FINAL

FINAL

Conserve os olhos fixos num ideal sublime, e lute sempre pelo que deseja, pois só os fracos desistem e só quem luta é digno de vida.

A origem desse Caminho foi uma antiga calçada romana que enlaçava a costa basca com a meseta espanhola.

Posteriormente, durante a Idade Média, se utilizaram ramais dessa antiga “calzada” para criar uma nova Rota Jacobeia, que evitava o perigo dos ataques normandos e vikings no Caminho de Santiago do Norte, desviando-se até o incipiente Caminho Francês, na cidade de Santo Domingo de La Calzada, pois, em seu início, esse Caminho estava dominado pelos mouros que ocupavam a Península Ibérica.

Ela foi uma das mais importantes rotas jacobeias entre os séculos X a XIII, sobretudo, a partir do ano 1099, ao ser nomeado por Alfonso VIII, como Caminho Real, recebendo peregrinos europeus provenientes do Caminho de Tours e do Caminho do Litoral Aquitano, o Caminho de Soulac.

Posteriormente, após a reconquista das cidades de Nájera e Logronho por parte de Sancho III, “El Mayor de Navarra”, e o avanço dos reinos cristãos até o sul, o Caminho Vasco do Interior foi sendo esquecido, vez se que se iniciava o auge do Caminho Francês.

Um brinde, ao encerrar o Caminho Vasco Interior. Saúde! E que venham outros!!

Porém, sem dúvida, ele é um dos caminhos de peregrinação mais antigos da Península Ibérica.

Assim, nos últimos anos o Governo da Comunidade Vasca tem lutado para revitalizar esse Roteiro com a ajuda das diferentes associações jacobeias, cujas sedes estão instaladas em locais por onde ele transita (Guipúzcoa, Álava e Haro), que tem se desdobrado por munir esse Caminho de infraestrutura e serviços, já que ele está dotado de um número suficiente de albergues para a afluência de peregrino que tem, atualmente.

De se ressaltar, que esse Caminho, como outros que percorri recentemente, está estupendamente bem sinalizado.

Na atualidade, o Caminho Vasco Interior recebe, anualmente, um pequeno volume de peregrino, talvez, devido ao fato de não finalizar em Santiago, ainda que a beleza de suas paisagens e seu passado histórico jacobeu, possam modificar o seu futuro.

Para mim, no entanto, de gratíssima lembrança!

EPÍLOGO

Jamais desista das pessoas que ama. Jamais desista de ser feliz. Lute sempre pelos seus sonhos. Seja profundamente apaixonado pela vida. Pois a vida é um espetáculo imperdível!

Percorrer o Caminho Vasco Interior totalmente solitário, pois não encontrei nenhum peregrino em 8 dias, curtindo a tranquilidade dos campos e a ermosidade do entorno, foi uma das maiores bençãos que recebi nessa jornada.

Porém, aportar a Santo Domingo de La Calzada, tomada por turistas apressados, e me reencontrar com dezenas de caminhantes que provinham do Caminho Francês, foi uma das experiências mais chocantes de minha vida errante.

Assim, cada vez mais estou convencido que será prioritário me afastar desse movimentado “Roteiro” e privilegiar outros menos transitados e turísticos.

Albergue de Peregrinos de Santo Domingo de la Calzada. Recomendo!

Por sorte, na manhã seguinte assisti a legião de caminhantes que seguiam em direção a Grañon, a primeira localidade que se encontra depois de sair da cidade em que o “O Galo cantou”!

Depois, tranquilamente, tomei um ônibus em direção à capital espanhola, distante 290 quilômetros, onde, na manhã sequente, iniciaria o Caminho de Madri, outro roteiro inédito e silencioso.

Bom Caminho a todos!

Maio/2018

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