2º dia: ITÁPOLIS a IBITINGA – 23 quilômetros 

2º dia: ITÁPOLIS a IBITINGA – 23 quilômetros

Deus transforma choro em sorriso, dor em força, fraqueza em fé e sonho em realidade.” 

A jornada seria de pequena extensão e vivenciávamos o feriado de Corpus Christi, assim, como não havia pressa para partir, primeiramente, às 5 h 30 min, me dirigi à praça Roberto Del Guercio para fotografar o busto do fabuloso compositor José Fortuna, do qual eu sempre fui fã incondicional.

Depois, adentrei à igreja matriz para orações, onde, surpreendentemente, havia uma missa em andamento, que pude assistir até o seu final.

Então, às 7 h, depois de ingerir o café da manhã, já com o dia claro, dei início à minha jornada.

Inicialmente, transitei por bairros periféricos, depois, prossegui por uma rodovia asfaltada e bastante movimentada, até que, caminhados 6 quilômetros, obedecendo a sinalização, adentrei à esquerda e acessei uma larga estrada de terra, situada entre imensos canaviais.

A partir desse marco, o silêncio e a ermosidade imperaram, pois encontrei raríssimas residências nesse intermeio.

Em alguns trechos a cana-de-açúcar já havia sido colhida, assim, restavam grandes extensões de terra nua, podendo eu divisar a paisagem em todas as direções.

O sol brilhava forte num céu sem nuvens e o calor logo passou a me incomodar.

Por sorte, em alguns locais, eu caminhei sob a sombra de frondentes plantações de eucaliptos.

O trajeto, inicialmente, plano, passou a ascender quase que imperceptivelmente, e depois de percorrer 16 quilômetros, atingi 536 m de altura, o ponto de maior altimetria nessa etapa.

Por sinal, nesse intermeio, em um local arborizado, ultrapassei a placa que indicava restarem 700 quilômetros até a Basílica de Aparecida.

Logo depois, um grupo de ciclistas me alcançou e, ao me reconhecerem peregrino do Caminho da Fé, fizeram uma pausa para me congratular pela solitária caminhada.

Então, passei a descender e sem maiores dificuldades, pois esse trajeto também está muito bem sinalizado, logo adentrei em zona urbana e, já sobre piso asfáltico, segui caminhando até o centro de Ibitinga.

Por sinal, a cidade se encontrava em polvorosa nesse dia, com o comércio agitado e ruas sendo adornadas com enfeites e bordados face à procissão alusiva à data que se realizaria à tarde, uma das mais famosas do Estado de São Paulo, pela sua beleza e singularidade.

Assim, fui me desviando da multidão, fugindo de vendedores ambulantes e logo chegava ao local de pernoite desse dia.

À tarde, após lauto almoço e breve descanso, retornei à praça central da urbe para fotografar e conhecer a igreja matriz da cidade, cujo padroeiro é o Senhor Bom Jesus.

Pude, ainda, assistir à missa campal que aconteceu defronte ao templo, celebrada pelo Bispo da Diocese de São Carlos.

Algumas fotos do percurso desse dia:

O busto do ilustre compositor José Fortuna.

Caminhando em terra ao lado da rodovia asfaltada.

Finalmente, adentrando em terra...

Caminho silencioso e ermo.

Sinalização (à esquerda) impecável!

Trecho aberto, sol forte...

Trecho extremamente solitário...

A placa dos 700 quilômetros restantes até Aparecida.

Finalmente, um pouco de sombra..

Flores são sempre bem-vindas.

A cidade de Ibitinga já aparece no horizonte.

A Estância Turística de Ibitinga é considerada a Capital Nacional do Bordado e dos Enxovais e atrai turistas de todo o país para compra de artigos de cama, mesa, banho, enxoval de bebê e decoração.

A indústria e o comércio de bordados são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico local nos últimos anos.

No município o turista pode visitar as lojas de fábrica, lojas do Centro Comercial e a Feirinha de Artesanato com aproximadamente 600 barracas (somente aos sábados).

O principal evento é a Feira do Bordado que acontece no mês de julho composta por mais de cem expositores.

A cidade também se destaca pelos eventos religiosos como a Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes (Fevereiro), Via Sacra ao Vivo (Semana Santa) e o Corpus Christi com dez quarteirões enfeitados com bordados.

Ibitinga tem o Servo de Deus Nelsinho Santana, cuja cripta está na Igreja da Matriz do Senhor Bom Jesus, seu processo para a beatificação encontra-se no Vaticano e vários milagres já foram comprovados.

O Menino Nelsinho Santana já foi tema de dois livros.

Outro destaque são as belezas naturais, como o Pantanal Paulista (Pantaninho) e os vários rios que cortam a cidade: rio Tietê, rio Jacaré Guaçu. rio Jacaré Pepira e ribeirão dos Porcos.

População: 60 mil habitantes.

Fonte: www.caminhodafé.com.br

A igreja matriz de Ibitinga/SP, engalanada nesse dia.

O interior da igreja matriz de Ibitinga/SP.

Túmulo de Nelsinho Santana, no interior da igreja matriz de Ibitinga/SP.

Missa campal celebrada defronte à igreja matriz.

RESUMO DO DIA - Clima: Ensolarado o tempo todo, variando a temperatura entre 15 e 26 graus.

Pernoite: Hotel Vista Alegre - Cêntrico - Apartamento individual excelente - Preço: R $ 65,00; O proprietário do estabelecimento, o Sr. Sebastião, é uma pessoa hospitaleira e que me encantou pelo seu desprendimento e preocupação com a minha jornada escoteira.

Almoço: no Restaurante Cumadi e Cumpadi - Ótimo! Preço: R $ 15,00 o “Prato Feito”.

AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma jornada de pequena extensão e, praticamente, toda plana. Infelizmente, o sol forte e a baixa umidade, após às 10 h, toldaram de certa forma o meu deslocamento. Apesar do trecho inicial ser percorrido sobre piso asfáltico, o restante da etapa foi sobre terra, perpassando por locais ermos e deserto. Exatamente, como eu gosto e prefiro. A cidade de Ibitinga me impressionou, positivamente, pela beleza ímpar de sua igreja matriz, bem como pelos bordados e demais artigos que ali são vendidos a preços, extremamente, levar.