A VIAGEM

A VIAGEM

"Para desfrutar verdadeiramente de uma caminhada você tem que estar sozinho. Em grupo, ou mesmo em dois, não é mais uma caminhada, é outra coisa, é um piquenique. A caminhada deve ser feita seguindo sua característica intrínseca que é a liberdade: você deve ser livre para parar ou continuar, ir de um lado ao outro, seguir sua fantasia; deve manter o seu ritmo, sem correr como um corredor em busca do pódio." (Robert Louis Stevenson)

O mês de agosto estava no fim e, durante esse período, eu percorrera o Caminho da Prece em duas oportunidades, além de prosseguir caminhando ao redor de 12 quilômetros, diariamente.

Nessa época, precisei, por alguns momentos, abandonar os “Caminhos”, pois fora avô recentemente e estava curtindo demais a chegada da nova netinha, a Cecília.

Assim, no plano familiar, incumbências diversas exigiam minha presença e eu me sentia feliz e tranquilo nesse recanto em efervescência.

Contudo, lembrei que ainda existia um compromisso que firmara cominho mesmo, para o ano em curso: prosseguir meu périplo pela Estrada Real, perfazendo seu trecho derradeiro.

De se recordar que, em 2008, eu transitara em seu percurso inicial, nominado “Caminho dos Diamantes”, localizado entre as cidades de Diamantina e Ouro Preto; um total de 400 quilômetros vencido a pé, em 12 jornadas.

Em 2009, eu prosseguira minha odisseia pelo Caminho Velho, percorrendo o trecho compreendido entre Ouro Preto e São João del Rei, numa extensão de 261 quilômetros, que vencera em 10 etapas.

Fizera, então, uma pausa em meus projetos para conhecer outros Caminhos, porém, no início de 2016, eu retornei a São João del Rei e segui até São Lourenço. Um trajeto de 207 quilômetros vencido em 07 etapas.

Faltava aportar a Parati/RJ, ponto final da Estrada Real.

Eu não vivenciava nesse momento a condição ideal para a aventura, mas era a minha oportunidade de realizar mais um sonho.

Certa vez perguntaram ao Amyr Klink qual a pior forma de fracasso que um viajante poderia sofrer, ao que ele respondeu cheio de sabedoria: - É não partir!

Dessa forma, deixei minha aconchegante “zona de conforto”, para desvendar esse derradeiro percurso. 

Entrada do Parque das Águas de São Lourenço/MG.

Para tanto, tomei um ônibus que, após exaustivas 9 horas de viagem, me deixou na cidade de São Lourenço/MG, onde me hospedei no Hotel Colonial.

Ali, por R$80,00, pude dispor de um confortável e aconchegante apartamento individual.

Já passava das 13 horas e eu estava faminto.

Assim, me dirigi ao Restaurante Sabor Brasil, onde ingeri saudável refeição no Self-Service, a R$29,90 o quilo.

Mais tarde, após breve descanso, fui novamente visitar o Parque das Águas de São Lourenço. 

Na entrada do Parque das Águas de São Lourenço/MG.

Localizado no coração da cidade, ele compreende mais de 400.000 metros de áreas verdes, com lindas paisagens, jardins e gramados, sendo um dos mais belos parques da América Latina.

No Parque I estão as diversas fontes de água mineral, o balneário, lojas, restaurante, lanchonete e um imenso lago. 

Parque das Águas de São Lourenço/MG.

No embarcadouro há pedalinhos, caiaques e barcos a remo, que servem para divertir e são também um meio de praticar exercícios.

No meio do lago há uma pequena ilha, onde se pode ir a bordo de barcos e pedalinhos, um lugar agradável e encantador, povoado por pássaros exóticos como tucanos, pavões, araras e uma família de capivaras. 

Parque das Águas de São Lourenço/MG.

Ao cair da tarde, chegam as garças, que fazem da ilha o seu berçário.

Às margens do lago, está o Balneário, uma bela construção, que dispõe de duchas, saunas, massagens, banhos de espuma, banhos de sais e tratamentos estéticos. 

Parque das Águas de São Lourenço/MG.

No parque há fontes de água gasosa, água ferruginosa, água magnesiana, água bicarbonata mista, água sulfurosa e água alcalina, que são indicadas para auxiliar no tratamento de diversas disfunções e doenças.

Cada fonte tem um nome: Fonte Oriente, Fonte Andrade Figueira, Fonte Primavera I, Fonte Primavera II, Fonte Alcalina, Fonte Jaime Sotto Mayor, Fonte José C. Andrade, Fonte Parque II. 

Parque das Águas de São Lourenço/MG.

Cada tipo de água tem uma função terapêutica e o uso mais apropriado é feito sob orientação de médicos especializados, e a de maior destaque é a Vicky, que tem um tipo de água só encontrada em dois lugares no mundo: na França e em São Lourenço. 

Parque das Águas de São Lourenço/MG.

As alamedas oferecem um passeio tranquilo junto à natureza, e nas diversas lojas do parque podem ser encontradas lembrancinhas de viagem como também mel, própolis, malhas, livros etc.

Nas galerias pode-se admirar ou adquirir obras de artistas locais, mas, para quem quiser rezar, há a Ermida do Bom Jesus do Monte, construída em 1892, que faz parte dos monumentos históricos da cidade, ou a Gruta Nossa Senhora dos Remédios.

Igreja matriz de São Lourenço/MG.