1º dia - SUBIDA DA SERRA DO RIO DO RASTRO

1º dia - SUBIDA DA SERRA DO RIO DO RASTRO

Depois de duas horas num voo direto e sem turbulências que saiu de Campinas às 20 h 50 min, aportamos, o Gilberto Perdiz e eu no aeroporto de Criciúma, no município de Forquilhinha, que dista 15 quilômetros do centro urbano da cidade.

A nossa companheira Celina, que viria de Maringá, teve problemas em sua conexão e iria chegar bem mais tarde.

Assim, tomamos um táxi e logo nos registrávamos no Hotel Zata, estabelecimento onde havíamos feito reserva.

Ali, por R$68,00 a diária, pudemos desfrutar de um quarto individual, com ar-condicionado, Wi-Fi, frigobar, etc..

Em face do adiantado do horário, rapidamente fiz um balanço em meus pertencentes, tracei planos para o dia seguinte e, em seguida, fui dormir.

A Celina acabou por chegar às 3 h da madrugada no hotel e pudemos tomar o café da manhã juntos no dia seguinte.

Depois, nos encontramos com os peregrinos José Carminatti e a Márcia, que iriam nos acompanhar na aventura.

Local de partida para o cume da Serra do Rio do Rastro: Hotel Verde Serra, distante 11,5 quilômetros do pico e a 500 m de altitude.

Na sequência, embarcamos todos num táxi adredemente contratado e que, depois de uma hora de viagem, na qual ele transitou pelas cidades de Cocais, Orleans e Lauro Muller, nos deixou defronte ao Hotel Verde Serra.

Naquele local estávamos distante 11 quilômetros do cume da Serra do Rio do Rastro, nossa meta para aquele dia.

O Perdiz, a Celina e eu seguiríamos apenas com mochilas de ataque, assim, após apearmos, o taxista seguiu em frente com nossos demais apetrechos, visando entregá-los no hotel em Bom Jardim da Serra, onde havíamos feito reserva.

Já o Carminatti e a Márcia fariam o percurso até o cume, depois desceriam e tomariam um ônibus para regressar à Criciúma.

E como estavam em treinamento para percorrer o Caminho de Santiago, subiriam a serra com a mochila completa nas costas.

Os cinco guerreiros que irão encarar o desafio, prontos para a partida: Carminatti, eu, Márcia, Perdiz e Celina.

Então, após rápido aquecimento e algumas fotos, iniciamos nosso desafio, morro acima.

Eu segui em meu passo cadenciado, enquanto o restante do grupo optou por ir mais devagar, assim, rapidamente me afastei, e segui meu périplo integralmente solitário.

Altimetria a ser vencida, capturada pelo peregrino Perdiz no Google Earth.

Importante ressaltar que a rodovia nesse trecho de serra não possui acostamento, de forma que é imprescindível prestar atenção no trânsito, que não estava tão intenso naquele dia.

A estrada segue agradável e serpeante à minha frente, plena de muito verde.

O roteiro prosseguiu em ascenso perene, porém no início ele é bem menos acentuado.

Do meu lado direito, uma soberba serra integralmente verde dava o tom das paisagens que eu encontraria pela frente.

À direita de quem caminha, situa-se um grande e profundo vale, que oferece um visual fantástico, pleno de muita mata.

Observando abaixo, visualizava um profundo cânion, onde existem algumas casas construídas num imenso vale, situado em meio a uma verdejante floresta, que é resquício da mata Atlântica.

Ali habita uma fauna bem diversa, com vários tipos de felinos de pequeno, médio e grande portes, uma fauna de macacos (bugios, macacos-prego, saguis), quatis, pacas, mãos-peladas, tatus, tamanduás e iraras, que são animais comuns numa mata atlântica preservada.

Vista da serra existe do outro lado do cânion, tudo verde e florido!

Também há uma avifauna composta de águias-chilenas, tiês-sangue, tucanos, araras, papagaios etc.

Prosseguindo, depois de uns 2 quilômetros vencidos, passei diante de uma fazenda, onde pude observar pessoas reanimando uma vaca que havia recém-dado a luz a um esperto bezerrinho.

Restaurante Café Bar Bugio da Serra, que se encontrava fechado no momento que por ali transitei.

Mais adiante, passei defronte ao Restaurante Café Bar Bugio da Serra, um local muito frequentado pelos turistas que demandam as serras catarinenses.

Mais alguns metros vencidos, pude fotografar uma placa onde está descrita a formação geológica da serra do Rio do Rastro, pois ela faz parte da Coluna White, tendo sido classificada como um dos sítios geológicos brasileiros, pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos.

Placa explicitando a formação geológica da Serra.

Além de formar uma paisagem para lá de surreal, a sequência de rochas expostas ao longo da estrada, compõe uma formação de grande valor geológico, pois fazia parte do Gondwana – o supercontinente que englobava América do Sul, África, Antártida, Índia, Austrália e parte da Europa, há 650 milhões de anos.

Israel White, um dos papas da geologia mundial, provou que a região é composta de fendas com rochas de constituição idêntica às encontradas na África, bem como também catalogou um fóssil, uma variação de dinossauro que teria vivido na região.

Ultrapassada essa capelinha, o roteiro principiou a empinar.

Após 3 quilômetros vencidos, passei diante de um local que comercializa artesanatos e onde existe uma singela igrejinha situada estrategicamente numa curva fechadíssima.

Ultrapassado esse local, notei que a rodovia principiou a se empinar em maior grau e, consequentemente, exigir mais de meu preparo físico.

Visão do cânion, que ficou à minha retaguarda.

Interessante notar que vencido esse patamar, eu passei a caminhar sobre um piso cimentado e com ranhuras, o chamado “grooving”, um tipo de pavimentação também utilizado nas pistas dos aeroportos.

A medida foi tomada para oferecer maior segurança aos motoristas e motociclistas, já que aumenta a tração e aderência dos veículos, sendo que em dias chuvosos ou com neblina, a atenção deve ser redobrada.

Uma cascata cristalina surge descendo pelo paredão, no meio da serra.

Observando o lado direito, e do outro lado do precipício, conseguia observar uma imensa serra integralmente verde, coberta por uma impressionante vegetação onde, no meio da rocha, brotava uma grande cachoeira, compondo um visual de incomensurável beleza.

Superados 4 quilômetros, é possível avaliar o progresso da caminhada, observando-se à retaguarda o tanto vencido.

Volvendo meus olhos para a retaguarda, podia avaliar com orgulho o trajeto vencido, pleno de desníveis e de crescente altimetria.

Difícil de ver, mas existe uma bandeira brasileira fincada no cimo do morro, exatamente onde está o Mirante da Serra.

Olhando novamente do lado direito, e acima, avistava, ainda que de forma tênue, uma bandeira brasileira fincada no cimo do paredão rochoso e ao lado do mirante da serra, local onde eu almejava chegar naquele dia.

Mais alguns quilômetros percorridos, fiz uma parada para hidratação e fotos, num nicho apropriado da estrada para tal finalidade.

Olhando para trás, o caminhante pode ver como a estrada serpeia, em meio a muito verde.

Observei o que restava e, também, olhando novamente para trás, via a rodovia serpeante por onde eu havia transitado, podendo então mensurar o quanto já havia vencido em termos de distância e altimetria.

Placa avisando que restam "apenas" 5 quilômetros até o cume da Serra.

Próximo dali, uma placa me avisava que eu estava distante 5 quilômetros do Rio do Rastro Eco Resort, situado no topo da Serra, de frente para o mirante, e faz parte dos "Roteiros de Charme", um seleto grupo de hotéis e pousadas que contam com estilos e serviços diferenciados, sem abrir mão do atendimento personalizado e de uma rígida conduta ambiental.

Ali os chalés têm varanda, calefação, aquecimento central de água, aquecimento de toalhas e TV com antena parabólica, ou seja, muito conforto e requinte.

No local, há um lago para pesca de trutas e passeios de canoa, trilhas ecológicas e cascatas, sendo que o resort oferece ainda passeios a cavalo e spa., com destaque também para a comida serrana, e uma das dicas da casa é experimentar o entrevero, o peixe (truta) na pedra, os pratos à base de pinhão e, é claro, o tradicional churrasco em fogo de chão.

Tudo isso com diárias a partir de R$ 332,00, ou seja, não era para meu bico...

Monumento aos Tropeiros, instalado a 1250 m de altitude.

Então, cheguei ao Monumento aos Tropeiros situado a 1250 m de altitude e visa homenagear um dos símbolos da cultura sul catarinense.

Representa a passagem dos tropeiros, que a faziam montados em mulas e cavalos, intercâmbio comercial (troca de produção serrana por produtos litorâneos).

A escultura está instalada na curva da Cascata Iluminada, na subida da serra.

Outra foto do Monumento, agora com um pouco mais de luz.

Feita com basalto, a obra tem aproximadamente quatro metros de comprimento, um metro de altura e 70 centímetros de profundidade dentro de uma única pedra.

A obra retrata um tropeiro acompanhado de cinco mulas carregadas de bruacas (sacos de couro cru), lapidada pelo artista natural de São Joaquim, Nelson Neves Matias, que trabalhou durante quatro meses.

Cachoeira que desce a serra e vai formar abaixo o rio do Rastro.

Prosseguindo ainda em penoso ascenso, logo passei diante da Cachoeira do Rio do Rastro, uma abrupta queda d'água que, em seu final, será a responsável pela formação de rio homônimo, que discorre pela base do cânion que avistara no início da aventura.

Mais acima, depois de superar mais alguns patamares, cheguei ao Miradouro 55, instalado num local que propicia uma excelente visão da serra abaixo, podendo então avaliar com calma, tudo o que havia caminhado até ali.

Do miradoiro, a 1.300 m, vista da serra que ficou à minha retaguarda.

Aproveitei a oportunidade para fotografar o entorno, bem como para beber água e ingerir uma barra de cereal.

Seguindo adiante, logo o caminho se aplainou e ali encontrei uma placa informando que eu estava deixando o município de Lauro Muller para adentrar no de Bom Jardim da Serra.

Placa anunciando a divisa dos municípios.

Um pouco mais adiante, outra placa me avisava que eu estava a 1421 m de altitude e apenas a 300 m do mirante da Serra do Rio do Rastro.

Momento de intensa emoção, no mirador da Serra do Rio do Rastro, situado a 1450 m de altitude, ao contemplar o percurso vencido.

Nesse local privilegiado, onde cheguei 10 minutos mais tarde, pude comemorar com alegria mais essa conquista, agora a 1450 m de altitude

Desafio superado, com extrema dificuldade, mas com muita alegria pela conquista.

Aproveitei a ocasião para bater fotos e conhecer uma família de quatis que ali vive e que, num momento de descuido de minha parte, teve a ousadia de roubar meu lanche.

Uma família de quatis me recebeu alegremente no alto da serra. Depois, descaradamente, roubaram meu lanche..

Ainda era cedo, 10 h 40 min da manhã, de forma que fiz uma pausa para contemplação, descanso e hidratação.

Obrigado Senhor, por mais esta vitória!

Nesse local existe uma lanchonete e uma grande cafeteria, onde também pude matar a sede e acalmar minha fome.

Vide: https://www.youtube.com/watch?v=D6XVJwbhTI4

CURIOSIDADES SOBRE A SERRA

A Serra do Rio do Rastro, é considerada uma das vias mais assombrosas do mundo, visto que um grito dado no meio da serra pode se transformar em vários.

A explicação é simples: o som se propaga, bate no paredão de pedra e retorna, formando o famoso eco.

Sobre essa Serra existe uma lenda que conta que antigamente vivia nas redondezas um homem muito mau, que vivia gritando e agredindo a própria mãe, por isso depois da morte teria recebido como castigo ficar vagando e gritando pela região.

Segundo Robson Lunardi, museólogo, toda vez que alguém grita na encosta do paredão, o espírito responde. Alguém duvida?

Outra lenda diz que Juca do Amaral, um rico fazendeiro, viúvo e pai de uma filha lindíssima, acabou ficando sozinho com seu tesouro depois do falecimento da moça.

O fazendeiro abastado não tinha para quem deixar sua fortuna, então, numa madrugada neblinosa, levou um escravo a determinado lugar, enterrou o tesouro e executou o escravo para que ninguém, além dele, soubesse a localização da cova.

Os moradores dizem que, enquanto alguém não desenterrar essas benesses, o espírito do escravo ficará vagando pelos campos, aterrorizando as pessoas com seus gritos.

Até hoje ninguém encontrou esses bens, mas quem sobe a serra acaba por descobrir que o maior tesouro é a paisagem do lugar.

DEPOIMENTO DE UM CICLISTA

No alto da Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, há um monumento que homenageia a bravura dos tropeiros que venceram o medo e exploraram ribanceira após ribanceira, deixando para a eternidade o traçado daquela magnífica estrada. A menção é justa. Mas, justiça seja feita, cada ciclista que, com a mesma força e determinação do bravo povo serrano consegue galgar cada uma das 250 curvas daquele trecho, também deveria ser digno de tal honraria e ter o nome gravado em uma galeria de honra.

Ainda que dificilmente tal monumento venha a ser criado, cada um que encara o trecho é dado, pelo menos, o direito moral de sentir-se um herói digno do mais profundo respeito e admiração.

A rodovia SC-390, que recorta a Serra do Rio do Rastro, foi apontada recentemente como a estrada “mais assombrosa” do mundo, em uma votação pela internet promovida pelo site espanhol 20 Minutos.

Apenas para mensurar melhor seu desnível, no mundo do ciclismo, o trecho pode ser classificado como uma escalada Hors Category (HC), com seus 1.500 metros de desnível em apenas 10 quilômetros, algo comparável às etapas mais exigentes do Tour de France.

De beleza ímpar, a estrada serpenteia um verdadeiro precipício.

Ainda que todo santo ajude, descer a estrada íngreme e sinuosa, por si só, já é uma aventura digna de gravar em um lugar especial da memória.

Subi-la, então, torna-se uma tarefa árdua de superação e resistência, onde o desafio é conhecer os próprios limites, encarar os medos e seguir adiante, apesar das dificuldades.

Nesse sentido, cada metro conquistado, cada curva superada, é uma vitória pessoal e chegar ao topo tem um sabor inigualável de conquista.

A vitória, neste caso, não é contra os demais caminhantes, mas sobre si mesmo, o que torna tudo ainda mais especial.

Isso tudo em um dos cenários mais deslumbrantes do Brasil, em meio a trechos de Floresta de Araucária intactos, com fauna e flora exuberantes.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/ir-e-vir-de-bike/rio-do-rastro-corvo-branco-e-urubici-uma-cicloaventura%C2%B3-na-serra-catarinense/

A HISTÓRIA DA SERRA DO RIO DO RASTRO

A história da Serra do Rio do Rastro começa em 1870, quando os primeiros habitantes da região, levados pela necessidade de conseguir os gêneros de primeira necessidade que chegavam ao Porto de Laguna, abriram uma trilha na mata que ficou conhecida como "Serra do Doze" e foi o primeiro nome do lugar, que só depois passou a se chamar "Serra do Rio do Rastro".

A viagem até a cidade portuária era feita em lombos de burros e a aventura podia levar dias.

Na década de 80, a estrada foi pavimentada e iluminada, mas até hoje mantém nas suas curvas acentuadas uma atração à parte.

Além de facilitar a vida dos moradores, a Serra passou a ser o principal destino das pessoas que gostam de curtir a natureza.

A estrada tem 34 quilômetros e a subida começa em Lauro Müller, e no alto da montanha fica Bom Jardim da Serra, uma cidade pequena e acolhedora.

Ao chegar no topo da Serra, é impossível não parar, visto que no ponto mais alto fica um mirante, de onde é possível visualizar todas as curvas da estrada em meio à mata nativa.

Este é o ponto da estrada mais apaixonante, quando se pode ver a imagem completa da Serra, as montanhas, árvores, pedras e pontos em que a água corre morro abaixo, um espetáculo completo visto de apenas um lugar.

A Serra do Rio do Rastro acha-se ligada a muitos aspectos históricos, econômicos e turísticos da região de Orleans - Lauro Müller, onde o nome de diversos de seus topônimos tornou-se bastante familiar aos geólogos brasileiros, por terem passado a designar unidades estratigráficas de ampla distribuição na Bacia do Paraná, como a própria Formação Rio do Rasto, e os topônimos dos rios Bonito e Passa Dois, as localidades de Guatá e Palermo, além de outras designações como Tubarão e Estrada Nova.

A estrada que percorre a Serra é um trecho da rodovia SC-438, que, partindo de Tubarão, próximo ao litoral de Santa Catarina, e passando por Orleans, Lauro Müller, Bom Jardim da Serra e São Joaquim, chega até Lages, no planalto catarinense.

A relação da região com o setor mineral brasileiro data de 1841, quando a presença de "carvão de pedra" foi constatada por técnicos e cientistas brasileiros e estrangeiros em missão do Governo Imperial Brasileiro.

Em 1903, o então Governador Vidal Ramos inaugura uma estrada que partindo da atual localidade de Lauro Müller, permite o acesso até São Joaquim e Lages (a "Estrada Nova").

O ponto mais elevado, próximo da descida da Serra do Rio do Rastro, a sudeste, é o Morro da Ronda, que tem um sugestivo banco de frente ao cânion de mesmo nome e possibilita o acesso pela rodovia, a sul (cerca de 500 m da SC-438) que leva ao interior de Bom Jardim da Serra, junto aos Aparados da Serra, e tem 1507 m de altitude.

Dele, avista-se o ponto mais elevado do estado do Rio Grande do Sul (Monte Negro com 1398 m) em dias claros, sempre olhando-se ao S.

Ao N-NW, avista-se um dos 3 pontos mais elevados de SC, o Morro da Igreja, com aproximadamente 1822 m de altitude.

Fonte: Wikpédia

DEPOIMENTO DE UM TURISTA MOTORIZADO

O resultado de um concurso realizado por um jornal espanhol consagrou um dos cartões-postais de Santa Catarina com a estrada mais assombrosa do mundo. A Serra do Rio do Rastro tem oito quilômetros de subida com paisagens de tirar o fôlego e encher os olhos. Mas não é apenas a beleza natural que vai te fazer prender a respiração. No trajeto entre Bom Jardim da Serra e Lauro Müller a estrada tem mais de 250 curvas e muitas delas bastante fechadas. Foi por isso que ela ganhou tão tenebrosa fama.

A lista dos trechos mais horripilantes inclui ainda a Ponte de Storseisundet, na Noruega; o Túnel da rodovia de Guoliang, na China; os caracóis da Travessa dos Libertadores, que fica na Cordilheira dos Andes, entre o Chile e a Argentina; e muitos outros. Para ver a lista completa, acesso o site.

Assim que soube da façanha conquistada por essa estradinha do sul do país, aumentou a minha vontade de cruzá-la de um lado a outro. De pronto, meu amigo Luis Leitão topou subir essa gigantesca montanha russa partindo do Rio Grande do Sul.

São mais de 250 curvas em apenas oito quilômetros.

O vai e vem da estrada que serpenteia as encostas da serra.

Já no começo, ainda nas primeiras curvas, posso perceber que o clima será de total atenção. A estrada é realmente estreita, sem espaço para acostamento em quase todo o percurso e cheia de caminhões que fazem esse trajeto diariamente. Portanto, não se assuste se encontrar um desses grandões invadindo a contramão em uma das curvas.

Em boa parte da pista, o asfalto dá lugar ao concreto que tem aquelas ranhuras típicas de pistas de pouso dos aeroportos, os groovings. Isso é um sinal de que em dias chuvosos a situação aqui não deve ficar bonita. E não fica. No período mais frio, a Serra do Rio do Rastro é constantemente fechada por motivo de segurança. Neblina, geada e chuva forte podem ser fatais nesse pequeno trecho de rodovia.

Em todo o percurso, aproximadamente a cada 500 metros, áreas de escape à direita de quem sobe nos permitem parar para observar o cenário que deixamos para trás. De longe já avisto uma linha que serpenteia a montanha deixando o seu rastro no verde das árvores. Avançamos até o topo da Serra e chegamos ao mirante natural que proporciona uma visão panorâmica da Serra do Rio do Rastro a 1.460 metros de altitude.

Sem acostamento, a atenção é essencial.

Como chegar à Serra do Rio do Rastro:

A Serra do Rio do Rastro fica a 220 quilômetros de Florianópolis. A viagem é feita pelas rodovias BR-101 – que está duplicada na maior parte do trecho – e BR-282. De Lages, a maior cidade da região serrana, a São Joaquim são 75 quilômetros pela SC-438, a mesma rodovia que liga Bom Jardim da Serra e Lauro Müller, passando pela Serra do Rio do Rastro.

Partindo de Porto Alegre, o melhor trajeto para chegar às cidades da Serra Catarinense é seguir da capital gaúcha até Criciúma pelas rodovias BR-290 e BR-101, e de Criciúma seguir para Orleans, vizinha de Lauro Müller, pela SC-446.

Fonte: http://www.penaestrada.blog.br/serra-rio-rastro-mais-assombrosa-mundo/

PROSSEGUINDO EM MINHA CAMINHADA

Altimetria e percurso a ser vencido, capturado pelo peregrino Perdiz no Google Earth.

Depois de uma merecida pausa, bem-disposto e reanimado, face ao clima fresco que encontrei no alto da serra, reiniciei meu périplo com bastante desenvoltura, quando meu relógio marcava exatamente 11 horas.

Minha meta era aportar em Bom Jardim da Serra, cidade situada a 12 quilômetros de distância, onde iríamos pernoitar naquele dia.

Estrada plana, com belo visual, mas sem acostamento.

Eu segui ainda pelo leito da rodovia SC-390 que nesse trecho, salvo raras exceções, também não possui acostamento.

Dessa forma, eu ficava o tempo todo atento ao trânsito de veículos, pois quando dois deles se cruzavam ao meu lado, eu imediatamente saía da pista em face da exiguidade de espaço.

E nesse trecho, encontrei e fui ultrapassado por inúmeros caminhões, talvez em face do horário em que eu transitava por ali.

Muito verde no entorno e capins "rabo de burro", dão o toque à paisagem.

O trajeto é praticamente todo em leve descenso e discorre entre grandes fazendas de criação de gado, com ampla visão de todo o entorno.

Em muitos locais, me ladeavam grandes moitas do capim “rabo de burro”, típicos da região, e que compunham um visual diferenciado para um turista como eu.

Ao fundo e ao longe, já é possível avistar a cidade de Bom Jardim da Serra.

Nesse pique eu passei diante da Churrascaria Tropeiro e, mais abaixo, da Churrascaria Cascata, que é bastante procurada pela qualidade dos serviços que oferece.

Churrascaria Cascata, à direita, e Portal de entrada da cidade de Bom Jardim, à frente.

Mais alguns metros e ultrapassei o portal da cidade, depois segui ainda por 2 quilômetros em zona urbana, até aportar ao Hotel Morada dos Pinheiros, local onde havíamos feito reserva.labareda

Eu me encontrava bastante estafado e um termômetro alocado diante do estabelecimento, marcava 33o C quando ali cheguei.

Hotel Morada dos Pinheiros, local onde ficamos hospedados.

No agradável estabelecimento, por uma diária de R$110,00, pude ususfruir de um quarto individual confortável e demais benesses que a vida moderna nos proporciona.

Depois de um merecido e demorado banho, fui almoçar no Restaurante Califórnia, onde desfrutei de um atendimento de primeira categoria.

Eu lavei minhas roupas, desfiz a mochila e quando me preparava para uma soneca, chegaram também o Perdiz e a Celina, e se instalaram num quarto duplo contíguo.

Igreja Matriz de Bom Jardim da Serra/SC, que está situada a 1350 m de altitude.

Após o profícuo descanso, fomos todos conhecer e fotografar a igreja matriz local e dar uma volta pela típica cidadezinha que, no inverno, costuma apresentar temperaturas negativas, com queda de neve, como aconteceu recentemente, em julho de 2013.

Lanchonete e Pizzaria Latitud 28, local onde jantamos nesse dia.

E a noite fomos comer uma pizza e sorver uma cerveja bem gelada na Lanchonete e Pizzaria Latitud 28, onde fomos muito bem atendidos.

Jantar festivo em Bom Jardim da Serra, com Perdiz e Celina.

Depois, o programa foi dormir, posto que o dia seguinte também prometia ser pleno de emoções.

BOM JARDIM DA SERRA/SC

A cidade é conhecida como a "Capital das Águas", porque conta com 35 cachoeiras de, pelo menos, 10 metros de altura, e 14 rios que nascem em seu território, nos quais é possível praticar a pesca esportiva.

Em consonância, um conjunto de quedas d'água convida o visitante a se banhar nas Cascatas Salto do Pelotas, um dos principais atrativos turísticos de Bom Jardim.

Contudo, é preciso ter um bom preparo físico para descer e, principalmente, subir de volta os 156 degraus que levam às quedas.

Igreja matriz de Bom Jardim.

De acesso mais fácil, localizada a 3 quilômetros do centro da cidade, a cascata do Rio Baú, com 8 m de altura, e Alagados, uma planície alagada, com 3.000.000 m² de extensão, localizada dentro do Parque Nacional da Maçã, em Santa Barbara, também fazem parte do roteiro turístico da Capital das Águas.

Ainda no caminho para Bom Jardim da Serra, dá para ter um aperitivo das paisagens que poderão ser observadas: uma vista privilegiada para um cânion de 1450 m de profundidade, que, no inverno, fica encoberto por neve.

Conhecida como Estrada da Serra do Rio do Rastro, a rodovia SC-438, que leva à cidade, vai beirando a serra, do nível do mar a mais de 1000 m de altitude, e já vai colocando o turista no clima.

Uma das ruas da cidade, com calçamento padronizado e floreiras.

Na Serra do Rio do Rastro encontram-se, também, as três torres de 50 m que fazem parte a usina de energia eólica – que aproveita o vento para gerar eletricidade para a estrada, bem iluminada, e a cidade.

Do mirante localizado no topo da mesma serra, em dias de céu limpo, é possível enxergar o mar, além dos morros, vales, colinas e montanhas que cercam o local.

Localizado a 12 quilômetros do centro, o Cânion das Laranjeiras, com 1520 m de profundidade, é tido como o mais bonito.

Decoração diferenciada em uma das casas da cidade.

Ainda há outros, como o Cânion da Ronda (1485 m) e o Cânion do Funil (1590 m), que também são pontos de visitação obrigatórios para os amantes da natureza.

Uma das maiores unidades de conservação ambiental do país, o Parque Nacional de São Joaquim, com 49 mil hectares, abrange os municípios de Urubici e Orleans, além de Bom Jardim da Serra.

Nele é possível visitar um dos pontos mais altos do Estado, o Morro da Igreja, de onde é possível ver a famosa Pedra Furada.

Flores no quintal de uma casa, que encantam os turistas.

A cidade conta atualmente com 4.400 habitantes e está localizada a 1245 m de altitude.

Fonte: Wikipédia

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