De antemão, eu sabia que enfrentaríamos uma jornada desafiadora, assim, após o café da manhã, deixamos o local de pernoite às 6 h, retornando sobre nossos passos no dia anterior, utilizando, para tanto, o acostamento da rodovia MG-259.
Porém, 1 quilômetro à frente, deixamos o piso asfáltico e adentramos à direita, numa estrada de terra, passando pelo interior de um bairro periférico.
Mais mil metros percorridos, o trajeto principiou a ascender com vigor, entremeando trechos íngremes com intermeios planos, onde podíamos desacelerar nossa respiração.
Fazia muito frio, estava escuro e havia uma forte cerração cobrindo o entorno, contudo, à medida que vencíamos os aclives, o dia foi amanhecendo e logo o sol estava brilhando.
No 7º quilômetro, passamos diante de uma fonte de água e, mais 1.000 m percorrido em forte inclinação, chegamos, finalmente, ao topo da serra, ofegantes e com o coração batendo forte, num local situado a 1.308 m de altitude.
Passamos, então, a transitar pelo topo da montanha, num percurso belo, fresco e interessante, onde a temperatura estava ao redor dos 9°C.
Finalmente, percorridos 10 quilômetros, adentramos a um local místico e de intensa visitação: o Santuário de Nossa Senhora da Obediência, onde ocorreram inúmeras visões da Virgem Maria e cuja história detalhada, onde estão expostas as mensagens por ela ditadas, poderão ser visualizadas na página: https://aveluz.ning.com/group/apariesdemariapelomundo/forum/topics/nossa-senhora-rainha-da-obediencia-congonhal-mg
Ali visitamos a Capelinha das Aparições e a igreja principal, aproveitando a estrutura do local para utilizar os sanitários, ingerir uma banana, repor nosso estoque de água e fotografar o local.
Prosseguindo, logo houve outro aclive a ser vencido e atingido o seu topo, chegamos a 1.352 m de altitude, o ponto de maior altimetria dessa etapa.
Então, passamos a descender, sempre em meio a imensos cafezais, pastagens e plantações de morango, situados em locais bucólicos, em meio e fundações chácaras e fazendas, onde notamos intensa movimentação de veículos e pessoas em direção ao seu trabalho diário.
Um senhor que se dirigia a uma imensa plantação de brócolis, questionou nosso destino e ao saber de nossa motivação, alegremente, nos incentivou e desejou uma “boa viagem!”.
A partir do 16º quilômetro passamos a transitar por locais desertos e silenciosos, situados entre fresca e arborizada mata nativa, porém, um quilômetro adiante, passamos a descender com violência e tal declividade perdurou pelos próximos 3 milhas.
Já no plano, ainda caminhamos mais 5 milhas por uma imensa planície até atingir a zona urbana do Espírito Santo de Dourado.
O centro velho da cidade está edificado no topo de um pequeno outeiro e ofegamos muito para atingir o local de nosso pernoite nesse dia: a Pousada Praia.
Diga-se de passagem que o local é improvisado e suas instalações sanitárias deixam a desejar, no entanto, a amabilidade e a vontade de agradar que o Sr. Adão demonstrou, o simpaticíssimo e acolhedor proprietário, superaram, com folga, qualquer obstáculo ou decepção que, eventualmente, poderíamos aventar em relação ao lugar.
À tarde, como não poderia deixar de ser, fomos visitar e fotografar a belíssima igreja matriz da cidade, cujo padroeiro é o Divino Espírito Santo.
Algumas fotos do percurso desse dia: