8º dia: LALÍN a BANDEIRA – 23 quilômetros

A solução não está na obtenção de tudo de uma vez... mas em alcançar o objetivo passo a passo... andando com paciência, calma, confiança e perseverança... reconhecendo e honrando cada pequeno objetivo alcançado.” 

Essa seria, em termos, a derradeira etapa do Caminho de Inverno, já que em Laxe, 6 quilômetros adiante, esse roteiro conflui com a Via de la Plata, variante Sanabrês ou Mozárabe, e ambos os caminhos seguem juntos por 45 quilômetros até Santiago, minha meta final.

Parti às 6 h 30 min, sob leve garoa e um clima frio e ventoso, e logo acessei um bonito passeio arborizado, situado junto ao rio Pontiñas, uma zona utilizada diariamente por caminhantes, corredores e ciclistas.

Sem maiores problemas, pois o trajeto é todo plano, percorridos 6 quilômetros, depois de transitar pelo Polígono Industrial Lalín 2000, cheguei em A Laxe, onde existe um excelente alberque de peregrinos gerenciado pela Junta da Galícia.

Nesse local, eu desaguei no Caminho Sanabrês, um itinerário já conhecido por mim, pois percorrera seu trecho final em 2 ocasiões: em 2008, quando finalizava a Via de La Plata, desde Sevilha; e a outra, em 2015, quando percorria o Caminho Interior Português, cujo ponto de partida é a cidade de Viseu (Portugal).

O local se encontrava fechado, luzes apagadas e não ouvi barulho em seu interior, contudo, 200 m à frente, à beira da rodovia, avistei 3 peregrinos, os primeiros que via no Caminho, sentados num banco, aguardando um bar abrir, certamente, para ingerir seu café da manhã.

O trecho sequente me levou a transitar em várias oportunidades ao lado da rodovia N-525, mas quase sempre, por caminhos de terra e arborizados.

Mais 3 quilômetros percorridos em leve descenso, pela “Puente de Taboada”, de origem romana, reconstruída nos séculos XV e XVI, eu ultrapassei o rumoroso rio Deza.

Depois prossegui em brusco ascenso, até o povoado de Transfontao, depois, voltei a caminhar entre maravilhosos bosques nativos e nesse trecho, meu joelho esquerdo que estava se comportando bem, voltou a doer bastante, face à instabilidade do piso, extremamente liso e embarreado.

E dois quilômetros adiante, pela avenida do Parque, adentrei em Silleda, sob forte garoa, uma cidade interessante e bonita, onde eu já pernoitara em 2 ocasiões pretéritas.

Ainda, sob forte garoa, passei diante de sua igreja matriz, cuja padroeira é santa Baia, e num bar tomei café, carimbei a minha credencial, depois prossegui meu itinerário.

O trecho sequente, de 7 quilômetros, todo percorrido sob intensas pancadas de chuva, mesclou trânsito por trilhas rurais e o acostamento da rodovia N-525, até chegar em Bandeira, onde pernoitei nesse dia.

Trata-se de um pequena vila, pertencente ao concelho de Silleda, onde residem 700 almas.

Nela, além de um hostal e um hotel, há um excelente albergue de peregrinos, bem como ela dispõe de todos os serviços básicos como, por exemplo, banco, supermercado, restaurante, etc...

Algumas fotos dessa etapa:

Albergue de peregrinos de A Laxe.

Restam 50 km até Santiago...

Bosques belíssimos!

Em descenso e sob garoa..

Ainda em descenso, mas por locais mágicos.

Efeito outonal... maravilhoso!

Ponte de "Taboada" sobre o rio Deza, de origem milenar.

De volta aos bosques...

Trecho deserto e hidratado.

Ainda pelos bosques...

Igreja matriz de Silleda.

Trecho final, até Bandeira, sob forte chuva.

Escultura em Bandeira, que homenageia um filho ilustre.

RESUMO DO DIA - Clima: Frio, nublado ou chuvoso o tempo todo, variando a temperatura entre 11 e 15 graus.

Pernoite: Hotel Vitorino - Cêntrico - Apartamento individual excelente - Preço: 25 Euros;

Almoço: Restaurante do próprio hotel - Ótimo! Preço: 15 Euros o “menú del dia”;

AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma jornada de pequena extensão e, praticamente, toda plana. Infelizmente, a chuva não deu trégua em todo o percurso e preciso envidar todos os esforço para evitar um tombo. Por sorte, a natureza que baliza esse trajeto é exuberante e no âmbito cultural, destaque para a “Puente de Taboada” sobre o rio Deza, cuja construção original é do ano 952. Não global, etapa fácil e bela, contudo, vencida com excruciantes dores no joelho esquerdo.

9º dia: BANDEIRA a SANTIAGO DE COMPOSTELA - 35 milhas