FINAL

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Visita ao Museu de Frei Galvão.

Toda peregrinação é um misto de meditação e aventura, porquanto, mesmo um simples turista, quando encerra qualquer caminho, equipara-se a um peregrino.

Vez que ele acaba por absorver aquilo que aquele roteiro tem de melhor a lhe oferecer, e não somente aquilo que buscava encontrar.

Nesse sentido, os caminhos de peregrinação nos levam ao isolamento necessário, e suas ramificações são conexões entre nossos mais profundos sentimentos – aqueles que a convivência nos impede de mostrar – e o mundo físico, que se deve identificar ao estado da alma.

Visita ao Museu de Frei Galvão.

Esse contato com a imensidão e com as condições mais adversas é fundamental, não somente para o indivíduo que ousa, que abre frentes, como também para a humanidade em sua totalidade.

Já que, todos os grandes modelos de espiritualização e cada grande descoberta, que mudaram os paradigmas das civilizações, sofreram ou experimentaram um processo semelhante: o isolamento em um biotério.

Mesmo que dentro de um laboratório.

A solidão nos conduz a um desenvolvimento interior, porém quando levada aos extremos, podemos sucumbir em seu abismo.

 “Se ficarmos contemplando o abismo, o abismo nos contemplará”, afirmava Nietzsche.

São os perigos e riscos que corremos durante o percurso, mas que nos ajudam a ter a noção das reais carências e superficialidades de nossa existência, fazendo-nos olhar no conjunto a vida dissipada.

O sentido dessa solidão envolta em tal processo também requer uma investigação extraordinária no interior de cada um.

Essa busca solitária deve localizar-se entre as atitudes orientadas pela vontade racional, emocional, mas, principalmente, existencial.

A solidão, outra faceta contida na alma humana, é fundamental durante esse trajeto, pois seu desenvolvimento e aprofundamento perscrutam nossa intimidade de forma reflexiva.

E nela, os sentimentos de prazer e dor são exercitados e analisados, e nossa decisão de continuar ou não por outros “Caminhos” escolhidos, dependerá desse balanço.

Em consonância, não existem meios ou palavras para expressar o bem-estar que produz o final de uma peregrinação.

Aportar em Guaratinguetá em perfeita forma física e paz interior, não foi apenas a coroação de uma “viagem” especial, rica de acontecimentos.

Ou o deleite de suplantar obstáculos, escalar montanhas, atravessar por locais ermos e silenciosos, sempre escoteiro e compassivo.

Maior que tudo isso, foi o prazer incomensurável de ter apostado num desejo e conseguir realizá-lo, sem intercorrências ou vicissitudes de espécie alguma.

Dessa forma, o Caminho de Frei Galvão ficará eternamente gravado em meu coração, como um dos roteiros mais belos, selvagens e apaixonantes que já percorri.

Pois nele vivi dias raros, desses em que não é preciso acontecer absolutamente nada para se saber que são os melhores da vida.

Meu Diploma do Caminho de Frei Galvão.

Por derradeiro, só me resta relembrar a milagrosa Oração de Frei Galvão, pedindo por luz e saúde a todos:

São Frei Galvão, a vossa benção!

“Pai Santo, fiel remunerador daqueles que, nesta vida de exílio, buscam e trabalham para que em vida se cumpra a vossa vontade santíssima, pedimos humildemente a glorificação do Beato Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, concedendo-lhe socorrer a todos os que em suas necessidades, cheios de confiança, solicitarem a intercessão do "homem da paz e da caridade" e do filho devoto da Imaculada Conceição.

Isto nós vos pedimos para a vossa maior honra e glória, por Cristo Nosso Senhor.  Amém!”             

Mãe Aparecida, rogai por todos nós!

          

Bom caminho a todos!

 

 

Março/2012

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