2021 – CAMINHO DAS CAPELAS – INCONFIDENTES/MG – 76 QUILÔMETROS


Não importa se o desafio é forte, grande ou difícil demais, porque a determinação de vencer supera qualquer obstáculo!

Eu estivera em Inconfidentes/MG, recentemente, quando fora percorrer o Caminho de Graças & Prosas, e não esperava retornar tão cedo a essa acolhedora localidade.


No entanto, a tentação em conhecer mais um caminho novo me venceu, assim, eu viajei em direção ao “Bar do Maurão” e no dia sequente dei inicio à mais uma inédita peregrinação.

A belíssima igreja matriz de Inconfidentes/MG

APRESENTAÇÃO DESSE NOVEL ROTEIRO


O Caminho das Capelas é um roteiro de peregrinação guiada, com um percurso de 76 quilômetros.


Trata-se de um circuito que tem como ponto de partida e chegada a igreja matriz de São Geraldo Majela, situada em Inconfidentes (MG).


No trajeto, o peregrino passará pelas 24 igrejas deste município, localizado no sul de Minas Gerais, além de outras 2 capelas situadas no vizinho município de Bom Repouso, e uma inserta no município de Tocos do Moji, sendo que a peregrinação a pé poderá ser feita em 3 dias.


Conhecer esse pedacinho de Minas Gerais, lapidado entre as colinas da Serra da Mantiqueira, é uma vivência de encontro com a história e com a fé de um povo originado pela colonização portuguesa, italiana, espanhola, africana, estoniana e de tantas outras nacionalidades.


Percorrer o Caminho das Capelas fará o peregrino experimentar o jeito simples e acolhedor dos mineiros, bem como proporcionará ao viajante uma vivência de fé e contato com o “Sagrado” expressos nas construções singelas dos templos, além de saborear o melhor da gastronomia mineira e preencher a alma com a exuberância da natureza local.


A contemplação das Capelas, cachoeiras, colinas, araucárias e dos vales por onde jorram abundantes nascentes d’água, poderá conduzir o peregrino ao encontro consigo mesmo, num mergulho ao que existe de mais elevado na alma: a esperança de preencher o coração com a simplicidade e com o infinito!


Fonte: www.caminhodascapelas.com

No Bar do Maurão, com o próprio, Oswaldinho, Eraldo, eu e José Valmei Bueno, o idealizador do Caminho das Capelas.

1º dia: INCONFIDENTES ao BAIRRO BOA VENTURA – 28 QUILÔMETROS


Aproveite cada minuto fazendo o que gosta e o que é saudável, porque o tempo não volta…o que volta é a vontade de voltar no tempo…

DESCRIÇÃO (Adaptado do site): O primeiro dia de peregrinação começa em frente a igreja matriz de São Geraldo Majela. Um momento de mística marca o início da caminhada tendo como cenário o templo em estilo românico, cuja pedra fundamental é datada de 1952. Outras 11 capelas, sendo 3 no perímetro urbano e 8 templos na área rural estão na agenda do dia. Logo no início do trajeto, o peregrino será desafiado a conquistar o cimo da imponente Serra da Grama até chegar ao topo, com altitude de 1110 metros. De lá é possível contemplar o Vale do Rio Mogi Guaçu, onde foi levantado o Núcleo Colonial de Inconfidentes, na década de 1910. Do mirante natural se descortina também a imensidão de montanhas que forma a cordilheira da Serra da Ventania, localizada no vizinho município de Ouro Fino. O caminhante desbravará os caminhos que cortam as lavouras de café e pequenos rios e conhecerá a fé expressa na simplicidade das igrejas rurais. A peregrinação deste dia passa na bucólica cachoeira Dois Pulos, localizada no bairro Cambuizinho. Depois, o desafio é subir até o Mirante Natural São José, numa localidade de nome curioso, “Rebenta Rabicho”, com quase 1200 metros de altitude. De lá é possível contemplar a grandiosidade dos vales, além de observar a Serra da Torre, o ponto mais alto do vizinho município de Bueno Brandão, com mais de 1700 metros de altura. Depois, o caminho leva o peregrino a Capela Nossa Senhora das Graças, no bairro Boa Vista dos Góes. O templo construído na década de 1990 está encravado entre as montanhas. Os derradeiros passos da caminhada conduz o visitante para o vale do Bairro Boa Ventura. (Fonte: www.caminhodascapelas.com)


Deixei o local de pernoitei às 5 h 30 min, sob um clima frio e ventoso, e me dirigi à igreja matriz da cidade, cujo patrono é São Geraldo Majela, e quando ali cheguei, me persignei, pedi paz e proteção na trilha, depois, resoluto e animado, segui à direita, em direção à saída da cidade.


Após um breve giro pelo interior da Fazenda do Instituto Federal do Sul de Minas, que se encontrava integralmente deserta naquele horário, passei diante da Capela de São Judas Tadeu, localizada junto ao rio Mogi Guaçu e que fora recentemente inaugurada.


O trecho sequente e ainda urbano, me levou a transitar diante das Capelas de Santa Luzia e Nossa Senhora Aparecida, antes de atravessar a rodovia MG-295 e adentrar à esquerda, em larga estrada de terra, depois de percorrer 3 quilômetros.


Na sequência, “escalei” a serra da Grama e quando atingi seu topo, situado a 1.065 m, observando à minha retaguarda, pude avistar todo o vale do rio Mogi Guaçu, a cidade de Inconfidentes abaixo e, ao longe, a cordilheira que abriga a serra da Ventania.


Seguindo em frente, passei diante da Capela de São Judas Tadeu, depois, principiei a descender e logo, ainda em declive e após percorrer 10 quilômetros, parei para fotografar a capela de São Miguel, no bairro Bernardes.


Até ali, como no trecho sequente, transitei entre extensos cafezais e imensas pastagens, onde o gado leiteiro era a tônica.


Ainda em declive, logo retornei à rodovia MG-295 e caminhei 1.000 metros pelo seu acostamento, antes de fletir à direita e transitar diante da Cachoeira da Antiga Usina, um espetáculo digno de nota que, infelizmente, se encontrava com baixo volume de água, face à estiagem que grassava na região.


Prosseguindo, logo passei diante da singela capela de Santa Cruz, antes de adentrar ao bairro Pinhalzinho dos Góes, que percorri integralmente, até chegar diante da bela igreja de São José, padroeira desse enclave, após percorrer 14 quilômetros.


Numa padaria ali existente, aproveitei para ingerir um copo de café acompanhado por um delicioso pão de queijo.


Seguindo adiante, eu atravessei a rodovia MG-295, depois, já em leve ascenso e, em sequência, passei diante da Capela de Santa Cruz, entrada para a Cachoeira Dois Pulos e Capela de Santa Terezinha, todas situadas no bairro Cambuizinho.


Então, teve início um severo aclive que, em seu topo, localizado a 1.110 m de altitude, num local denominado “Rebenta Rabicho”, me levou ao Mirante de São José, de onde se descortina uma imensidão de montanhas, a perder de vista, com destaque para o Pico da Torre, com 1.750 m de altura, o ponto de maior altimetria do vizinho município de Bueno Brandão.


Depois de uma pausa para hidratação, fotos e contemplação, eu prossegui adiante e logo passei defronte à Capela de Nossa Senhora Aparecida, no bairro Freitas e, em sequência, pela estilosa Capela de Nossa Senhora das Graças, já no bairro Boa Vista dos Góes, onde fiz outra pausa para fotos e orações, pois a encontrei aberta para visitas.


Prosseguindo, após vencer outra ladeira, cheguei ao bairro Boa Ventura e parei diante da Capela de São Manuel, onde dei por encerrada a jornada desse dia, então, após contato telefônico com o taxista Ademar, logo eu estava de volta ao local de pernoite.


Algumas fotos do trajeto:

Vista desde o topo da serra da Grama. Abaixo, a cidade de Inconfidentes.

Capela São Judas Tadeu, bairro da Grama.

