Conclusões Finais

O povo mineiro, especificamente, aquele que mora nos locais por onde passa a Estrada Real é, além de muito hospitaleiro, profundamente curioso, e encara o andarilho como alguém que está cumprindo alguma promessa ou tentando alcançar uma graça. 

Assim, muitos deles me indagavam o motivo de minha caminhada. 

Foi difícil explicar-lhes que, embora sonhasse chegar à Ouro Preto com saúde e sob a proteção do meu Anjo da Guarda, eu era, acima de tudo, um humilde peregrino, ou seja, simplesmente alguém que se movimenta, diariamente, numa direção geográfica pré-definida, sem pressa ou preocupação.

E que minha motivação principal consistia no prazer da caminhada em si, que além do benefício físico, favorece a expansão de novos conhecimentos, através do contato diário com a natureza, os animais, e os habitantes ao longo do roteiro. 

Todavia, sem sofrimentos ou privações. 

Por outro lado, tudo é feito dentro de um período de tempo programado, utilizando materiais e equipamentos adequados, com escalas adredemente projetadas, em locais de relativo conforto, sem a urgência da chegada.                

Muito embora o aporte final seja o coroamento de uma meta, nem sempre é o objetivo mais importante da viagem. 

Porque, na verdade, o que atrai, marca, mimetiza, sublima e transcende, são as experiências vivenciadas diariamente ao longo do caminho.    

E nesse mister, fui privilegiado com amizades e ocorrências enaltecedores, que me marcaram profundamente.

Também, é imprescindível confessar que minhas duas maiores preocupações relativas à aventura, eram a violência e o receio de me perder, o que se mostraram inócuas.

Já que, como pude constatar “in-loco”, o povo que reside ao longo do trajeto é extremamente pacífico, ordeiro e preparado para receber bem o turista. 

Nesse quesito, posso assegurar, sem hesitação, que em nenhum momento me senti ameaçado ou constrangido fisicamente.

Quanto à sinalização do Caminho, é importante consignar um voto de louvor ao excelente trabalho desenvolvido pelo Instituto ESTRADA REAL, pois, ela está, simplesmente impecável. 

Porquanto, apesar dos inúmeros acidentes geográficos a serem transpostos durante o percurso, é praticamente impossível se perder, ainda que se esteja caminhando solitário, com em meu caso.

Para finalizar, é indispensável registrar: as planilhas de distâncias e altimetria do “Caminho dos Diamantes”, disponibilizadas no site do Instituto (www.estradareal.org.br), mostraram-se de fundamental importância para o sucesso de minha empreitada, posto que confeccionadas com capricho, apuro e credibilidade.  

 Epílogo