FINAL
“Um homem não ficará velho enquanto continuar procurando por alguma coisa.” (Jean Rostand)
Nem só de caminhos consagrados e extensos é feito um peregrino.
Nesse sentido, os itinerários de parca amplitude são mais apreciativos, embora aos mais ambiciosos caiba refutar tal entendimento.
Então, para solidificar minha opinião, costumo afirmar que grandes jornadas robustecem o caráter de um homem, pois exigem dele pertinácia de espírito e resistência física.
As pequenas, por outro lado, moldam, aguçam, aperfeiçoam os sentidos, que não são estacionários, como muitos podem pensar.
Ao revés, suscetíveis ao treino e, em consequência, a melhoramentos.
Frequentemente, em uma longa caminhada, nos privamos de descansar à sombra de uma frondosa árvore e de observar, serenamente hirtos, os traços irregulares de uma cadeia de montanhas no horizonte, uma vez que o objetivo final ainda está distante e o tempo é escasso.
Nas mais efêmeras, é possível parar onde bem entender, já que a ocasião não é um fator tão limitante.
Enfim, conquanto minhas interpretações sobre ambas possam parecer antagônicas e confusas, reitero que são complementares entre si.
Dessa forma, diria que embora seja um percurso de pequena dimensão, a Rota das Capelas de Cristina/MG me surpreendeu, positivamente, por sua beleza paisagística e locais de visitação muito bem preservados, bem como pela simpatia e a amabilidade das pessoas que habitam ao longo desse itinerário.
Posto que são as coisas simples da vida que nos proporcionam alegria, fraternidade, harmonia, aprendizado, fé, acolhimento, paz e demais sentimentos afins.
Nesse contexto, trilhar a Rota das Capelas evidenciou-se, para mim, como uma experiência instigante, surpreendente e extremamente prazerosa, que recomendo com efusão.