Em descenso pelo bairro Bernardes.. cafezais à frente... 

A bela Capela de São José, bairro Pinhalzinho dos Góes.

Vista desde o "Rebenta Rabicho", lado direito. Ao longe, o bairro Pinhalzinho dos Góes, entre colinas. 

Vista desde o "Rebenta Rabicho", lado esquerdo. O Pico da Torre aparece no centro da foto.

No topo do morro, vista do bairro Boa Vista dos Góes.

A bela Capela de São Manuel, bairro Boa Ventura.

PERCURSO: 0,0 km: Igreja Matriz /// 1,6 km: Capela São Judas (Estrada Velha de Ouro Fino) /// 2,6 km: Capela Santa Luzia (Bairro Santa Luzia) /// 3,1 km: Capela Nossa Senhora Aparecida (Vila Nossa Senhora Aparecida) /// 6,4 km: Capela Santa Cruz (Bairro Grama) /// 7,0 km: Capela São Judas (Bairro Grama) /// 9,2 km: Capela São Miguel (Bairro Bernardes) /// 13,8 km: Capela São José (Bairro Pinhalzinho dos Góes) /// 18,3 km: Capela Santa Terezinha (Bairro Cambuizinho) /// 22,1 km: Capela Nossa Senhora Aparecida (Bairro Freitas) /// 24,4 km: Capela Nossa Senhora das Graças (Bairro Boa Vista dos Góes) /// 27, 4 km: Capela São Manuel (Bairro Boa Ventura).


AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma etapa de razoável extensão e com algumas dificuldades altimétricas no trajeto, mormente quando da escalada da serra da Grama e do “Rebenta Rabicho. Porém, com lindos visuais de montanha, onde o verde dos imensos cafezais é o destaque. Embora eu tenha encontrado variado tráfego de veículos nas estradas rurais, por estarmos em plena colheita do café, há trechos onde impera o silêncio e a ermosidade, e a contemplação das belezas circundantes se faz obrigatória. Destaque para as inúmeras Capelas que encontrei pelo Caminho, algumas de excelsa beleza em seu formato, como aquela existente no bairro Boa Ventura, cujo patrono é São Manuel.

2º dia: BAIRRO BOA VENTURA a VENDA DO GENU – 32 QUILÔMETROS


Escolha o positivo, Busque algo que te dê alegria, entusiasme-se por uma coisa nova e curta os bons momentos que Deus te proporciona!

DESCRIÇÃO (Adaptado do site): O segundo dia de peregrinação começa no vale do Bairro Boa Ventura. Depois de vencê-lo, o peregrino dará início à subida de parte desta imponente serra. Cafezais e lavouras de morango abraçam o visitante. A exigência dos altos morros é compensada pelos momentos finais da peregrinação, quando na passagem do bairro Espraiado para o Bairro Pessegueiros se descortina, no topo da Serra das Posses, uma visão incrível do horizonte. O ponto seguinte de peregrinação é a capela Nossa Senhora da Penha. A escolha da padroeira se deu na década de 1980, exatamente em homenagem aos penhascos ou às altitudes que cercam o templo. Prosseguindo, a caminhada é marcada pelo contato com a história e com a devoção mineiras. A peregrinação nesse trecho envereda, nos primeiros passos, por descidas íngremes, depois os planaltos imperam. As capelas são sinais da riqueza cultural e da tradição religiosa do povo desta terra (Fonte: www.caminhodascapelas.com)


Eu combinara com o taxista Ademar para ele me apanhar às 5 h e no horário aprazado ele chegou, nos cumprimentamos, adentrei em seu veículo e 30 minutos mais tarde eu estava de volta ao bairro Boa Ventura, defronte à igreja de São Manuel, local onde eu encerrara a etapa do dia anterior.


Bem disposto, iniciei minha jornada e logo principiei a ascender por uma serra, numa toada que se prolongou por 4 quilômetros, sempre em meio a cafezais e, quando atingi o topo, situado a 1.250 m de altitude, eu pude avistar à minha frente o famoso Pico da Torre que, com 1.750 m de altitude, é o ponto culminante da região.


Então, com o dia já claro e cercado por imensas lavouras de morango, principiei a descender bruscamente e, percorridos 6 quilômetros, transitei pelo bairro dos Caetanos, onde parei para orar e fotografar a bela Capela de São Pedro.


O trajeto sequente, levemente descendente e situado, quase sempre, ao lado de um belo e rumoroso ribeirão, me levou a transitar diante da Capela de São Benedito, depois, pela Capela de Nossa Senhora das Graças, ambas situadas no bairro Espraiados onde, em duas oportunidades, parei para dialogar com moradores locais.


Então, percorridos 12 quilômetros, numa bifurcação, eu fleti radicalmente à esquerda e passei a caminhar novamente em forte aclive que, 3 quilômetros acima, me levou a 1.320 m de altura, o ponto de maior altimetria do Caminho das Capelas, situado no topo da serra das Posses, de onde eu detinha uma visão preciosa do amplo horizonte que se descortinava à minha frente.


Hora de contemplar o horizonte, fotografar paisagens imorredouras e agradecer a Deus pelo dom da vida.


Caminhei um bom tempo pelo cimo da montanha, cercado por belíssimas propriedades rurais, depois, já em leve descenso e percorridos 17 quilômetros, passei diante da Capela de Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião, situada no bairro Pinhal Redondo, e a partir desse marco teve iniciou brusco declive, culminando, mais abaixo, com a passagem diante da Capela de Nossa Senhora da Penha, situada no bairro Pessegueiros.


Até ali eu já havia percorrido 20 quilômetros, então, com o sol forte, fiz uma pausa para descanso, hidratação e fotos, depois, refeito, segui em frente e logo precisei superar outra serrinha, então, novamente em agudíssimo declive, passei diante da Capela de São Sebastião, localizada no bairro Porantava.


Ali eu girei à direita e caminhando por uma estrada plana e arborizada, percorridos mais 5 quilômetros, transitei diante da Capela Bom Jesus, localizada no bairro Boa Vista da Adelaide, depois, ainda em forte declive, mais abaixo, eu ultrapassei o rio Mogi Guaçu por uma ponte e logo cheguei diante da Venda do Genu, onde dei por encerrada a jornada desse dia.


Algumas fotos do trajeto:

O dia amanhece... em descenso para o bairro Caetanos.

Capela de São Pedro, bairro Caetanos.

Capela de Nossa Senhora das Graças, bairro Espraiados.

Em forte descenso, depois do bairro Pinhão Redondo.

Capela Nossa Senhora da Penha, bairro Pessegueiros.

Capela do Bom Jesus, bairro Boa Vista da Adelaide.

PERCURSO: 0,0 km: Capela São Manuel (Bairro Boa Ventura) /// 5,6 km: Capela São Pedro (Bairro Caetanos) /// 9,1 km: Capela São Benedito (Bairro Espraiados) /// 10,3 km: Capela Nossa Senhora das Graças (Bairro Espraiados) /// 17,0 km: Capela Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião (Bairro Pinhal Redondo) /// 20,1 km: Capela Nossa Senhora da Penha (Bairro Pessegueiros) /// 23,4 km: Capela São Sebastião (Bairro Porantava) /// 28,28 km: Capela Nova e ruína da Capela Bom Jesus (Bairro Boa Vista da Adelaide) /// km 32,00: Venda do Genu.


AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma etapa de grande extensão e com duas imponentes serras a serem sobrepujadas, porém, que oferece paisagens de indescritíveis belezas. Novamente, a tônica no percurso foi a lavoura cafeeira, contudo, nos bairros dos Caetanos e Espraiados, a cultura do morango é o destaque, juntamente com a pecuária leiteira. No percurso encontrei, como na etapa anterior, belas Capelas e povo extremamente receptivo, porém, os íngremes descensos acabaram por magoar sensivelmente meus membros inferiores. No global, um percurso de esplendorosa beleza, onde aproveitei para me reconectar com a natureza e agradecer a "Mão do Criador" por suas magníficas obras, que contemplei à exaustão.

3º dia: VENDA DO GENU ao CENTRO DE INCONFIDENTES – 16 QUILÔMETROS


Quando Deus nos oferece mais um dia de vida é nossa obrigação desfrutar dessa dádiva com alegria e gratidão!

Resumo do 3º dia: “O último dia mostra a graciosidade dos riachos no bairro Córrego da Onça e a singeleza da acolhida na Capela dedicada à beata Nhá Chica, que coroam esta rica experiência de fé e de contato com o sagrado e com a natureza. A chegada de volta à Igreja Matriz São Geraldo Majela, lugar de onde se partiu, expressa o Criador do Universo como Senhor de nossos caminhos, princípio e fim de tudo. No Criador do Universo tudo começa e tudo termina.” (Fonte: www.caminhodascapelas.com)


Seria minha jornada derradeira nesse curto giro e nela tive o prazer de dividir a trilha com meu “Xará”, o Oswaldinho, uma companhia extremamente disposta e agradável, que prezo muito.


Novamente, conforme combinado, o taxista Ademar nos apanhou na pousada e nos colocou diante da Venda do Genu, assim, pontualmente, às 6 h 45 min, demos início à jornada desse dia.


Na sequência, nós atravessamos a rodovia MG-290 e logo enfrentamos um íngreme, mas fresco ascenso, que fomos vencendo passo a passo, aproveitando para observar e fotografar a paisagem que ia ficando à nossa retaguarda, e 3 quilômetros à frente, chegamos ao topo do morro, situado a 1.075 m de altitude.


Então, principiamos a descender e no 5º quilômetro percorrido, desaguamos no roteiro do Caminho da Fé, nosso velho conhecido, então, giramos à direita e 1.000 m depois, no bairro Córrego da Onça, pudemos fotografar a Capela ali erigida em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.


Ela está situada na propriedade do Sr. Joaquim Moreira que, gentilmente, nos recebeu para um café e uma boa prosa em sua residência, depois, abriu o templo para que pudéssemos conhecer e orar em seu interior.


Na sequência e após fraternas despedidas, retornamos sobre nossos passos, num trajeto sombreado, fresco e levemente descendente, e no 10º quilômetro fizemos demorada visita à Capela de Nhá Chica, situada no bairro dos Romas, de gratas lembranças.


Seguindo em frente, por uma estrada plana e arborizada, no 11º quilômetro, transitamos diante da Capela Sagrado Coração de Jesus, e durante nosso percurso na “contramão”, cruzamos com inúmeros peregrinos e ciclistas que estavam percorrendo o Caminho da Fé, com quem conversamos alegremente, depois, desejamos-lhes um sonoro “Bom Caminho!


Assim, prosseguindo adiante, logo chegamos à rodovia MG-290 e por ela retornamos ao centro de Inconfidentes, onde estacamos para fotos, mais especificamente, diante da matriz de São Geraldo Majela, local de onde eu partira há 3 dias.


Ali, novamente, me persignei, orei a Deus pelo meu bem-sucedido giro, salmodiei preces de gratidão e depois de fazer profícua e necessária visitar ao interior desse majestoso templo, retornei ao local de pernoite e mais tarde, após almoçar na companhia do “Xará”, regressei à minha residência.


Novamente, meu pleito de gratidão ao “Oswaldinho”, pela maravilhosa parceria que, espero, possamos repetir em breve.


Algumas fotos do trajeto:

Alegria na trilha, com meu Xará Oswaldinho!

A paisagem que íamos deixando à nossa retaguarda, por onde eu descendera na etapa anterior.

No bairro Córrego da Onça, com Joaquim Moreira e meu Xará, diante da Capela de Nossa Senhora Aparecida.

No bairro dos Romas, visita à Capela de Nhá Chica.

Chegada diante da igreja matriz de Inconfidentes, ponto final de minha peregrinação.

