vários caminhos e uma bela casa edificada do lado esquerdo mas, pelo que pude observar, ela se encontra desabitada.
Caminhei um quilômetro pelo topo da montanha, depois, principiei a descender e logo passei pela Comunidade de São Judas Tadeu, que ainda pertence ao município de Conceição das Pedras.
Prossegui ainda em forte descenso por locais de paradisíaca beleza, rodeado por imensos cafezais e bananais, uma tônica nesse etapa, até que depois de percorrer 16 quilômetros, transitei pelo bairro de Sertãozinho, que já pertence a Cristina, local de cultivo de cafés especiais, onde pude fotografar a capela de São Judas Tadeu.
Prosseguindo, dois quilômetros à frente, passei pelo bairro de Vargem Alegre onde, num bar, fiz uma pausa para ingerir um copo de delicioso café quente e adquirir uma garrafa de água.
Na sequência, prossegui por mais 4 quilômetros, caminhando por uma estrada larga e integralmente plana, situada em meio a imensas pastagens até que, após percorrer um total de 22 quilômetros eu desaguei na MG-347.
Ali, obedecendo à sinalização, eu girei à direita e caminhei mais 3 quilômetros ao lado da rodovia, num percurso inseguro e perigoso, pois além dela não conter acostamento, os motoristas desenvolvem expressiva velocidade nesse trecho.
Finalmente, após percorrer 25 quilômetros, eu adentrei à esquerda, numa larga e ascendente estrada de terra, integralmente deserta, onde pude me conectar novamente com a exuberante natureza que me rodeava.
Depois de sobrepujar um pequeno ascenso, passei a descender e nesse intermeio cruzei com 12 cavaleiros que seguiam rumo à Basílica de Aparecida, com os quais troquei algumas palavras de incentivo.
Mais abaixo, eu transitei pelo bairro da Colônia, onde se localiza a Fazenda Amarela, do século XVIII, que pertenceu à família do Conselheiro do Império Joaquim Delfino Ribeiro da Luz.
Ali, eu girei à direita, venci um pequeno outeiro e logo estava caminhando pelo acostamento da MG-383, rodovia que me levou até Cristina, minha meta para esse dia.
De plano, depois de reencontrar a Sônia muito bem disposta, pude abraçar o Célio da farmácia, que foi me recepcionar na porta do hotel onde me hospedei.
Trata-se de um farmacêutico gentil e hospitaleiro, que também é um grande amigo do Polly, fundador do Caminho da Prece, e do Oswaldinho “Xará”, de Inconfidentes/MG, portanto, é uma pessoa da mais alta qualidade, que dispensa apresentações.
À tarde, após breve descanso e uma profícua visita à igreja matiz da cidade, atendendo ao convite do preclaro “irmão peregrino” Célio, nos reunimos no Restaurante Real para uma confraternização, regada a uma boa cerveja, apesar do frio reinante na ocasião.
Ali pude conhecer o Zezé da Detinha, o Leôncio, presidente da Câmara Municipal, o Sr. Antônio Gaspar e, ainda, o cicloturista e Secretário Municipal de Turismo Rafael Rezek.
Nesse sentido eu agradeço, imensamente, esses amigos/irmãos pela cordial recepção e, certamente, essa cidade ficará guardada em meu coração e memória, como uma das mais acolhedoras localidades por onde já passei/pernoitei.
Algumas fotos do percurso desse dia: