O trajeto oficial seria de pequena extensão e seguiria por uma estrada situada à esquerda da Pedra Preta, porém, para acessá-la, seria necessário caminhar 2 quilômetros à beira da rodovia Fernão Dias, como fora feito na caminhada inaugural, trecho que o Eraldo queria evitar, por se tratar de um trajeto extremamente perigoso, face ao trânsito ininterrupto de veículos.
Assim, seguindo suas instruções, no dia anterior eu contatei o “Pão” e o Zati, experientes caminhantes da cidade de Careaçu que, graciosamente, me deram todas as instruções para modificar esse itinerário, a quem agradeço calorosamente.
Assim, partimos a Sônia e eu às 6 h, após ingerir um espesso copo de café preto, gentilmente, preparado pela cozinheira do hotel.
Depois de transitar em bairros periféricos, por um túnel, atravessamos sob a Fernão Dias, caminhamos pelo interior de uma Comunidade Religiosa e prosseguimos, sempre por terra, sobre uma trilha que seguiu paralela à rodovia até que, percorridos 2.700 m, fletimos à esquerda e acessamos uma estrada que segue à direita da Pedra Preta.
Vencido pequeno outeiro, passamos a descender e logo transitamos por uma imensa planície situada à beira do rio Turvo, por onde seguimos sem maiores empecilhos, num trajeto arborizado, silencioso e extremamente fresco.
Foi uma jornada épica e extremante agradável, caminhando ao lado de grandes pastagens, respirando o ar puro da manhã, enquanto o sol, lentamente, nascia.
Percorridos 11.400 m num aprazível “passeio” matinal, confluímos com o roteiro oficial do Caminho, que vinha à esquerda, então, giramos à direita e seguimos adiante, sob o conforto das setas cor salmão, até que, mais adiante, ultrapassamos o rio Turvo por uma ponte.
Na sequência, acessamos uma estrada larga e retilínea, situada no interior de outra vasta e fértil planície, por onde prosseguimos confiantes, com visibilidade de 180 graus do horizonte.
Nesse trecho nós cruzamos com alguns ciclistas que faziam seu pedal domingueiro e que nos cumprimentaram efusivamente.
Prosseguindo, depois de vencer outra pequena elevação, principiamos a descender, vagarosamente, por outro trecho integralmente aberto, de onde detínhamos ampla visão do entorno.
Percorridos 16 quilômetros sem maiores dificuldades, chegamos a um cruzamento de rodovias.
Ali, observando a sinalização, tomamos à direita e prosseguimos por mais 8 quilômetros em direção a Heliodora, nossa meta para esse dia, sobre uma rodovia asfaltada, sem acostamento e que apresentou intenso tráfego de veículos, talvez, por ser domingo, um perigo para os peregrinos.
Superado esse difícil trecho, já em zona urbana, aportamos ao local de pernoite, onde fomos recepcionados por Dona Sheila, uma senhora atenciosa e extremamente solícita, o que me faz pensar que esse Caminho de Nhá Chica tem um grande futuro, tamanha a afabilidade que recebemos em seu trajeto, pelas pessoas que nos acolheram.
À tarde, após farto e delicioso almoço, fomos visitar e fotografar a igreja matriz da cidade, cuja patrona é Santa Isabel.
Nesse percurso até a praça central da cidade, fomos questionados por várias pessoas sobre o que fazíamos ali e a todos prestamos esclarecimentos de nossa caminhada, recebendo, sempre, grata torcida por um final feliz.
Algumas fotos do percurso desse dia: