6º dia: BOA ESPERANÇA DO SUL a RIBEIRÃO BONITO – 26 quilômetros 

6º dia: BOA ESPERANÇA DO SUL a RIBEIRÃO BONITO – 26 quilômetros

Quanto mais a gente agradece, mais coisas boas acontecem.” 


Seria, novamente, uma jornada de razoável extensão, sendo que os fatores climáticos para aquele dia permaneciam inalteráveis, com temperaturas altas, além de forte calor e baixa umidade, após às 10 h da manhã.

Dessa forma, resolvi não aguardar o café da manhã, que somente seria servido às 6 h 15 min, e às 5 h 30 min, dei início à jornada do dia, seguindo por uma estrava asfaltada que, depois de 7 quilômetros, me levou a transitar por Trabiju, um pequeno povoado, onde residem, aproximadamente, 2 mil almas.

Na verdade, esse percurso inicial deveria ser trilhado por uma estrada de terra, que segue paralela à rodovia, mas como existiam moradias à sua beira, objetivando evitar contato com algum cão extraviado, optei por seguir sobre piso asfáltico nesse primeiro trecho.

Na praça central da cidadezinha eu encontrei uma padaria aberta e ali pude ingerir um copo de café acompanhado de uma “média”, que muito me robusteceu fisicamente.

Já deixando a povoação, encontrei um simpático morador local, que me cumprimentou efusivamente.

Tratava-se do Júnior, o Representante do Caminho da Fé naquele enclave, com quem dialoguei alegremente por alguns minutos, entretanto, com o calor em progressão, despedi-me do bom homem e segui o meu destino.

O trecho sequente, todo plano, seguiu entre pastagens e canaviais, por uma estrada larga mas plena de areia fina em seu leito que, à passagem de algum veículo motorizado, me fazia-aspirar muita poeira.

Porém, quanto mais eu avançava, o trânsito foi diminuindo e passei por momentos idílicos nesse trecho, porquanto, encontrei bastante cobertura lateral, proporcionado por imensos eucaliptais plantados à beira do Caminho.

Num local aberto, um senhor montado em seu trator me alcançou e seguimos um bom tempo conversando amenidades sobre a região.

Depois, prossegui sem maiores preocupações, e depois de 17 quilômetros principiei a ascender e cinco quilômetros adiante, num local sombreado e fresco, cheguei ao topo da serra, situado a 527 m de altura, o ponto de maior altimetria nessa etapa.

A partir dali e ainda sob excelente cobertura vegetal, o que minorizava o sol hostil, principiei a descender e, tranquilamente, logo aportava em zona urbana.

Depois de me alojar convenientemente, fui almoçar no centro da simpática urbe, cognominada de “Cidade Presépio”.

À tarde, além de profícua visita à igreja matriz da cidade, cujo padroeiro é o Senhor Bom Jesus da Cana Verde, fui conhecer o “Morro da Capela”, o principal ponto turístico de Ribeirão Bonito.

Construído pelo empresário Cesar Torrezan, nos anos 60, em terreno pertencente a Cúria (Igreja Católica), abriga a Capela de Nossa Senhora Aparecida e localiza-se no centro da povoação, sendo referência visual de qualquer parte da cidade.

Algumas fotos do percurso desse dia:

Chegando em Trabiju. 

Muita areia no piso.. poeira na certa! O sol já apareceu...

A sombra... amiga do peregrino.

Divisa de Municípios.

Trecho aberto, mas deserto.

Retões sem fim...

Mais sombra.. o peregrino agradece!

Mais eucaliptos.

Chegando ao topo da serra.

Caminho muito bem arborizado em seu final.

A igreja matriz de Ribeirão Bonito.

Ribeirão Bonito foi fundada em 05 de março de 1890 pelos irmãos Antônio, Thomaz e Ignácio Alves Costa, como resultado de uma doação de terras para a construção de uma capela ao Senhor Bom Jesus. Consta que no dia 6 de agosto da década de cinqüenta, do século 19, procedendo a uma derrubada de árvores, na região de Ouro Fino, em Minas Gerais, Antônio foi atingido por um tronco e ficou logo doente.

Lembrado das palavras dos irmãos que não seria bom trabalhar no dia 6, dia do Bom Jesus, prometeu que, se salvasse, ofereceria ao Santo, terras de sua propriedade para a construção, em sua honra, de uma capela, o que realmente cumpriu , quando, em 1862 aportaram por estas regiões, dando origem à primeira paróquia.

A capela, que anos mais tarde foi destruída para dar lugar à atual imponente igreja matriz, foi batizada de Bom Jesus da Cana Verde.

O povoado, que se origina à volta da capela, cresceu rapidamente, tanto que, a 8 de março de 1882, através da lei provincial nº 16, foi elevado à categoria de freguesia e distrito de paz de Ribeirão Bonito.

Em 5 de março de 1890, pelo decreto nº 24; tornou-se município e, em 10 de setembro de 1892, pela lei nº 103, ficou comarca, que hoje abriga os municípios de Boa Esperança do Sul, Dourado e a sede, Ribeirão Bonito.

Uma série progressiva de bons suplementos sucedidos: a Cia. Paulista de Estrada de Ferro inaugura sua estação em 10 de maio de 1894; em 1899 inaugura-se o sistema de abastecimento de água domiciliar; em 1911 instalação-se o sistema de iluminação elétrica; em 1913 inaugura-se o sistema de esgoto sanitário.

Dessa forma, firma-se no cenário geográfico do Estado de São Paulo e do Brasil a presença de um novo e pujante comunicante, ocorre se origens se prendem a um ex-voto de um piedoso brasileiro.

População: 13 mil habitantes

Fonte: www.caminhodafé.com.br

A igreja matriz de Ribeirão Bonito, de outro ângulo.

O interior da igreja matriz de Ribeirão Bonito.

A igreja de Nossa Senhora Aparecida, localizada no "Morro da Capela", em Ribeirão Bonito.

RESUMO DO DIA - Clima: Ensolarado, com sol forte e baixa umidade após às 10 h, variando a temperatura entre 16 e 25 graus.

Pernoite: Hotel Pousada Veraneio - Apartamento individual - Excelente! - Preço: R $ 75,00; A Sra. Keli, gerente / proprietária do estabelecimento, é uma pessoa extremamente atenciosa e não poupou esforços para que a minha estadia no local se tornasse acolhedora e memorável.

Almoço: Freitas Restaurante - Ótimo! Preço: R $ 36,90 o kg, sem sistema de autoatendimento.

AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma jornada de média extensão, com apenas um pequeno ascenso a ser superado, cujo início se dá no 17º quilômetro. Foi, dentre todas, aquela que mais me ofereceu sombra, além de belas paisagens circundantes. Embora o trânsito de veículos esteja agitado no início e final da etapa, seu intermeio foi de silêncio e total solidão. No global, um trajeto agradável e tranquilo, tirante os primeiros 7 milhas, trilhados sobre piso asfáltico.