5º dia: AZAMBUJA (PEDRAS GRANDES) a MORRO DA FUMAÇA – 29 QUILÔMETROS
“Para viver neste mundo, nada melhor do que um dia após o outro e uma noite bem dormida entre eles, e vivenciando isso na prática mais de uma vez.” (Beto Colombo, em “Todo Caminho é Sagrado”)
A jornada seria longa, assim partimos logo após ingerir o profícuo café da manhã que a Vanize, em nome da Pousada, nos proporcionou. A temperatura, na casa de 4ºC, agiu como uma chicotada em nosso ânimo, assim, estugamos os passos para aquecer corpo/membros e, percorridos 2 quilômetros em agradável toada, giramos à esquerda e prosseguimos em leve mas perene ascenso.
A estrada larga, arejada e muito bem pedregulhada, nos proporcionou excepcionais vistas, enquanto galgávamos intimoratos os aclives que se apresentavam à nossa frente. O sol logo apareceu e concorreu para deixar nosso “passeio” andante mais límpido e agradável.
Assim, sem grandes dificuldades, no 8º quilômetro atravessamos a Comunidade de Ribeirão de Areia, onde há uma estilizada igreja que, infelizmente, se encontrava fechada. Após breve descenso, um quilômetro adiante, transitamos diante da “Porta do Horizonte”, um local incrível, de onde se avista inúmeras cidades no horizonte, como Içara, Criciúma, Siderópolis, Cocal do Sul, Urussanga, Morro da Fumaça e, ainda, no canto esquerdo, uma nesga do mar, no Balneário Rincão.
Assim, após uma pausa para contemplação e fotos, prosseguimos adiante, ainda em ascenso, e no 10º quilômetro atingimos 382 m de altitude, o ponto de maior altimetria dessa jornada e de todo o Caminho. Então, mergulhamos em desabalado descenso e no 13º quilômetro transitamos pelo bairro de São Sebastião, onde há comércio. Depois, por uma estrada larga e descendente, enfrentamos, na minha opinião, a pior parte do percurso, transitando por locais de trânsito intenso, onde aspiramos muita poeira.
No 17º quilômetro, fizemos uma pausa diante a da igreja de São João, localizada na Comunidade de Urussanguinha baixo, que pertence ao município 13 de maio. Dali podíamos divisar nitidamente a magnífica imagem de Nossa Senhora Aparecida, fincada no alto de um morro, marco de importantes peregrinações a pé, envidada por penitentes e residentes locais.
Seguindo adiante, acessamos outra larga estrada de terra, que seguiu margeando uma imensa planície, onde o a tônica era o plantio massivo de arroz. No 21º quilômetro, já sob sol escaldante, nós giramos à direita, passamos diante do portão da Jazida Ouro Branco, ultrapassamos o rio Urussanga por uma ponte, depois, transpusemos movimentada rodovia, giramos à esquerda e prosseguimos sobre terra, até atingir a zona urbana de Morro da Fumaça, um povoado muito simpático.
Então, seguimos confiantes até nosso local de pernoite, onde fomos muito bem recepcionados pela Mirela. Após delicioso almoço, imergimos num sono reparador, pois a jornada fora árdua. Mais tarde, fomos conhecer e fotografar a igreja matriz dessa pacata localidade, cuja padroeiro é São Roque. Depois, fizemos uma pausa numa praça localizada ao lado de uma linha férrea e logo uma potente locomotiva capitaneando longa composição de vagões carregados de carvão transitou pelo local, em direção ao litoral, para alegria do meu parceiro Vinícius, grande entusiasta de artefatos ferroviários, que tudo filmou.
Morro da Fumaça é um município brasileiro do estado de Santa Catarina. Localiza-se ao sul do estado, a cerca de 180 km da capital, Florianópolis. Segundo historiadores, o nome se deve à neblina formada no morro onde hoje se localiza o Hospital de Caridade São Roque, sempre que o Rio Urussanga subia. Uma outra versão conta que, devido a esta neblina, tropeiros que por ali se instalavam precisavam acender fogueiras em seus acampamentos, causando a emissão de fumaça. População: 18 mil habitantes (Fonte: www.caminhosagrado.org)
RESUMO DO DIA: Pernoite: Hotel Parati – Apartamento individual excelente - Preço: R$120,00 // Almoço: no Restaurante do próprio hotel – Espetacular!
AVALIAÇÃO PESSOAL – Uma jornada de grande extensão e com alguns ascensos e descensos de intensidade razoável. Porém, fomos aquinhoados com uma disparidade alarmante na temperatura, tanto na saída (4ºC), quanto na chegada (21ºC), o que fez dessa etapa a mais cansativa de todas. Além disso, na parte final nós enfrentamos muita poeira, barulho e perigo, face ao trânsito massivo de caminhões que transportam areia, desde o porto do rio Urussanga. No entanto, até o 13º quilômetro (Comunidade de São Sebastião), fomos premiados com silêncio, ermosidade e belas vistas do horizonte.
Algumas fotos do percurso desse dia: