MINHA VIAGEM "Se ao enfrentar os problemas da vida lhe parecer que está escalando uma montanha impossível, lembre-se que a paisagem que avistará no topo compensará qualquer esforço seu." Igreja de Santiago, em Madri, onde o Caminho se inicia. Eu encerrara no dia anterior o Caminho Vasco Interior em Santo Domingo de La Calzada e observando meu cronograma de viagem, embarquei num ônibus de manhã e, cinco horas mais tarde, aportei à capital espanhola. Então, tomei um táxi que me levou até o centro dessa tentacular urbe, onde me hospedei no Hostal Madri, que está muito bem localizado: entre as decantadas “Puerta del Sol” e a “Plaza Mayor de Madri.” Depois de almoçar, segui até a Paróquia de Santiago e São João Batista situada na Plaza de Santiago (Ópera), com o intuito de carimbar minha credencial, visitar seu interior e, quiçá, conseguir uma benção peregrina. Infelizmente, a igreja estava fechada e uma placa avisava os fiéis que ela só abriria às 18 horas. Voltei ali nesse horário, aguardei por mais de 30 minutos e ninguém apareceu para descerrar suas portas, de modo que acabei por desistir de meu intento. Horários de abertura da Associação, em Madri. Segui, então, em direção à sede da Associação de Amigos dos Caminhos de Santiago de Madri, (Asociación de Amigos de los Camiños de Santiago de Madrid), que está instalada na Rua Carretas, nº 14, 6-C2 (Metro Sol), para conseguir maiores informações sobre o roteiro e um carimbo em minha credencial peregrina. Porém, ela só abre nas terças e quintas-feiras à noite e nas quartas-feiras de manhã, o que não era o caso naquele dia. A belíssima "Plaza Mayor" de Madrid. Assim, um tanto frustrado, dei um grande giro pela cidade, visitei monumentos, me provi de víveres num supermercado, depois segui para o local de pernoite, com o intuito de estudar a jornada que cumpriria no dia sequente. Antes de me deitar, como sempre faço, pedi bençãos e proteção ao Criador, rezando da seguinte forma: Para os montes levanto os olhos: De onde me virá o socorro? O meu socorro virá do Senhor, Criador do céu e da terra Ele fará com que meus pés sejam firmes; Há de zelar e vigiar-me. Não dormirá aquele que me guarda. O Senhor é meu abrigo, sempre a meu lado. De dia, o sol me fará bem, À noite o sono me reconfortará. O Senhor me resguardará de todo o mal. Ele velará sobre minha alma, Guardará meus passos Agora e sempre. Amém. RESUMO DO CAMINHO DE MADRI Esta preciosa Rota Jacobeia se estende por, aproximadamente, 330 quilômetros até alcançar Sahagún, e em cuja localidade se enlaça com o Caminho Francês. Trata-se de um percurso bastante interessante. Ela tem seu início na capital Madrilenha e, como não poderia ser de outro modo, seu ponto de partida é a mesmíssima Igreja de Santiago. O Caminho de Madri não só é relevante pelos seus povoados, monumentalidade, gastronomia e cultura, mas, também, por cruzar a elevada Sierra de Navacerrada, com todo o atrativo orográfico e paisagístico que ela representa. Depois de descender desse maciço montanhoso, as onduladas planuras de uma extensa meseta animam e confortam o caminhante, até sua reunião com os peregrinos do Caminho Francês, em Sahagún. "Plaza Mayor de Madrid", de outro ângulo. ORIGENS HISTÓRICAS O Caminho de Madri arranca da capital espanhola e cruza a Sierra del Guadarrama pelo porto de Fenfría (1.790 m) e, depois, recorre a meseta setentrional das províncias de Segovia, Valladolid e León, através da Tierra de Pinares, Montes Torozos e Tierra de Campos, para unir-se ao Caminho Francês na cidade de Sahagún. A cidade de Madri foi fundada em 854, pouco depois do descobrimento do sepulcro do Santo Apóstolo, em Compostela. Desde 1085 Madri retornou às mãos dos cristãos, e no final do século XII, uma das dez paróquias existentes na cidade estava dedicada a Santiago, o Maior. O Caminho de Madri cruza a Sierra de Guadarrama, sobre os restos da via romana XXIV, no Itinerário de Antônio, cujo traçado segue através de Segóvia e Simancas, via utilizada deste o século XX pelos ceifeiros galegos, que deixavam a sua província para vir até Castilla trabalhar na colheita do trigo. "Marco Zero" do Caminho de Madri, situado na capital espanhola. As flechinhas indicam: Para a esquerda: Caminho de Uclés. Para a direita, Caminho de Santiago. |
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