3º dia – SIGUEIRO a SANTIAGO DE COMPOSTELA – 18 quilômetros

3º dia – SIGUEIRO a SANTIAGO DE COMPOSTELA – 18 quilômetros 

Você nunca está velho demais para escolher um novo objetivo ou sonhar um novo sonho.” (C.S.Lewis ) 

Estávamos nos estertores do horário de verão na Europa, assim, o dia na Espanha estava clareando ao redor das 8 h 30 min.

Muito tarde para o meu gosto!

Eu já conhecia o roteiro, pois o percorrera em 2015, então, deixei o local de pernoite às 7 h e segui em direção à concorrida rodovia que corta, longitudinalmente, a cidade de Sigueiro.

Depois de transpor o rio Tambre por uma ponte, fiquei em dúvida, pois me pareceu que ali existe agora um percurso alternativo, que prossegue pelo lado direito da N-550, mas, como estava muito escuro, na dúvida, resolvi prosseguir pelo traçado antigo, que eu já conhecia.

Dessa forma, girei à esquerda, caminhei uns 300 m e assim que a se findou a iluminação urbana, liguei minha lanterna de mão e segui em frente.

Sem maiores dificuldades, 4 quilômetros percorridos, por um túnel, eu atravessei sob a Autovia Nacional e 1.500 m à frente, por outro túnel, passei sob a rodovia N-550, bastante movimentada naquele horário.

Pelo que pude deduzir, a partir desse local, os roteiros são os mesmos, porém, nesse trecho intermediário também houve modificação e segui um bom tempo bordejando a rodovia.

Tudo está muito bem sinalizado e sem maiores problemas, depois de percorrer 7.500 m, eu adentrei à direita e logo acessei um extenso e silencioso bosque de pinheiros, nominado “Bosque Encantado”.

Uma forte cerração deixava o ambiente brumoso e sombrio, mas durante o trajeto por esse mágico ambiente, não encontrei vivalma e o único som que eu ouvia era pássaros gorjeando, saudando o iminente amanhecer.

Foi um percurso agradabilíssimo e deserto, e quando emergi da penumbra, após caminhar 5 quilômetros pelo interior desse fantástico intermeio, adentrei ao Polígono Industrial do Tambre.

Nele, existe um concorrido bar e aproveitando a ocasião, adentrei ao local para carimbar minha credencial e ingerir uma xícara de café.

Retemperado, segui adiante e logo adentrei em zona urbana.

A sinalização nesse trecho também está soberba e apesar de fazer várias curvas, não me perdi.

Como de costume, a chegada foi em clima de emoção, temor e curiosidade, porquanto eu estava novamente aportando numa cidade milenar e enigmática, onde peregrinos se contam aos montes.

Em seguida, passei diante da igreja de São Francisco, onde existe um monumento homenageando esse Santo, depois, mais alguns metros percorridos, eu adentrei à imensa e agitada Praça do Obradoiro, onde posei para fotos e fiz minhas orações e agradecimentos.

Na sequência, fui até a Oficina de Peregrinos retirar minha Compostela, sendo esta, a de número 14.

No dia seguinte assisti à missa dos Peregrinos, às 12 horas, com direito a botafumeiro.

E na madrugada sequente, retornei ao nosso querido Brasil.

Algumas fotos do percurso desse dia:

O dia amanhecendo...

Bastante nebulosidade no entorno.

Esse bosque faz jus ao nome...

Transitando por locais ermos e silenciosos.

A cerração persiste...

Sinalização do lado esquerdo...

O dia, finalmente, clareou..

Quase chegando...

Vitória! Mais uma vez, defronte à Catedral Compostelana.

IMPRESSÃO PESSOAL: Uma etapa de pequena extensão, que percorri sem nenhuma dificuldade. De ressaltar que os primeiros dois terços da etapa transcorreram por zonas rurais e bosques florestais agradáveis, ao lado da Estrada Nacional N-550. Os derradeiros 5 quilômetros passam por zonas industrial e urbana: num primeiro momento, pelo Polígono Industrial do Tambre; depois, ao longo das ruas dos bairros do norte da cidade, até entrar no Centro Histórico de Santiago de Compostela. No global, além do entorno paisagístico, o que contou mesmo nesse trajeto foi a chegada à capital da Galícia, com a monumentalidade dos seus edifícios históricos.