2º dia: RANCHO DO JOEL (TIJUCAS/SC) a VÍGOLO (NOVA TRENTO/SC) – 41 quilômetros

A paz de Nosso Senhor esteja com todos nós e acenda em nossos corações o seu santo amor.” (Santa Paulina) 


Eu não sabia exatamente a distância que caminharia nesse dia, por força de dados consistentes, assim, conforme o combinado, o taxista me apanhou na porta do hotel às 4 h 30 min e meia hora mais tarde deixou-me na bifurcação que eu encontrara no dia anterior, localizada próximo ao Rancho do Joel.

Após os pertinentes acertos monetários, acendi minha lanterna, liguei o GPS incrustado em meu aparelho celular e dei início à minha jornada.

Então, fleti à direita e teve início um longo descenso, depois, prossegui por estradas planas, atravessando áreas rurais silenciosas, pertencentes ao município de Tijucas, cobertas por exuberante vegetação.

Cinco quilômetros à frente, desaguei numa grande estrada que provinha da direita e, a partir desse marco, principiaram a surgir pequenas comunidades de moradores locais.

O dia demorou a raiar e, quando o fez, mostrou-se carrancudo e escuro, coberto de nuvens negras e ameaçadoras.

Percorridos, aproximadamente, 10 quilômetros em bom ritmo, eu transitei pelo bairro Oliveira, onde pude fotografar a bela igrejinha existente na localidade.

No percurso sequente, encontrei diversas estufas de fumo desativadas e que, atualmente, reformadas e com pintura nova, servem para outras utilidades como, por exemplo, hospedagem ou comércio.

O trajeto seguiu belíssimo, bem sinalizado e sem maiores intercorrência, mais à frente, passei a caminhar por bairros periféricos que pertencem à cidade de Canelinhas.

O dia prosseguiu enfarruscado, ventoso, porém, sem chuvas, extremamente agradável para caminhar.

Percorridos 20 quilômetros, numa bifurcação, adentrei à direita e logo passei pelo bairro do Espraiado II, onde pude fotografar uma bela igrejinha, dedicada ao Bom Jesus.

Então passei a ascender e no 28º quilômetro, fiz uma pausa para hidratação e lanche diante de uma bica d'água que jorra o precioso líquido fresco e límpido.

Prosseguindo, já no topo da elevação, passei pelo bairro de Claraíba, depois passei a caminhar por uma região nominada de Tirol, pertencente a Nova Trento.

Então, percorridos 32 quilômetros, diante de uma singela capelinha, eu girei à direita e 200 m adiante, passei a caminhar pelo interior da frondosa e preservada mata atlântica, por uma trilha fechada, serpeante e ascendente, o ponto alto desse roteiro.

A partir dali não avistei habitações e os sons provindos da mata limitavam-se ao barulho do vento e o chilrear dos pássaros.

Acredito que por essa senda só transitem pedestres, cavaleiros e ciclistas, pois seu leito é estreito e encontrei muitos trechos alagados ao longo do percurso, um sacrifício que sobrepujei com calma e pertinácia.

Foram 2.500 m trilhados por locais de expressiva beleza até que ao atingir o topo do morro, a 354 m de altura, acabei por desaguar numa estrada larga, localizada na região conhecida como Alto Alferes.

Em forte descenso, logo passei pelo bar do Wolf, depois, prossegui caminhando em meio a frondentes nichos da mata atlântica.

Quase no final da etapa, passei diante da casa onde reside o sobrinho de Santa Paulina, o Sr. Nono Atílio Visenteinner, produtor de um saudável e delicioso vinho artesanal.

E, sem maiores novidades, às 12 h cheguei ao meu destino do dia: o Santuário de Santa Paulina, localizado no bairro de Vígolo, cuja sede é Nova Trento.

Então, após adentrar ao templo para orações e agradecimentos, postei-me em frente à imagem da Santa e ao lado do Padre José Napoleão Laureano dos Santos, da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), Reitor do Santuário de Santa Paulina, de cujas mãos recebi meu Diploma Peregrino.

Depois, gratificado, coração em júbilo, tomei um táxi e segui para a cidade de Nova Trento, onde me hospedei nessa ocasião.

Algumas fotos dessa etapa:

Um dos locais possíveis de pernoite, situado no bairro Oliveira, em Tijucas/SC.

Igrejinha situada no bairro Oliveira, em Tijucas/SC.

Um Caminho ermo e silencioso.

Velhas estufas de fumo desativadas...

Mais um trecho precioso...

Sinalização excelente!

O Caminho passa ao lado da capelinha.

Mais arrozais...

Igreja existente no bairro Espraiado II.

Um bela capelinha à beira da estrada..

Km 28: pausa para descansar e beber na bica d'água.

Trânsito pelo bairro Claraíba.

Nessa igrejinha o caminho segue à direita, em direção ao morro, que se atravessa por uma trilha.

Pelo interior da Mata Atlântica...

Em ascenso pela trilha ecológica...

Em forte descenso pela via Alto Alferes.

A casa onde reside um sobrinho de Santa Paulina.

Chegando ao Santuário de Santa Paulina.

Gratidão Santa Paulina, por mais essa jornada abençoada!

RESUMO DO DIA - Clima: Nublado e ventoso, variando a temperatura entre 13 e 18 graus.

Pernoite: Pousada Cantina Italiana em Nova Trento - Apartamento individual: Ótimo! Preço: R $ 90,00

Almoço: Cantina Italiana - Ótimo! Preço: Por R $ 32,00 pode-se comer à vontade no sistema de autoatendimento.

AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma jornada de grande extensão, mas com apenas um acidente altimétrico localizado quase no final do percurso, quando se encerra a trilha localizada no interior da mata atlântica. No geral, uma etapa belíssima, que perpassa por uma região habitada por imigrantes italianos e alemães, onde o silêncio, a paz ea segurança andam de mãos dadas. Sem trajeto encontrei comunidades pequenas comunidades, com casas típicas de madeira, floreiras nas janelas e imensa tranquilidade. No global, diria que foi um dos itinerários mais belos que já percorri, por isso recomendo esse Caminho com efusão.