09º dia: CRISTINA a SOLEDADE DE MINAS – 36 quilômetros


Com a nossa autoridade apostólica, concedemos que a Venerável Serva de Deus Francisca de Paula de Jesus, conhecida como 'Nhá Chica', leiga, virgem, mulher de assídua oração, perspicaz testemunha da misericórdia de Cristo para com os necessitados do corpo e do espírito, doravante seja chamada Beata e que se possa celebrar sua festa, todos os anos, no dia 14 de junho, dia de seu nascimento ao céu, nos lugares e segundo as regras estabelecidas pelo direito. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.” (Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos.)

Os primeiros 5 quilômetros da jornada desse dia seguiria por terra, contudo, a sequência, com 14 quilômetros de extensão, seria pela MG-383, que vai em direção a Carmo de Minas, um percurso extremamente perigoso e estressante, pois essa rodovia, como usual em Minas Gerais, não contém acostamento.

O Rafael Rezek, Secretário Municipal de Turismo de Cristina, disse-me que está em estudo um itinerário alternativo, porém, naquele momento, o trajeto disponível seria aquele mesmo realizado na caminhada inaugural, posto que o roteiro anteriormente escolhido pelo Eraldo fora embargado por um dos proprietários das terras onde discorreria o Caminho.

Bem, eu não estava disposto a caminhar muito tempo sobre piso asfáltico, pois poderia auferir uma lesão nos pés, além do que o capeamento asfáltico nesse trecho está em péssimo estado, pleno de crateras, e os veículos ao ziguezaguearem para desviar dos buracos, poderiam colocar em risco a vida de caminhantes.

Dessa forma, eu contratei um táxi que nos apanhou na porta do hotel e meia hora mais tarde nos deixou na entrada da cidade de Carmo de Minas, que se encontrava encoberta por espessa cerração, temperatura na casa dos 4°C.

Após os acertos monetários, ultrapassamos o ribeirão do Carmo por uma ponte, depois prosseguimos por 3 quilômetros à beira da rodovia até o bairro São Gabriel, onde entramos à esquerda e, logo adiante, passamos a caminhar sobre terra, por uma estrada larga e, integralmente, plana.

O trajeto seguiu sempre numa imensa planície por onde deflui o rio Verde e, em vários trechos, encontramos muita cobertura arbórea proporcionada pelas árvores que margeiam o caminho e outras provindas de reflorestamentos de eucaliptos.

Foi, na verdade, um autêntico passeio, posto que não há entraves altimétricos no trajeto, ao revés, tudo é plano e existem imensos percursos retilíneos, que vencemos sem muito esforço.

Nesse ritmo, fomos avançando sem muita pressa, logo adentramos em zona urbana e chegamos ao local de nosso pernoite nesse dia.

À tarde, após uma breve soneca, fomos até a linda igreja matriz da localidade, cuja padroeira é Nossa Senhora das Dores.

Algumas fotos do percurso desse dia:

Transitando pela cidade de Carmo de Minas/MG.

Estrada agradável e arejada.

Muitos trechos sombreados nessa etapa.

Retões sem fim...

A Sônia segue à minha frente nesse trecho..

Caminhamos sempre por uma grande várzea.

Paisagens mineiras...

Caminhando por locais amplos e agradáveis.

Caminho ermo e silencioso.

Chegando em Soledade de Minas/MG.

A notícia mais remota sobre o povoamento de Soledade é a que se refere aos irmãos Inácio e Severo Teixeira que construíram em 1850 uma ponte sobre o Rio Verde, que ficou conhecida por Ponte dos Teixeiras.

Em 1893, o capitão Antônio José de Souza Rodrigues, dono da Fazenda Soledade, construiu uma capela e em seu redor surgiu um arraial que ficou conhecido com o nome da fazenda.

Em 1901 foi criado o município de Caxambu e o distrito de Soledade foi considerado uma das unidades distritais do mesmo.

Em dezembro de 1938 foi criado o município como distrito único de Soledade, que passou a ser chamado de Ibatuba em 1943.

Mais tarde, recebeu o atual nome de Soledade de Minas, a 27 de dezembro de 1948.

O município de Soledade de Minas está subordinado juridicialmente à Comarca de Carmo de Minas.

Desde 2000 a ferrovia voltou a fazer parte dos município fazendo o passeio turístico “Trem das Águas”, entre Soledade e São Lourenço.

A economia do município é baseada na agropecuária, de leite, corte e criação de pequenos animais.

A piscicultura e a apicultura vêm se expandido e as tradicionais culturas de café, milho, feijão, arroz e olericultura também colaboram para a economia da cidade.

A origem do nome do Município remonta à Fazenda Soledade e à Estação Soledade que foi construída nas proximidades da fazenda.

O seu significado vem da padroeira da cidade, Nossa Senhora de Soledade (também chamada de Nossa Senhora das Dores), que deve o seu nome às Sete Dores da Virgem Maria.

Ela é representada sendo ferida por sete espadas no seu coração imaculado.

É também seu símbolo o Rosário das Lágrimas, com 49 contas brancas, divididas em sete partes de sete contas cada.

População: 6.100 pessoas.

Fonte: Wikipédia.

A igreja matriz de Soledade de Minas/MG.

O interior da igreja matriz de Soledade de Minas/MG.

A Estação Ferroviária de Soledade de Minas / MG.

RESUMO DO DIA - Clima: Extremamente neblinoso e frio no início, depois, ensolarado, variando a temperatura entre 4 e 17 graus.

Pernoite: Pousada Solar das Montanhas - Apartamento individual: Excelente - Preço: R $ 60,00; A Maria Luíza, proprietária da Pousada, é uma pessoa extremamente solícita e simpática, e tudo fez para nos receber com fidalguia. A ela, nossa imensa gratidão!

Almoço: Restaurante do Luís (Estação) - Ótimo! Preço: R $ 12,00 o delicioso “Prato Feito”.

AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma jornada de grande extensão, mas na qual só caminhamos a partir da entrada da cidade de Carmo de Minas, qual seja, metade do trajeto. Por isso, foi uma das mais fáceis e tranquilas do Caminho. O trecho em terra transcorre por um grande vale e não existe nenhum obstáculo altimétrico digno de registro. No global, uma etapa agradável e com muitos trechos sombreados.