2º dia: TRECHO DO BENTO PONTEIRO – 28 quilômetros Início: Avenida Fford s/n (Vila de Paranapiacaba) Fim: Praça Cipriano Branco da Silva - Igreja Matriz (Vila de Taiaçupeba) O clima estava frio e chuvoso, assim, deixei o local de pernoite às 6 h, debaixo de uma impertinente garoa, mas que logo cessou. O nevoeiro prosseguia intenso, por isso me guiei com a lanterna e o aplicativo Wikiloc, que eu baixara em meu aparelho celular, onde estava gravado o roteiro que eu seguiria. No início, muita umidade, acrescida de intensa cerração. O piso molhado, o ar frígido, o silêncio e a ermosidade marcaram esse meu primeiro trecho, até que, após 4 quilômetros percorridos, passei pela vila de Taquarassu. Ela está localizada no município de Mogi das Cruzes e foi construída por trabalhadores italianos, durante a II Guerra Mundial, na Fazenda de Taquarussu, uma propriedade particular, que fornecia lenha e carvão para as locomotivas da São Paulo Railway. Ao passar por ali, o caminho faz um pequeno desvio por fora da área construída, porém é possível avistar as edificações da época, uma capela construída em homenagem à Santa Luzia e um pequeno lago. O roteiro prosseguiu ermo e desabitado, porém, diferentemente do dia anterior, não encontrei a pertinente sinalização e acabei me perdendo, pois existem várias bifurcações. Depois de caminhar uns 10 quilômetros, encontrei com um senhor que me explicou detalhadamente como eu deveria fazer para me reencontrar com o Caminho do Sal. Segui por estradas largas e após ladear as imensas instalações da Furnas Centrais Elétricas de Tijuco Preto, acabei por me enlaçar novamente com o roteiro original e, curiosamente, apesar do grande e desnecessário giro, caminhei apenas 1 quilômetro a mais em relação ao percurso correto. Ainda assim, transitei por locais de expressiva beleza. Em Quatinga, um distrito de Mogi das Cruzes, fiz uma pausa para descanso e hidratação, enquanto aguardava a chuva cessar. Nas proximidades dessa povoação, do topo da Pedra Grande, uma afloração de granito que faz parte do compartimento da serra, avista-se o litoral em dias de céu aberto. Na pequena vila, a Igreja de Nossa Senhora da Piedade foi erguida na década de 1950 e lá você pode encontrar alguns estabelecimentos comerciais, serviços e linhas de ônibus municipais que levam até a região central de Mogi. A sequência foi por uma estrada bastante urbanizada e plena de chácaras, mas, depois de 4 quilômetros percorridos, numa bifurcação, eu adentrei à direita e vivenciei novamente o silêncio e a ermosidade, até a chegada ao distrito de Taiaçupeba, ponto final do caminho. Sua colonização data de 1864, quando passou a ser utilizado por bandeirantes para repouso e acampamento, sendo que a maior parte do seu território está em área de Mata Atlântica. Seu nome se deve à presença de porcos selvagens, os queixadas, espécie nativa da região, chamados TAI (dente) ASSU (grande) PEBA (branco) pelos indígenas. A igreja Matriz de Taiaçupeba ou Paróquia Santa Cruz, o ponto final/inicial do caminho, foi reformada e redecorada com pinturas de José Benedito da Cruz (conhecido como JBC), por volta do século XIX. Quanto ali aportei, posei para uma foto de recordação, depois tomei um ônibus e segui para Mogi das Cruzes, onde pernoitei. E no dia seguinte, retornei ao meu lar. Algumas fotos do percurso desse dia: A pequena vila de Taquarassu, vista pelo lado externo, já que o seu atual dono cercou a propriedade. Caminho ermo e silencioso. Depois de Quatinga, o caminho se torna um tanto urbano. Trecho maravilhosos, pleno de paz, silêncio e muito verde. A igrejinha de Taiaçupeba. RESUMO DO DIA - Tempo gasto, computado desde Paranapiacaba até o distrito de Taiaçupeba: 6 h. Clima: nublado/chuvoso, variando a temperatura entre 12 e 19 graus. Para visualizar essa trilha, gravada no aplicativo Wikiloc, acesse: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/paranapiacaba-a-taiacupeba-25571355 |
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