Os 3 quilômetros finais foram vencidos em forte descenso, sobre um piso empoeirado e pedregoso, mas sob a sombra de eucaliptais, até que me enlacei novamente com a rodovia SP-081.
Ali, fleti à esquerda, e retornei caminhando até a praça central do distrito, onde adentrei num veículo e retornei à minha residência.
Foi, sem dúvida, uma jornada silenciosa, abençoada, solitária, agradável e de grande superação física, pois caminhei sempre num ritmo forte mas uniforme, como sempre faço nas trilhas que percorro.
“Eu gosto de animais soltos, jamais presos, por isso detesto apartamentos.
Sempre preferi morar em casa, com quintal.
Gosto do sol e do céu estrelado.
Agrada-me a amplitude da natureza, pois é onde me sinto bem, em saber que posso ir a qualquer lugar.
Para chegar a alguns deles, é preciso deixar o conforto de lado, botar uma mochila nas costas e pegar uma trilha.
Quanto mais urbanizado o mundo fica – e esse é um processo que avança rapidamente –, mais longe é preciso ir para encontrar a natureza em seu estado mais puro.
Nas cidades, nossas sensações ficam mais restritas, o horizonte se encontra logo ali, e os ruídos são mais altos.
Nessas condições, é quase impossível perceber a si mesmo.
Por isso me realizo tanto caminhando.
O que vale é que, ao ar livre, fico mais próximo de minha essência.”
“O espírito de qualquer Caminho pressupõe viver o prazer intenso, ousar, arriscar, superar. Mas é também entrar em sintonia com a natureza. É viver a experiência da autoestima, da solidariedade e da espiritualidade. Experimentar as manifestações fundamentais da vida, como o vento, o sol, o frio, o ar puro. É entender a vida como algo maior. É aproximar-se de Deus, porque lá também é a casa DELE.”