2023 – CAMINHO PRO INTERIOR: SERRA NEGRA/SP a MONTE SIÃO/MG - 45 QUILÔMETROS

 

Este roteiro foi criado em 2019 e logo após a implementação eu percorri suas duas primeiras etapas, situadas entre as cidades de Amparo e Serra Negra; depois, face à pandemia da Covid-19, seu prosseguimento foi postergado, mas permaneceu latente em minha memória, então, estando tudo liberado, segui em frente até a cidade de Monte Sião/MG.

3º dia: SERRA NEGRA/SP a ÁGUAS DE LINDOIA/SP – 27 QUILÔMETROS

 

Solitário, deixei o local de pernoite às 5h30, me persignei, pedi proteção ao Criador e iniciei a jornada do dia, temperatura na casa dos 15°C.

Três quilômetros percorridos por ruas planas e iluminadas, obedecendo à sinalização, girei à direita, acessei uma larga estrada cujo piso, logo acima, passou a ser de terra e seguiu em forte ascenso, ladeado por uma paisagem belíssima que ia se descortinando pelo lado direito, enquanto o dia lentamente clareava.

Depois, passei a caminhar pelo topo do Morro do Mosquito, num trajeto arejado e extremamente belo, que contempla alguns ascensos e descensos exigentes, até que, no 11º quilômetro eu atingi o ponto de maior altimetria da etapa, situado a 1.116 m de altura, de onde eu detinha uma visão maravilhosa dos arredores e um horizonte sem fim.

Então, ultrapassada a divisa dos municípios de Serra Negra e Lindoia, em meio a muitos cafezais, já sobre piso asfáltico, principiei a descender com ímpeto pelos próximos 4 km e, percorridos 15 km, fiz uma pausa na área central da cidade de Lindoia para fotografar sua igreja matriz, cuja padroeira é Nossa Senhora das Brotas.

Após ingerir um copo de espesso café numa padaria local, retemperado, segui adiante e por uma ponte ultrapassei o rio do Peixe, ainda em zona urbana, porém, logo voltei a pisar sobre terra, numa estrada ascendente e plena de buracos e erosões, que fui vencendo com muita atenção e cuidado, pois essa trilha apresenta a dificuldade mor dessa etapa, onde o aclive é íngreme e extremamente deserto.

Sobrepujados 2 km em ríspido ascenso e já no topo do morro, encontrei uma solitária igrejinha, onde pude descansar, recuperar o fôlego e externar orações.

Prosseguindo, ultrapassei uma porteira, fleti 90º à direita e prossegui caminhando um bom tempo por um pasto ermo, depois, mais abaixo, desaguei numa estrada municipal onde girei novamente à direita e logo cheguei em zona urbana.

O  roteiro seguiu até o Portal da cidade de Águas de Lindoia, depois prosseguiu em brusca ascendência, à direita, em direção ao Morro do Cruzeiro; posteriormente, descendeu bruscamente e após breve giro à esquerda, a etapa se encerrou diante da belíssima igreja matriz da cidade, cujo padroeiro é o Senhor Cristo Rei, onde cheguei extremamente exaurido.


AVALIAÇÃO PESSOAL: Sobre a jornada desse dia, diria que ela é bastante exigente, mormente, pelo trecho a ser percorrido em íngreme ascendência após a passagem pela cidade de Lindoia. Talvez a divisão dessa etapa em 2 trechos seja o ideal às pessoas que não se sintam preparadas para enfrentar ladeiras alcantiladas e descensos arriscados.

 

No Wikiloc, acesse: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/3-d-serra-negra-a-aguas-de-lindoia-67120801


Algumas fotos do trajeto desse dia:

O dia amanhecendo, desde o Morro do Mosquito.

Caminhando pelo topo do morro.

Muitos cafezais no alto da serra.

Igreja matriz de Lindoia.

Início do trecho erodido, logo após a passagem por Lindoia.

Uma capelinha solitária no alto da serra, no 20º quilômetro.

Igreja matriz de Águas de Lindoia, final da 3ª etapa.

4º dia: ÁGUAS DE LINDOIA/SP a MONTE SIÃO/MG – 18 QUILÔMETROS

 

Exatamente, às 5h30, postado diante da igreja matriz de Águas de Lindoia, local onde eu encerrara a etapa anterior, temperatura na casa dos 15ºC, dei início à jornada do dia.

O trajeto seguiu por agradável e bem cuidada zona urbana, sempre em direção ao Morro Pelado, transitando sobre piso asfáltico e rodeado por exuberante natureza.

Percorridos 5 quilômetros e já quase no topo da elevação, cheguei diante da Fazenda Morro Pelado, um local que oferece múltiplas atrações aos turistas.

Ali existe uma capelinha dedicada a “Todos os Santos”, onde fiz uma pausa para orações e agradecimentos.

Prosseguindo, à esquerda, agora já sobre terra, caminhei mais 500 m e atingi o ponto de maior altimetria dessa etapa, situado a 1.157 m de altura.

Então, numa bifurcação, girei à direita e principiei a descender com ímpeto, sempre em meio a esplendorosa natureza, onde o expectante silêncio era um bálsamo para o meu espírito.

Dois quilômetros abaixo eu ultrapassei a divisa dos Estados e adentrei em Minas Gerais, num trecho de serra fresco e arborizado.

O íngreme declive persistiu por 4 km e quando finalmente a estrada aplainou, segui caminhando em meio a inúmeras fazendas de gado leiteiro, rodeado por imensas montanhas, numa paisagem extremamente bucólica.

Finalmente, percorridos 11 km em meio a bucólicos cenários e ar puríssimo, eu desaguei numa estrada municipal, girei à direita e nesse trecho final eu aspirei muita poeira, pois o tráfego de veículos se mostrou intenso.

Percorridos mais 4 km eu adentrei em zona urbana e já sob piso asfáltico segui caminhando até a igreja matriz de Monte Sião, cuja padroeira é Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, onde dei por encerrada minha aventura.

 

AVALIAÇÃO PESSOAL: Sobre a etapa desse dia, diria que ela é extremamente bela e plena de paisagens deslumbrantes, porém, o longo descenso que se inicia após o 6º km percorrido é bastante exigente e nos impõem acurada atenção, pois o piso é cascalhento e qualquer deslize redundará numa queda fatídica.

 

No Wikiloc, acesse: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/aguas-de-lindoia-monte-siao-131450764


Algumas fotos do trajeto desse dia:

Capelinha de Todos os Santos no alto da serra.

Giro à direita e início de longo descenso pelo interior da mata.

Mata exuberante.. clima puríssimo!

Paisagens bucólicas e arejadas...

Céu azul, silêncio e ar puro..

Igreja matriz de Monte Sião, final de minha jornada.

 FINAL

 

Atualmente, todos vivemos em um mundo dominado pelas máquinas.

Quase não restam em nosso deteriorado planeta espaços livres, onde possamos esquecer nossa sociedade industrial e testar, sem sermos incomodados, nossas faculdades e energias primitivas.

Em todos nós se esconde uma saudade do estado primogênito, com o qual podíamos calibrar-nos com a natureza e enfrentá-la, descobrindo a nós mesmos.

Aqui está basicamente a razão de não haver para mim uma meta mais fascinante que esta: “Um homem e um Caminho!”

Nesse sentido, Deus permitindo, em breve retorno às Gerais para prosseguir minha caminhada, desta vez em direção às cidades de Bueno Brandão, Munhoz, etc..

 

Bom Caminho da todos!

 Abril/2023