PERCURSO: 0,0 km: Venda do Genu /// 6,0 km: Capela Nossa Senhora Aparecida (Bairro Córrego da Onça) /// 10,0 km: Capela Beata Nhá Chica (Bairro Romas) /// 11,0 km: Capela Sagrado Coração de Jesus (Bairro Romas) /// 16,0 km: Igreja Matriz São Geraldo Majela.


AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma etapa de diminuta extensão e, a partir do 5º quilômetro, já minha velha conhecida, posto que seu traçado coincide com o Caminho da Fé. No entanto, trata-se de um percurso sombreado e de rara beleza, onde aproveitei para colocar o papo em dia com meu parceiro e amigo Oswaldinho. No global, uma jornada agradabilíssima e, pena, a derradeira nesse maravilhoso Circuito.

FINAL


Que lugar, que viagem, que cenário de fundo… A cada quilômetro conquistado uma vista única, uma surpresa nova….

Meu Certificado Peregrino.

A peregrinação, como um todo, propicia uma experiência única e individual.


Única porque, mesmo que se volte a um lugar no espaço, a gente o faz em um período diferente de tempo, e isso altera cenários, pessoas, situações, tendências e estilos de vida.


Individual porque todo um conhecimento aprendido em tradições orais, livros, filmes ou telas de computadores só se consolida de maneira indelével em nossa vida, quando submetido à experiência.


Desta vez, embora eu não estivesse seguindo diretamente para um local eminentemente sacro, posso dizer que os trajetos percorridos, diariamente, nas 3 etapas que venci, foram belíssimos e, alguns até, de selvagem rudeza, mormente aquele empreendido no “Rebenta Rabicho”.


Acresça-se que esse circuito é seguro e possui um diferencial importante e fundamental, porquanto, aproximadamente, 94% de seu trajeto é percorrido sobre terra.


Foi, por isso mesmo, gratificante devassar verdes horizontes, fazer amizades, interagir com aqueles que residem ao longo do roteiro, bem como conhecer novos enclaves, com seu povo, história e templos cristãos.


Ao mesmo tempo, pude me conectar com o sagrado, observar com calma as obras do Criador, admirar a natureza intacta e renovar meus Votos Marianos, pois ermidas existem à profusão nesse itinerário.


Contudo, gera, também, obstáculos físicos de considerável porte, assim, como conselho amigo, recomendaria aos caminhantes menos experientes, não intentarem tal travessia solitário, tal qual eu fiz nas duas primeiras jornadas.

Mais um Certificado que guardarei com muito orgulho e carinho! (Créditos da foto: José Valmei Bueno)

Inobstante tais entraves, quando aportei defronte à igreja matriz de Inconfidentes, cujo padroeiro é São Geraldo Majela, ponto final do Caminho das Capelas, encontrei o prêmio que tanto ansiava.


Em relação à minha convicção religiosa, experienciei a iluminação interior.


Já, concernente ao meu ardor peregrino, o autoconhecimento.


Recompensas abstratas, sem dúvida, mas, para mim, de valor inestimável.


Finalizando, um agradecimento especial ao jornalista do Instituto FSULDEMINAS-Campus Inconfidentes e voluntário do Caminho Nhá Chica, José Valmei Bueno que, de maneira intrépida e perspicaz levantou a história das capelas e igrejas do município, depois mapeou, fundamentou o percurso e, futuramente, auxiliará na sinalização desse abençoado roteiro.


Por derradeiro, transcrevo um pensamento que cogito, reflete um pouco daquilo que imaginei, vi, vivi e senti durante minha jornada:


...E há uma lição aqui para todos os peregrinos, afinal, andejar é um microcosmo da vida. As lições aprendidas e os progressos que fazemos como caminhantes, têm uma forma de afetar a pessoas por completo. Ao desafiar a superar nossas fraquezas, é possível cultivar as qualidades internas de determinação, concentração e perseverança, que o ajudarão a vencer as limitações em todas as etapas da viva. Viva como se cada passo, cada respiração, fosse uma dádiva preciosa. Exija-se incansavelmente e aprenda a tolerar uma tremenda dor. Morra tentando. Vale a pena!” (D. Karnazes)


Bom Caminho a todos!


Julho/2021