Como de praxe e de comum acordo, o Vinícius e eu resolvemos sair bem cedo, como forma de agilizar nosso deslocamento, visto que naquele mesmo dia, após finalizarmos o percurso, retornaríamos às nossas residências.
Partimos às 5 h 30 min, depois de ingerir substancial café da manhã, que muito nos reenergizou.
Assim, deixamos o Hotel Ghandi onde pernoitáramos e seguimos à direita por ruas citadinas bastante movimentadas, afinal, estávamos num sábado, dia de comércio agitado.
Por conta disso, e do horário inopinado, muitas lojas já estavam abertas, com pessoas chegando para o trabalho.
Um mil e quinhentos metros adiante, nós ultrapassamos a rodovia MG-290, depois, prosseguimos por bairros periféricos até que, percorridos 3.300 m, o asfalto se findou e acessamos larga e plana estrada de terra, integralmente deserta.
A nos ladear em ambos os lados, verdes cafezais e imensas pastagens, onde, em algumas fazendas, a ordenha diária estava em pleno andamento.
Com o dia clareando, iniciou um trajeto em franco ascenso e percorridos 7 quilômetros, no topo do morro, atingimos a altitude de 1.010 m, podendo devassar o entorno em mais de 180 graus.
Então, prosseguimos sempre em forte descenso até que, percorridos 13 quilômetros, transitamos diante do bar do João Gordinho, depois, por uma ponte, ultrapassamos um rio Eleutério e, numa bifurcação, seguimos à esquerda, em direção à Serrinha.
Percorridos 15 quilômetros, num local sombreado, fizemos uma pausa para descanso, hidratação e ingestão de carboidratos.
Prosseguindo, logo acessamos uma estrada que seguiu à direita, em forte e perene ascenso.
O que não sabíamos, por falta de informação e placas orientativas, é que distante 100 m daquele local, se localiza a Cachoeira do Coqueiral, uma das grandes atrações ecológicas da cidade de Monte Sião.
Aliás, o site “Guia das Cachoeiras” assim se expressa sobre essa maravilha da natureza:
“Dentre todos os recantos naturais da cidade, a Cachoeira do Coqueiral é um dos pontos mais belos a se conhecer. Ela fica localizada na divisa de Monte Sião e Jacutinga, e é formada por duas quedas d'água sequenciais. Um pouco acima da primeira, existe uma segunda cachoeira mais alta e mais bonita, entretanto prejudicada pelo difícil acesso e pela ausência de um bom lugar para montar acampamento. A Cachoeira do Coqueiral, nunca foi famosa por suas quedas d'água, mas sim pelo ambiente extremamente acolhedor e aconchegante que existia no local, orlado por esbeltos coqueiros e uma mata ciliar enfeitada por flores exóticas, e maravilhosas orquídeas enroscadas em árvores seculares.”
Nós, infelizmente, perdemos a chance de conhecê-la, por ignorarmos a sua existência.
Bem, prosseguindo morro acima, fomos, lentamente, vencendo as distâncias e percorridos 19 quilômetros, atingimos o topo da montanha.
Naquele local estávamos a 1.030 m de altitude, o ponto de maior altimetria dessa jornada.
Dali já avistávamos a cidade de Monte Sião, abaixo e esparramada sobre um outeiro, bem como podíamos visualizar, à nossa direita, o famoso Morro Pelado, que pertence ao município de Águas de Lindoia/SP.
O restante do trajeto foi em franco descenso e logo adentramos em zona urbana; depois, caminhando por largas avenidas, chegamos ao nosso destino do dia: o Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.
Ali tivemos tempo para visitar o templo, professar nossas orações e fotografar o interior da belíssima igreja.
Mais tarde, de táxi, retornamos à cidade de Jacutinga e, após o banho e um lauto almoço, regressamos às nossas residências.
Algumas fotos do percurso desse dia: