4 – O CANSAÇO DO PEREGRINO

O caminho dos paradoxos é o caminho da verdade.” (Oscar Wilde, escritor, poeta e dramaturgo irlandês)

Como de praxe na semana, uma quarta-feira, ainda no escuro, porque o dia só amanheceria às 7 h 15 min, deixei o hotel às 6 h 30 min, seguindo intimorato em direção à residência de meu filho, onde aportei 45 minutos depois.

The Temple Bar, um dos bairros mais frequentados em Dublin.

Após o café da manhã em família, segui com todos em direção a um bairro onde minhas netas estudam.

Escultura da famosa Molly Malone, situada no centro de Dublin.

Naquele local, deixamos as meninas na escola e, após as despedidas, meu filho seguiu de metrô para o trabalho.

O rio Liffey que corta a cidade de Dublin.

Estando a uns dez quilômetros do bairro de Talghatt, resolvi voltar caminhando até o hotel onde me hospedara.

Catedral de St. Patrick, em Dublin.

Nesse dia optei por almoçar nas suas imediações.

Uma banca de flores em Dublin.

Antes, contudo, fiz demorada visita ao Sean Walsh Memorial Park, localizado defronte ao meu local de pernoite.

Ali gastei horas caminhando e apreciando a maravilhosa paisagem circundante, com tempo ainda para visitar as instalações do estupendo Tallaght Stadium que são, diariamente, liberadas ao público.

O Sean Walsh Memorial Park, que visitei nesse dia.

Após o almoço, animado, resolvi conhecer o Tymon Park, localizado ao norte de onde eu me encontrava.

Inaugurado em Junho de 1986, é o segundo maior parque em Dublin, formando um cinturão verde de mais de 300 acres (130 hectares) entre as áreas residenciais estabelecidas nos bairros de Tallaght, Templeogue e Walkinstown.

Particularmente, muito bem localizado, por ele flui o rio Poddle e seus lagos artificiais associados, proporcionando um cenário mágico, pleno de inúmeras espécies de aves.

O parque é dividido em dois pela autoestrada M50, sendo que as seções leste e oeste estão ligadas por 2 passarelas que permitem a passagem de ciclistas e pedestres.

Caminhando pelo interior do Tymon Park.

Fiz um breve esboço do percurso utilizando o GPS incrustado em meu celular, e percebi que teria de caminhar aproximadamente 6 quilômetros para lá chegar.

O que realizei sem maiores problemas.

O dia se apresentava nublado, temperatura em torno de 12 graus, ótimo para uma “trekking”.

Ao atingir o local, constatei sua beleza e imensidão, onde passei horas agradáveis em meio a muito verde.

Caminhando pelo interior do Tymon Park.

No local existem inúmeros campos de futebol e outros tantos para a prática do “rugby”, um dos esportes mais praticados no país, todos com a grama impecavelmente aparada.

Ali existem também trilhas temáticas, localizadas dentro de bosques nativos, todas silenciosas e muito bem sinalizadas.

Meu relógio marcava 16 horas quando decidi retornar em direção à residência de meu filho, para reencontrar a família.

Caminhando pelo interior do Tymon Park.

Sem maiores intercorrências, localizei umas das saídas do parque, que são quatro, e distraidamente caminhei por uma hora, quando constatei que algo estava errado em meu rumo.

Consultando o GPS verifiquei, surpreso, que seguira o tempo todo no sentido inverso de meu destino que, pelos meus cálculos, estava a 15 quilômetros de distância.

Refiz todo o trajeto e, extremamente exaurido, consegui jantar com minha família.

Depois, ainda caminhei mais 4.500 metros até o hotel onde estava hospedado.

Caminhando de volta ao hotel, onde eu estava hospedado.

No aporte ao meu quarto, me sentia estafado, com excruciantes dores nas pernas.

Males rapidamente aplacados após um reconfortante banho e uma vigorosa massagem na sola dos pés.

Ocorre que nesse dia eu caminhara quase 40 quilômetros e meu corpo não fora programado para defrontar tal empreitada, visto que o nosso físico está intimamente ligado ao plano mental.

Apesar de estar sem mochila e calçando um confortável par de tênis, eu excedera, em muito, aquilo que projetara para aquela dia em termos de esforço muscular.

Daí a razão de meu excruciante mal-estar no momento da chegada ao hotel, logo esquecidos, após as relaxantes providências envidadas.

Mais tarde, enquanto sorvia uma taça de um bom vinho tinto espanhol, acabei por relembrar de várias etapas desgastantes cumpridas no Caminho de Santiago, duas delas marcantes e inesquecíveis, pela similaridade dos estresses pretéritos e consentâneos.

No Caminho, próximo de Sato Domingo de la Calçada - 18.04.2001

Uma delas ocorreu em 2001, na 8ª etapa que, em princípio, seria entre Nájera e Santo Domingo de La Calzada, numa extensão de 22 quilômetros.

Naquele memorável dia, analisando meus apontamentos, relembrei que carregava em minha mochila mapas e diferentes guias sobre o Caminho.

Um deles dividia a Rota em 30 etapas e o outro em 31.

No início imaginei fazer um Caminho mais light, em 31 dias.

Porém, em Los Arcos, no sexto dia, sentindo-me fisicamente preparado e espiritualmente motivado, resolvi vencer o percurso todo em 30 etapas.

No oitavo dia saí ao amanhecer de Nájera na expectativa de alcançar Santo Domingo de La Calzada antes das 13 horas, isto porque precisava cambiar dinheiro e sabia que os bancos fechavam mais cedo.

O tempo estava bom, e às 12 h 30 min, cheguei em meu destino.

Após passar pelo banco, fui conhecer a bela igreja da cidade, famosa pelo casal de aves vivas que conservam até hoje no altar principal, lembrança do milagre lá ocorrido no século XI. 

Em Tosantos, saindo de Belorado - 19.04.2001

E enquanto estive no recinto, o galo cantou por várias vezes, o que representa segundo a lenda, bons fluídos a quem lá estava presente.

Visitei também o túmulo onde o Santo encontra-se enterrado, está localizado debaixo desse altar, e segundo a tradição para se alcançar uma graça é preciso dar doze voltas ao redor da lápide.

Assim o fiz, e meu pedido foi novamente dirigido a Santiago, no sentido de me proteger e me conduzir são e salvo até sua Catedral.

No albergue da cidade, enquanto preenchia a ficha de entrada, chegou um peregrino venezuelano, que também havia deixado Nájera naquela manhã.

Convidou-me para acompanhá-lo até Grañon, oito quilômetros adiante, posto que desejava entrevistar-se com o Padre daquela localidade, famoso pelos conselhos que proferia.

Era ainda muito cedo para me albergar, então aceitei seu convite, seguindo-o.

Duas horas depois, chegávamos à pequena vila, porém para nossa decepção, soubemos que o Padre se encontrava fora da cidade e só retornaria no dia seguinte. 

Em Manjarin, local mais místico do Caminho - 29.04.2001.

Frustrado, mas ainda com algum ânimo, decidi seguir sozinho até Montes de Oca, quatro quilômetros à frente.

Depois de andar por mais duas horas sem encontrar a cidade, exausto, decidi parar e conferir o mapa do percurso, que por comodidade havia guardado no fundo da mochila.

E para minha surpresa, constatei que já havia caminhado 36 quilômetros, Montes de Oca estava na etapa do dia seguinte, e eu me encontrava a 9 quilômetros de Belorado, a cidade mais perto.

Como o próximo albergue ficava lá, mesmo estando extremamente estafado, segui em frente.

No Caminho, durante o percurso, pedia ajuda a Santiago, orando com muita fé.

Depois de andar mais de quarenta quilômetros naquele dia fiquei feliz ao avistar as indicações do meu abrigo, só que o lugar não chegava nunca.

Foi necessário mais uma hora de caminhada, o que me esgotou completamente.

Exausto, aportei às 19 horas ao meu destino. 

Finalmente, em Santigo de Compostela - 07.05.2001

Quando cheguei à porta do albergue não consegui nem mesmo entrar.

Duas freiras italianas me ampararam, me tiraram a mochila e me serviram uma espécie de soro reidratante, feito de água morna.

Sentaram-me num banco de madeira, onde acabei me deitando.

Eu estava roxo!

Somente uma hora mais tarde é que, refeito, consegui dar andamento às minhas prioridades como lavar roupas, tomar banho e jantar.

Para piorar, o albergue se encontrava integralmente lotado.

Sem alternativa, pernoitei num colchão que fora colocado no chão, pelo hospitaleiro, e jamais tive um sono tão reconfortante.

A famosa Puente Honroso, em Hospital de Órbigo.

Em outra ocasião, já em 2014, quando percorria o Caminho Francês pela terceira vez, levantei certo dia para cumprir a 17ª etapa de minha peregrinação, compreendida entre as cidades de Hospital de Órbigos e Rabanal del Caminho que, segundo meu cronograma de viagem, continha a extensão de 30 quilômetros.

Como eu vinha caminhando, em média, um pouco a mais que essa extensão, entendi que a jornada seria bem tranquila.

Existem 2 ramais para o peregrino seguir em direção à Astorga, e tal bifurcação acontece logo no final da zona urbana.

O primeiro, e que segue à direita, é o roteiro tradicional, pelo qual eu havia caminhado em 2001 e 2004.

Porém, atualmente, se oferece outra opção ao caminhante: seguir à esquerda e ultrapassar a rodovia N-120, depois prosseguir por um “andadero” lateral até o Cruzeiro de Santo Turíbio, onde as duas variantes voltam a se unir.

Em conversa com um experiente peregrino espanhol no dia anterior, ele me afirmou que nos dias atuais, a grande maioria dos peregrinos prefere seguir à beira da “carretera”, porque esse ramal tem o leito melhor conservado e um quilômetro a menos de extensão, em relação ao outro.

E isto pautou minha escolha, pois meus pés ainda não estavam sãos, e pisar em pedras por muito tempo estava fora de cogitação.

Assim, deixei o local de pernoite às 6 h 30 min, passei diante do albergue paroquial de Órbigos e já no final da rua, encontrei as 2 alternativas que o roteiro oferece.

Trajeto plano, mas barulhento, em face da proximidade da rodovia.

Sem pestanejar, escolhi seguir à esquerda, decisão que mais tarde me fez arrepender amargamente.

Depois de uns dois quilômetros vencidos por “tramos” silenciosos e bucólicos, eu atravessei a rodovia N-120 e, já do outro lado, passei a caminhar por uma larga estrada de terra, que seguiu sempre à beira da “carretera.”

Ocorre que a rodovia é bastante movimentada e, mesmo naquela hora da manhã, já apresentava intenso tráfego e, consequentemente, muito barulho, problema que eu não encontraria no outro ramal, que segue sempre pelo campo.

Mas, para complicar, mais acima, passei a caminhar por asfalto, num trajeto duro e insípido, que perdurou por uns 10 quilômetros.

Foi um percurso desprovido de beleza, que não recomendo a ninguém.

Porém, como não há mal que perdure eternamente, no final de grande ascenso, obedecendo à sinalização, eu ultrapassei a rodovia e prossegui caminhando, agora pelo seu lado direito.

Cruzeiro de Santo Turíbio. Ao fundo, a cidade de Astorga.

E, três horas depois, vencidos 16 quilômetros, aportei diante do famoso Cruzeiro de Santo Turíbio, onde me reencontrei com o ramal que provém pela direita.

Dali eu tinha uma visão privilegiada da região abaixo, podendo avistar um grande vale e, numa elevação a cidade de Astorga.

Fiz naquele local uma providencial pausa para hidratação, fotos e ingestão de uma barra de cereais.

Então, depois de grande descenso, transitei pelo povoado de San Justo de La Veja, onde observei vários bares abertos e peregrinos fazendo seu desjejum matinal.

Mais adiante, o caminho verteu à direita, seguindo, então, por uma plana e larga estrada de terra que, em seu final, me levou a ultrapassar as linhas férreas através de uma grande passarela metálica.

Principiei, então, a ascender, e logo acessava o “casco viejo” da cidade de Astorga, passando diante do gracioso monumento ao peregrino, fixado numa bem cuidada praça.

Castelinho de Gaudí, em Astorga.

Era um dia de semana normal e a maior parte do comércio se encontrava fechado, de forma que passei por Plaza Maior, depois prossegui por ruas tortuosas e bem sinalizadas, até sair próximo das velhas muralhas que guarneciam a cidade, e diante do Castelinho de Gaudi, onde parei para fazer fotos.

Na sequência, fiz rápida visita à Catedral de Santa Maria, local onde em 2004 eu havia assistido à missa e, inclusive, comungado.

Igreja matriz de Astorga.

Mas, eu tinha ainda um longo caminho pela frente, assim, observei as flechas amarelas e rapidamente marchei para a saída da cidade.

Ali, acessei um grande calçadão, alocado ao lado de uma rodovia vicinal, no momento em que uma unidade militar passava pelo local em forte marcha, munida de armas e mochilas.

Inocentemente, eu até pensei que eles fossem seguir em direção a Santiago, porém, numa rua abaixo, eles dobraram à esquerda, e se perderam entre as densas árvores de um bairro periférico.

Na sequência, vencidos mais dois quilômetros, eu ultrapassei uma grande autovia e logo acessei um caminho em terra que me levou, depois de mais um quilômetro, a transitar por Murias de Rechivaldo.

Cruzei sua única rua, onde vi dois bares abertos, um peregrino descansando num banco, e ninguém mais.

Início do trecho em terra.

E assim que terminou o calçamento, iniciou-se outra via retilínea, onde pude observar, ao longe, inúmeros peregrinos caminhando compenetrados, possivelmente aqueles que haviam partido de Astorga naquele dia.

Como a paisagem era uniforme e eu estava integralmente solitário, liguei meu radinho de pilha e segui ouvindo música e desfrutando do entorno fresco e verdejante, podendo avistar, ao fundo, uma imensa montanha, com seu pico nevado.

E depois de vencer mais 5 quilômetros e sobrepujar um difícil ascenso, adentrei em Santa Catalina de Somoza.

Na sua rua principal, vi vários bares lotados de peregrinos sentados, que faziam um lanche, conversavam animadamente e bebiam cerveja ou vinho.

Muitas flores no Caminho.

Eu estava bem e pretendia fazer uma pausa para descanso apenas em El Ganso, de forma que cumprimentei a todos e prossegui meu caminho, que voltou a ser plano e retilíneo.

Nesse trecho específico, logo alcancei um casal que caminhava pausadamente e, notando que na mochila do rapaz havia várias fitinhas de Nossa Senhora Aparecida amarradas, logo inferi que eram brasileiros.

E, por uma coincidência incrível, o Toninho que estava com sua esposa Bia, residia em Sorocaba/SP, mas, como eu, ele também havia nascido em Itu e era de uma família conhecida e tradicional da cidade.

Seguimos trocando informações por um bom tempo, depois, como eles seguiam num ritmo bastante comedido, resolvemos nos encontrar no final da etapa, num bar em Rabanal, para brindar e festejar a nossa novel amizade.

Chegando em El Ganso.

Assim, me despedi deles, prossegui novamente escoteiro e, depois de vencer mais 5 quilômetros, adentrei em El Ganso, um povoado minúsculo, mas pelo qual tenho grande empatia.

Não tenho o hábito de ingerir bebida alcoólica enquanto estou caminhando, mas nesse dia fiz uma exceção e bebi duas “copas” de vinho tinto, acrescido de um pedaço de “tortilla”, no famoso bar Cawboy, o ponto alto da cidade.

Sentados em uma mesa, se encontravam 3 espanhóis e 2 francesas, que conhecera uns dias antes, com quem fizera amizade no caminho, e que dormiriam no albergue local.

Bar Cawboy, em El Ganso. Imperdível!

Convidado, sentei um momento com eles, a tempo de lhes pagar uma rodada de cerveja, mas depois de 15 minutos de agradável conversação, lembrei-lhes de minha intenção em chegar até Rabanal.

Compreenderam e me deixaram partir, depois de mais um copo de vinho.

Bons e inesquecíveis companheiros, onde andam vocês? E seus sonhos, com tanta simplicidade expostos como cartas de um baralho, jogadas com naturalidade sobre a mesa de um bar?

Brindando, com vinho tinto.

Com alguns ainda cruzaria no Caminho, outro reencontraria apenas em Santiago, e os demais perderia de vista, como acontece muitas vezes em nossas vidas com os amigos.

Doce e triste lembrança que, por vezes, faz meu coração melancólico.

Percurso plano, com opção de caminhar pelo asfalto ou "andadero".

Bem, face ao “combustível” ingerido, superei os restantes 7 quilômetros em estado de êxtase, tamanha minha alegria em rever e frequentar local tão místico, depois de 10 anos.

Nesse derradeiro trecho, a caminho prosseguiu por longo tempo à beira de uma “carretera” vicinal, até a transposição de uma ponte, e a partir daí o roteiro avançou em meio a um raquítico bosque, quando então, saí, mais acima, na única e principal rua de Rabanal del Camiño.

Finalmente, adentrando em Rabanal del Camiño!

Por ela eu avancei e logo encontrei o hostal onde havia feito reserva, e também almocei.

Quando ali aportei, me sentia extremamente cansado, exaurido em minhas energias, fato que me preocupava pois havia enfrentado em jornadas pretéritas extensões maiores sem sofrer quaisquer dissabores.

Poderia ser o efeito do álcool ingerido em El Ganso o culpado pelo meu desgaste corpóreo, que tanto me incomodava.

Essa etapa ficou marcada em minha memória por esse inexplicável desconforto físico.

Entrada do Albergue Gaucelmo, em Rabanal.

Bem, depois de um bom descanso fui até o albergue Gaucelmo carimbar minha credencial, e não encontrei nenhum brasileiro ali hospedado, assim como no albergue municipal, para onde me dirigi depois.

Fui à missa das 7 horas na igreja de Santa Maria, e ali também não reencontrei meu conterrâneo, de forma que espero revê-lo um dia em minha terra natal, no Brasil.

E logo depois da celebração, me recolhi, porque no dia seguinte eu enfrentaria forte desafio, quando afrontaria o famoso monte Irago.

Igreja de Santa Maria, século XII, em Rabanal.

Fato interessante ocorreu que, após retornar ao Brasil, quando me debrucei a escrever meu diário sobre o percurso, constatei no final, que a soma das distâncias vencidas em cada etapa totalizavam 809 quilômetros, dez a menos que o montante realmente percorrido.

Qual seja a quilometragem de uma delas estava incorreta.

Cotejando o que inserira em meu cronograma de viagem com o Guia El País, constatei que na etapa desse inesquecível dia eu, ao invés de percorrer 30 havia, na verdade, caminhado 40 quilômetros.

A rua principal de Rabanal.

Estava, então, explicado o motivo de minha desmesurada fadiga, após vencer o trajeto daquela memorável data: uma quarta-feira, dia 30/04/2014.

E, mesmo sem estar programado, meu corpo dera conta do recado, porque encontrara forças extras para vencer tal distância.

Bom Caminho a todos!