A VIAGEM

A VIAGEM

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe dos pobres pecadores, que, aparecendo em Fátima, deixastes transparecer em vosso rosto celestial uma leve sombra de tristeza, para indicar a dor que causam os pecados dos homens, os quais, com maternal compaixão, exortastes a não afligir mais a vosso Filho com a culpa e a reparar os pecados com a mortificação e a penitência, dai-nos a graça de uma sincera dor dos pecados cometidos e a resolução generosa de reparar com obras de penitência e mortificação todas as ofensas que se inferem a vosso Divino Filho e o vosso Coração Imaculado.” 


Minha aventura começou numa terça-feira à tarde, quando embarquei em São Paulo, rumo a Portugal.

No dia seguinte, após um breve translado pelo aeroporto de Madri, eu desembarquei na cidade de Lisboa.

Rapidamente, tomei um táxi e, na sequência, me registrei na Pensão Residencial Norte, situada em local privilegiado, no bairro da Alfama, e próximo da Praça do Rossio.

Depois de tomar um banho, arrumar minha mochila e descansar um pouco, segui, animado, em direção ao bar e restaurante Paço Real, onde seu proprietário, o simpático Sr. Carlos, entregou minha Credencial Peregrina, emitida pela Associação~de Amigos dos Caminhos de Fátima (www.caminho.com.pt), que ali havia sido deixada pelo meu preclaro amigo Aurélio Simões.

A igreja Sé de Lisboa.

Em seguida, fui até a Catedral da Sé, um templo dedicado a Santo Antônio (de Pádua), posto que ele era português, de nascimento.

O dia se encontrava claro, fresco, com céu azul e sem nuvens.

Em azul, localizada à direita da Sé, a primeira flecha do Caminho de Fátima.

Após algumas fotos do local, adentrei à igreja e me dirigi à Secretaria da Catedral, onde obtive o primeiro carimbo em minha Credencial Peregrina.

Depois de profícua visita no interior da Sé, me dirigi à igreja de São Domingos, um templo cujo interior foi preservado com as mazelas de um grande incêndio.

Fui contagiado pela mística luz da igreja e, por fim, reparei na pedra que adorna suas paredes, parcialmente consumida pelo fogo, em 1959, que fez com que a igreja estivesse fechada até 1994. 

O interior da fabulosa igreja de São Domingos, que muito me impressionou.

A sua origem remonta a 1241, tendo sido alvo de várias obras de remodelação e reconstrução, o que fez com que sejam visíveis elementos de diferentes períodos e influências, como o maneirismo e o barroco. 

Durante muito tempo, a Igreja de São Domingos foi uma das maiores de Lisboa, e nela eram realizadas grandes cerimônias religiosas como os casamentos e batizados reais. 

Manchetes dos jornais, à época do incêndio.

Por outro lado, era também dali que saíam em procissão os condenados à fogueira da Inquisição.

Sinceramente, deixei o local boquiaberto e extremamente emocionado pelo que vi e senti em seu interior.

Nossa Senhora de Fátima, rogai por todos nós!

À tarde, após dar um extenso giro pela parte central do bairro da Alfama, onde eu me encontrava hospedado, fui até um supermercado me prover de víveres, já prelibando a aventura que iria iniciar.

Praça do Rossio, em Lisboa.


À noite, optei por um singelo lanche no quarto e logo fui dormir, pois ainda me encontrava sob o “efeito do fuso horário”, pois sentia algumas dores no corpo, em face do desconforto vivenciado no avião que me trouxera à Europa.


Porquanto, além do “stress” da viagem, eu havia estado muito tempo sentado na mesma posição, o que prejudica tanto o sistema digestivo quanto a coluna e o pescoço.


Sonolência, fadiga, falta de concentração, náuseas e problemas no estômago e intestino são alguns outros sintomas decorrentes dessa mudança.


E sabia que esses incômodos acontecem porque o corpo é controlado por um relógio biológico habitual, ou seja, horários para dormir e fazer refeições que são alterados quando se chega ao local de destino.



Defronte à Sé de Lisboa, animado para iniciar minha peregrinação rumo a Fátima.

Ainda assim, antes de me deitar, lembrei de pedir proteção a Nossa Senhora de Fátima, recitando a “Oração da Proteção”, que diz:

Nossa Senhora de Fátima, virgem poderosa, recorro a Vossa proteção contra todos os assaltos do inimigo, pois Vós sois o terror das forças malignas.

Eu seguro no Vosso manto santo, me refugio debaixo dele para estar guardado, seguro e protegido de toda violência, que principalmente nos dias de hoje tem atingido tantas famílias, vítimas de assaltos, sequestros, ameaças e medo.

Mãe Santíssima, Refúgio dos pecadores, Vós recebestes de Deus o poder para esmagar a cabeça da serpente infernal e com a espada levantada afugentar os demônios que querem acorrentar os filhos de Deus.

Curvado sobre o peso dos meus pecados venho pedir a Vossa proteção hoje e em cada dia da minha vida, para que vivendo na luz do Vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo eu possa depois desta caminhada terrena, entrar na pátria celeste.

Amém!

O CAMINHO DE FÁTIMA

O Caminho de Fátima, situado entre Lisboa e Fátima, ao logo de 150 quilômetros, inscreve-se num espaço geocultural marcado pelo rio Tejo e pelo complexo sistema natural e social associado a esta grande via fluvial que atravessa Portugal.

Uma grande parte do Caminho, com o rio por horizonte, avança pela paisagem serena das planícies da Lezíria, e outra parte prossegue por planaltos, serras e vales do maciço calcário das Serras de Aire e Candeeiros, o ancestral e caraterístico território de transição entre o sistema fluvial do Tejo e o litoral atlântico.

O Caminho inicia-se em Lisboa, na Igreja da Sé, e termina na Cova da Iria, em pleno Santuário de Fátima, junto da Capelinha das Aparições.

Parte deste Caminho também é um Caminho para Santiago.

Este caminho está divido em 5 jornadas (etapas a percorrer durante 1 dia), cada uma delas com percursos pedonais de cerca de 20/30 km, definidos em função das caraterísticas geográficas e sociais e culturais, da logística de apoio a peregrinos e das adequadas condições de fruição durante um dia de viagem.

Ao longo de cada jornada, destacam-se etapas (ou sub-etapas) com caraterísticas específicas, definidas com base nas condições do percurso, nas referencias da paisagem e do patrimônio cultural e em eventuais necessidades de pausas para descanso e meditação.

Fonte: web

RESUMO / INSTRUÇÕES

Trata-se de uma peregrinação pelos campos, com todas as características dos caminhos campestres e montanhas, chuva e calor incluídos.

Devido a travessia de uma zona de montanha, de grande beleza paisagística, o peregrino deve-se preparar fisicamente para fazer esse caminho.

Se a sua condição física não for um melhor, deve considerar dividir como etapas em vários dias.

Este caminho não é apto para peregrinos com dificuldades de locomoção.

Deve-se levar água, alimentos e protetor solar.

Não deve deixar lixo no caminho ou fazer fogo.

Caso coma a peregrinar cedo, deve fazer silêncio dentro das povoações.

Este não é um caminho de santiago e nem foi feito qualquer estudo sobre o passado histórico deste roteiro.

A travessia da serra de Minde em bicicleta ou cavalo, deve ser feita pela alternativa de estradas / rodovias.

Obs: Extraído do guia editado pelos “Caminhos de Fátima-Portugal” - site: www.caminmho.com.pt