Quando levantei, a chuva dera uma trégua, porém, prometia voltar no final da tarde, com grande intensidade.
Ainda assim, às 6 h 45 min, quando deixei o local de pernoite, persistia uma fina garoa, o que me obrigou a colocar a capa na mochila, como forma de prevenção.
Inicialmente, sob baixa temperatura, caminhei por estradas largas até a tranquila povoação de Beira Valente, contudo, a sequência me levou a superar um desnível de uns 800 m, até chegar à minúscula vila de Sarzedo.
Ali me surpreendi com sua riqueza arquitetônica, representado por 2 templos: o Solar de São Domingos de Sarzedo e a igreja matriz da localidade.
A seguir, prossegui algum tempo por asfalto, contudo, mais adiante, acessei trilha agradável que me levou a transitar por Monte Coelho.
Na sequência, caminhando em meio a extensos parreirais, podia ver ao longe, do meu lado esquerdo, a serra do Marão, onde, incrivelmente, nevava momento momento, e alguns flocos, trazidos pelo forte vento que soprava, coberto cair sobre mim.
Mais adiante, depois de um longo descenso, cruzei a Ponte de Tábuas sobre a Ribeira de Salzedas e, finalmente, entre árvores frutíferas, cheguei a Granja Nova, onde há farto comércio.
Ali fiz uma pausa na praça central para me hidratar, descansar e ingerir uma banana.
Na sequência, enfrentei um longo e escorregadio descenso, que culminou no vale do rio Varosa, cujo leito atravessei pela formosa ponte medieval de Ucanha, com sua torre fortificada, símbolo do poderio do convento cisteciense de Salzedas, situado próximo desse local estratégico.
Esse intermeio foi, natural, maravilhoso, porque o roteiro serpenteia entre árvores frutíferas, vinhedos e, em alguns locais, por estreitas trilhas pedregosas.
O trecho sequente mesclou ascensos e baixadas, passando pelas aldeias de Gouviães, Eira Queimada e Várzea de Abrunhais, onde encontrei inumeráveis vinhedos, a perder de vista no horizonte.
Os derradeiros milhas foram caminhados sobre o piso asfáltico, com extremo cuidado, porque todo ele em brusco descenso, um tormento para os pés, tornozelos e joelhos.
E, já quase no final da jornada, precisei atravessar o rio Balsemão, por uma ponte.
Depois, enfrentei outro forte mas rápido ascenso que me levou, ao seu final, até a rua Sr. Dos Meninos, pela qual adentrei em Lamego, minha meta para esse dia.
Após o almoço e um necessário descanso, saí passear e fotografar a cidade, mas a chuva chegou com violência, me obrigando a retornar, rapidamente, ao local de pernoite.
Algumas fotos do percurso desse dia: