2º dia: COSMÓPOLIS/SP a SANTO ANTÔNIO DA POSSE/SP - 36 quilômetros

2º dia: COSMÓPOLIS/SP a SANTO ANTÔNIO DA POSSE/SP - 38 quilômetros


Ó Virgem Aparecida, sacrário do Redentor, dai à alma desfalecida vosso poder e valor.


A jornada seria longa e na primeira parte do trajeto caminharíamos em zona urbana, assim, deixamos o local de pernoite às 4 h 15 min e seguimos por avenidas largas e bem iluminadas.

Inicialmente, caminhamos pela avenida da Saudade que, após 6 quilômetros, se transformou na rodovia vicinal CMS 020.

Onze quilômetros percorridos em bom ritmo, sobre piso duro e já com o dia claro, finalmente, fletimos à direita e prosseguimos sobre terra.

Dois quilômetros abaixo, ultrapassamos a rodovia SP-107, que liga as cidades de Holambra e Artur Nogueira e, já do outro lado, acessamos uma estrada larga, plena de poeira, e intenso tráfego de veículos, em face do horário matutino.

Nesse trecho notamos a existência de imensas estufas utilizadas para o plantio de flores, o forte no município.

Logo, adentramos ao bairro Alegre, que pertence a Holambra, e depois de uns 3 quilômetros, acessamos uma rodovia vicinal asfaltada, e por ela caminhamos mais 2 quilômetros.

Mais à frente, no bairro Palmeirinhas, depois de 19 quilômetros percorridos, dobrados à direita, adentramos em uma estrada de terra e, então, o percurso se tornou ermo e interessante.

Como de praxe na região, encontramos canaviais e imensas plantações de laranja a nos ladear nesse trecho.

Com o sol já nos agredindo e depois de caminharmos 26 quilômetros, ultrapassamos a rodovia SP-340, que liga Campinas a Mogi Mirim e demais cidades.

Então, para nossa sorte, caminhamos bastante tempo sob a sombra de uma retemperadora mata.

Mais acima, transitamos em leve ascendência, num campo aberto, onde um grande canavial acabara de ser cortado.

No trecho final, ainda encontramos bastante silêncio e transitamos por locais ermos, um agradável refrigério para o nosso espírito.

Sem grandes dificuldades, caminhamos pelo bairro de Posse da Ressaca, sede de uma antiga estação de trem, e logo chegávamos ao nosso destino desse dia.

Algumas fotos dessa etapa: 

A cidade de Santo Antônio de Posse, inicialmente, foi predominantemente rural. Suas fazendas, distribuídas em 154 km2 de extensão, representaram um marco econômico e cultural de suma importância para o desenvolvimento local.

Sendo primeiramente destinadas ao cultivo de cana-de-açúcar, elas passaram, posteriormente, devido a suas terras férteis, a cultivar café e algodão.

Com a expansão da lavoura cafeeira e pela necessidade de substituição da mão de obra escrava, muitos estrangeiros vieram para a região à procura de trabalho. Santo Antônio de Posse recebeu a maioria de imigrantes de origem italiana, mas também vieram muitas famílias libanesas e portuguesas.

Os imigrantes desempenharam um papel importante para a formação e o desenvolvimento da cidade, que ainda traz consigo reflexos da mistura cultural dos povos formadores de sua identidade.

Com o aumento do trânsito para escoamento das safras de café das fazendas, em 27 de agosto de 1875, criou-se a Estação de Ferro, que foi construída no bairro que deu origem à cidade.

Todo o café da região era trazido para esta estação e, nela, reensacado para depois ser transportado por trem para os portos, por isso o bairro recebeu o nome “Ressaca”.

Em 1893 o povoado do bairro Ressaca foi elevado a Distrito de Paz, anexado ao município de Moji Mirim, com a denominação de “Posse”, tomando a denominação de “Posse de Ressaca” em 1938.

Mais de cinquenta anos se passaram e as lideranças de Posse iniciaram o movimento visando obter a emancipação político-administrativa, que contava com o apoio da maioria absoluta da população.

Finalmente, em 1953, a cidade ganhou a condição de município e passou a denominar-se “Santo Antônio de Posse”, cuja instalação oficial ocorreu em 1955.

População atual: 22 mil habitantes. Altitude: 695 m.


RESUMO DO DIA - Tempo gasto, computado desde o Hotel Pousa-lá, em Cosmópolis/SP, até o Ciluzzo´s Restaurante e Pousada, em Santo Antônio da Posse/SP: 7 h 30 min.


Clima: Nublado de manhã, depois ensolarado, variando a temperatura entre 14 e 25 graus.


Pernoite: Ciluzzo´s Restaurante e Pousada – Apartamento simples, com beliches, banheiro compartilhado e café da manhã - Preço: R$50,00.


Almoço no restaurante da própria pousada: Excelente! – Preço: R$18,00, pode-se comer à vontade no sistema self-service.


Para visualizar essa trilha, gravada no aplicativo Wikiloc, acesse: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/cosmopolis-a-santo-antonio-da-posse-25937452


AVALIAÇÃO PESSOAL: Uma etapa de grande extensão, sendo que, primeiramente, foi preciso fazer uma grande travessia, para abandonar a parte urbana da cidade de Cosmópolis. Na sequência, após percorrer 7 quilômetros em piso asfáltico, nos enlaçamos novamente com o roteiro desse caminho, que estava à nossa esquerda. Porém, somente depois de caminhar 11 quilômetros, é que adentramos em terra e passamos a transitar por locais ermos, rodeados por plantações e pastagens. Depois de cruzar a rodovia SP-107, que segue em direção à cidade de Artur Nogueira, o trajeto se tornou bucólico e interessante, lembrando que, novamente, a altimetria não apresentou maiores empecilhos e o clima fresco nos ajudou no trajeto. No global, uma jornada longa, mas que vencemos com persistência e um bom preparo físico. Lembrando que nessa jornada caminhamos, aproximadamente, 15 quilômetros sobre piso duro/asfáltico.