9º dia: POUSADA 13 LAGOS (VIRGÍNIA) à PASSA QUATRO – 25 quilômetros

9º dia: POUSADA 13 LAGOS (VIRGÍNIA) à PASSA QUATRO – 25 quilômetros

Anjo do dia: OMAEL - Significado do nome: Deus paciente”

Seria, novamente, uma jornada de razoável extensão.

E para fugir do calor, optamos por sair o mais cedo possível.

Assim, logo após o jantar, avisamos o Sr. Mauro, o proprietário do Pesqueiro 13 Lagos, de nossa decisão.

Como o café da manhã somente seria servido às 7 horas, imediatamente, ele providenciou frutas, pães, bolos, além de uma garrafa térmica, contendo gostoso café, que foram deixados no chalé onde a Célia se hospedara.

Mais um dia, lentamente amanhece.

Como sempre, levantei cedo e, após as providências de praxe, me dirigi ao alojamento de minha irmã peregrina, e ali ingerimos o profícuo desjejum.

Depois, animados, deixamos o local de pernoite, quando meu relógio marcava 5 h 30 min, dobrando à direita, e seguindo pela rodovia em direção à cidade de Virgínia.

Nossas mochilas seguiriam mais tarde, levadas por um taxista, pessoa de confiança do Sr. Mauro.

Ainda estava bastante escuro, mas com minha lanterna na mão, não tivemos problemas.

Percorridos 1.000 metros, sempre em leve descenso, diante de pequeno trevo, adentramos à esquerda numa estrada de terra, e prosseguimos rumo à Passa Quatro.

O caminho nesse trecho é bastante arborizado e seguimos por um roteiro levemente ascendente.

Com o dia lentamente clareando, prosseguimos em leve aclive, na direção de uma grande e verde serra.

Nesse primeiro trecho, encontramos inúmeras motocicletas, que certamente carregavam seus motoristas em direção ao trabalho.

A previsão metereologica indicava tempo nublado para esse dia e, efetivamente, grandes nuvens adornavam o ocidente.

Em face do horário, logo o trânsito se intensificou, e encontramos inúmeros veículos trafegando em sentido contrário, porém, como o piso era em terra pilada, não tivemos problemas com poeira.

O caminho passa pelo vilarejo de Porto.

Percorridos 3.300 metros, transpusemos um rumoroso córrego por uma ponte e passamos a transitar pelo vilarejo de Porto, onde notei algumas casas, bares e uma bela igrejinha.

O local se encontrava silencioso, não fosse pelo latir de cães e o estridente cantar dos galos.

Prosseguindo, numa bifurcação, segui pela direita.

Pouco depois, em outra divisão de caminhos, atento à sinalização, prossegui à esquerda e, lentamente, o roteiro principiou a se empinar.

Pela planilha que portava, sabia que esse aclive seria de longa duração, assim fui dosando minhas passadas, enquanto observava a paisagem que ia se descortinando à minha esquerda.

Podia ver, em detalhes, os locais por onde eu viera caminhando.

Ao fundo e abaixo, o vilarejo de Porto.

Também, visualizava bem abaixo, encravado num vale, o lugarejo de Porto, por onde eu transitara há pouco.

Olhando à frente, podia ver o caminho ascendente, cortando a encosta da montanha, por onde eu prosseguiria a seguir.

O clima permaneceu frio e úmido, excelente para caminhar.

Em determinado patamar, o roteiro fez grande volta por um local arborizado, passou diante de uma casa abandonada, depois voltou a ascender, agora em ziguezague.

Quase no topo da elevação, próximo a um bambuzal, fiz uma pausa para retirar a blusa e me hidratar, enquanto aguardava pela chegada da Célia.

Prosseguindo, giramos à direita, e principiamos a descender.

Pouco depois, assim que a mata se abriu, pudemos observar à nossa esquerda, bem abaixo, num profundo vale, uma paisagem estupenda, o caminho por onde prosseguiríamos a seguir.

O roteiro seguiu bucólico, fresco, arborizado e, ainda descendendo, eu ultrapassei um riacho por uma ponte de madeira, depois passei diante de algumas casas esparsas.

Fincada num local estratégico, uma placa me avisava que ainda restavam 12 quilômetros para eu aportar ao meu destino do dia.

E sem maiores dificuldades, vencidos mais 500 metros, fiz outra pausa diante da sede da imponente Fazenda Aurora, para me hidratar.

Um grande rebanho de vacas leiteiras estava dentro de um mangueiro e, conversando com um dos trabalhadores, fiquei sabendo que ali existiam mais de 300 vacas para serem ordenhadas diariamente.

Casa sede da estupenda Fazenda Aurora.

O capataz da fazenda, um senhor muito educado, trocou algumas palavras comigo, depois seguiu apressado na direção de um grande silo.

Tudo ali estava em intenso movimento, desde tratores, até cavalos encilhados: afinal, era uma segunda-feira, mais um dia de dura labuta, para quem trabalha no campo.

Animais presos para serem ordenhados, na Fazenda Aurora.

Prosseguindo, já mais adiante, o trajeto voltou a ascender e, no final de pequena elevação, passei a caminhar a 1.182 m de altitude.

Depois, principiei a descender.

Nesse derradeiro tramo, já próximo da cidade, havia um intenso trânsito de veículos.

Porém, como o chão estava bem socado, praticamente não enfrentei poeira nesse dia.

Prossegui transitando diante de inúmeras fazendas e, em alguns locais, encontrei farta arborização.

Que, serviram para amenizar o sol ardente, que já crestava sem dó.

Finalmente, vencidos 21 quilômetros, por um dos trechos mais belos do Caminho dos Anjos, eu passei a caminhar sobre asfalto.

Marco da Estrada Real já na zona urbana de Passa Quatro.

Na sequência, ultrapassei um riozinho por uma ponte, e logo avistei um marco da Estrada Real.

Fiz, então, naquele local, uma pausa para aguardar a chegada da Célia e, assim, encerrarmos o roteiro como fizéramos no início do percurso: juntos!

Seguimos, então, por ruas movimentadas, até aportar novamente diante do Hostel Hárpia, local de onde havíamos partido 9 dias atrás.

Concluídas 9 etapas, percorridos 234 quilômetros, o retorno ao local de partida, em Passa Quatro/MG.

O momento era de festa e congraçamento pela vitória conquistada e partilhada.

Batemos algumas fotos, depois, bastante cansados, nos dirigimos ao Hotel Pousada São Rafael, onde havíamos feito reserva.

E depois do profícuo e imprescindível banho, saímos para almoçar.

Com a amiga peregrina Célia Andrade, concluindo o Caminho dos Anjos, em Passa Quatro/MG.

À tarde, dei um grande giro pela cidadezinha, aproveitando para visitar e fotografar sua igreja matriz, dedicada à São Sebastião.

Igreja Matriz de Passa Quatro/MG.

Depois, fui até a rodoviária local para me informar sobre os horários de ônibus para São Paulo.

Ao fundo, o imponente maciço da Serra Fina, em Passa Quatro/MG.

De uma pequena elevação, pude observar e fotografar, pela derradeira vez neste Circuito, o imponente maciço da Serra Fina.

À noite fomos lanchar e brindar o encerramento de mais um caminho, num concorrido barzinho.

Um brinde merecido, em Passa Quatro/MG.

No dia seguinte, logo cedo, principiamos a retornar aos nossos lares.

Visita à casa da Mãe Aparecida, em Aparecida/SP.

Durante o trajeto, contudo, fizemos uma pausa em Aparecida, para assistir à missa, orar pelos parentes e agradecer as graças recebidas.

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Ali, também, orei e pedi bençãos para a mãe da Célia, que no dia seguinte completaria 91 anos de idade.

Mãe Aparecida, até breve!

E, ao final da tarde, feliz e realizado, aportei à minha residência.

FINAL