O trajeto, eu sabia, seria altamente desafiador e a Sônia se encontrava extremamente gripada, contudo, ainda assim, integralmente focada em nosso objetivo.
De comum acordo resolvemos sair bem cedo e assim, depois de ingerir o saudável café da manhã que a dona Sheila nos preparara, deixamos o local de pernoite às 5 h 30 min, debaixo de intenso frio e forte cerração, temperatura beirando os 6°C.
Partimos em forte ascenso, por ruas citadinas vazias, silenciosas e, mais acima, num leve planalto, acessamos uma estrada de terra larga e acidentada, por onde prosseguimos sempre em perene aclividade.
O percurso sequente mesclou íngremes aclives com rápidos planaltos, onde podíamos desacelerar nossa respiração, sempre entre imensos cafezais, bananais e mata nativa.
Com o dia clareando, percorridos 5 quilômetros, atingimos o topo da serra do Lobo, situado a 1.202 m de altura, o ponto de maior altimetria dessa jornada.
De lá detínhamos ampla visão do entorno, inclusive, podíamos visualizar abaixo e distante, situada numa planície, a cidade de Natércia, nosso próximo destino.
O descenso pelo lado oposto da montanha foi acidentado e técnico, vez que um simples escorregão poderia redundar numa queda espetacular.
Nesse trecho cruzamos com vários trabalhadores rurais, alguns subindo o morro a pé, outros em motocicletas, todos rumando para os imensos cafezais que nos ladeavam, pois estávamos em época de colheita desse fruto.
Já no plano, acessamos a rodovia que provinha de Heliodora e logo estávamos caminhando em zona urbana, na direção da praça central da cidade, onde fotografamos e visitamos a igreja matriz, cuja padroeira é Santa Catarina de Alexandria.
Ali, fizemos uma pausa para orações, utilização de sanitários e ingestão de água e carboidratos.
Na sequência, enfrentamos fortíssimo ascenso sobre piso duro, por um bairro periférico; o descenso pelo lado oposto foi extremamente difícil e técnico, mas superado a bom termo.
O trecho sequente, nos levou a caminhar por uma estrada larga e plana, sempre ao lado de um riacho que, mais à frente, nos propiciou visualizar a espetacular “Cachoeira da Usina” de impressionante beleza.
Depois, seguimos em forte ascenso pela montanha para, na sequência, prosseguirmos um bom tempo por estradas arejadas, depois, sob frescas matas nativas e desertas, num percurso extremamente agradável.
Quase no final da jornada, precisamos superar outro outeiro que, pelo adiantado da hora, foi sobrepujado passo a passo, face ao cansaço acumulado na dura jornada.
Depois, já em forte descenso, logo acessamos a zona urbana, transitamos pelo centro de Conceição das Pedras e ainda caminhamos mais 1.000 metros, para nos alojarmos na Pousada Por do Sol, de dona Maria (Fininha), localizada junto ao Posto de Combustíveis Avenida, onde pernoitamos nesse dia.
Depois de farto almoço e após nos recuperarmos fisicamente do exigente trajeto, ainda reunimos força para retornar ao centro da simpática localidade, onde pudemos fotografar e visitar a igreja matriz da cidade, cuja padroeira é Nossa Senhora da Conceição.
A Sônia, afônica e gripada, me avisou que não caminharia no dia sequente, de maneira que ali mesmo contratamos um táxi para levá-la com nossas mochilas, em direção à cidade de Cristina, nosso próximo destino, onde ela pretendia passar o dia descansando.
Algumas fotos do percurso desse dia: