FINAL

FINAL

Invoca a Santíssima Virgem; não deixes de pedir-lhe que se mostre sempre tua Mãe, e que alcance, com a graça do seu Filho, luz de boa doutrina na inteligência, e amor e pureza no coração, a fim de que saibas ir para Deus e levar-Lhe muitas almas.

(São Jose Maria Escrivá) 

Peregrinação é uma experiência concreta, e não apenas teorias ou abstrações sobre o caminhar.

Ao longo das jornadas e reflexões, percebemos que a viagem não diz respeito somente à trajetória para um lugar, mas, também, remete a um caminho para o indivíduo conhecer a si mesmo.

Peregrinar, portanto, não é apenas ir a um lugar distante ou exótico, porquanto se busca o que está dentro de nós.

A maior dificuldade das pessoas é reconhecer que a grande procura não é por algo insólito, diferente, nunca experimentado.

Na verdade, elas querem algo que já possuem, mas estão afastadas de si mesmas e não podem – ou não querem – ter acesso a aspectos importantes de suas vidas, talvez porque sejam obscuros.

Obrigado, Mãe Aparecida, por todas as graças alcançadas!

Então viajam pelos Caminhos, tentando encontrar além de si as respostas para perguntas que, muitas vezes, sequer são conhecidas.

Mas são roteiros válidos, pois permitem, com a inspiração exterior, investigar algo que pensam ser significativo.

Alguns encontram o que anseiam, muitas vezes na volta; outros se perdem no caminho para nunca mais voltar.

Quem pode dizer quem encontrou o quê?

Apenas aquele que demanda novos roteiros tem consciência de sua busca, de suas perdas, de suas faltas, de seus ganhos e acertos.

Mas apenas para si.

A grande viagem é a vida, o planeta é vasto, o Universo incognoscível, e cada um deve encontrar sua própria luz nas veredas desse cipoal cósmico.

EPÍLOGO

 “É impossível nos aproximarmos de Maria, sem que ela não nos leve até seu Filho. Essa é sua missão. Assim, a devoção mariana nunca é estéril; pelo contrário, seu efeito sempre será um encontro transformador daquele que reza com Jesus.” 

(Imitação de Maria, nº 118) 

O que me trouxe de volta ao Caminho da Fé, após 16 meses de ausência, foi o desejo de rever e contemplar novamente esse roteiro sagrado.

Posto que, ainda em minha residência, senti aquele comichão vitalizante e pleno de fé que ainda me mantém ativo na estrada, deslumbrado ante o imprevisível de novas paisagens e emoções.

Vez que, toda viagem solitária oferece uma espécie de licença especial, permitindo que você seja quem quiser, inclusive, um piedoso peregrino.

Mas, para tanto, é necessário disposição, ânimo, persistência e entusiasmo, vez que caminhar a pé, carregando sua própria mochila, implica numa série de desgastes e enfrentamentos físicos e mentais, que só os estoicistas conseguem superar.

Nesse sentido, entendo que há duas diferenças básicas entre peregrinação e viagens de carros.

A primeira é que a caminhada é você do ambiente, da chuva, do vento, e quem, ou o que, você encontrar.

Obrigado, Mãe Aparecida, por todas as graças alcançadas!

Andando em uma experiência de corpo inteiro, a mente e o corpo funcionam em conjunto, de tal forma que o pensamento torna-se sensível a tudo que acontece no local.

A segunda é que a pé você não está blindado do mundo, pois não há vidro ou aço separando um caminho, e você cumprimenta ou conversa com as pessoas que encontra.

Com efeito, não me lembro de já ter parado ao lado do carro de um estranho, do outro lado da rodovia, para falar sobre as coisas.

Por isso mesmo, foi muitíssimo gratificante rever e abraçar pessoas queridas e ícones do Caminho da Fé, de ótimas lembranças, que eu não via a bastante tempo, como, por exemplo: o Sr. Grings e a Tina em Águas da Prata/SP; a Zéti, no seu bar, 

situado em Crisólia/MG; o Maurão, no seu bar, em Inconfidentes/MG; o Sr. Carlos, proprietário do Hotel San Diego, em Borda da Mata/MG; os componentes da batalhadora família Poka, na Pousada do Poka, em Estiva/MG; a Jandira, da Pousada 

da Praça, em Paraisópolis/MG; Dona Ditinha, da Pousada das Candeias, em Luminosa/MG; o Edson e a Marilda, no Refúgio dos Peregrinos, em Campos do Jordão/SP; e o Sr. Agenor e Dona Maria, da Pousada Agenor, situada no distrito de 

Pedrinhas, cuja sede é Guaratinguetá/SP.

Obrigado, Mãe Aparecida, por todas as graças alcançadas!

Por tudo isso, aportei à Basílica de Aparecida, com o coração em festas, jubiloso ao extremo, pelo mérito de adentrar novamente naquele templo sacro pelas minhas próprias pernas.

Obrigado Mãe Maior, por todas as graças alcançadas e bençãos recebidas durante minha trajetória.

Que eu possa conservar minha saúde e a fé espiritual, para repetir esse ditoso trajeto no futuro, desta vez, a partir de Sertãozinho/SP.

Bom Caminho a todos!

Dezembro/2015

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