3º dia: ENTRE RIOS DE MINAS a CASA GRANDE – 33 quilômetros

3º dia: ENTRE RIOS DE MINAS a CASA GRANDE – 33 quilômetros

É melhor conquistar a si mesmo do que vencer mil batalhas.” (Buda)

Saída às 4 h, tendo em vista que o percurso seria longo e acidentado em alguns entremeios.

Na jornada desse dia, o trajeto da Estrada Real e do CRER também são coincidentes.

Estátua que homenageia o cavalo Campolina edificada no trevo de acesso à cidade de Entre Rios.

1ª parte: Entre Rios a Serra de Camapuã: 23 quilômetros, em aproximadamente 5 h.

Clima nublado e ameaçador de manhã, porém não choveu.

Aliás, o sol apareceu após as 9 horas e, então, o clima se tornou extremamente quente e abafado.

O primeiro trecho até a saída da zona citadina foi feito sobre paralelepípedos e sob o conforto da iluminação urbana.

No trevo, que há na entrada da cidade, eu acessei a rodovia MG-383 e segui mais 3 quilômetros sob piso asfáltico.

Depois, fleti à esquerda e segui sempre caminhando por estradas de terra largas, de piso bem sedimentado, onde a sinalização se mostrou excelente.

No percurso enfrentei alguns ascensos e declives íngremes, mas todos de pequena extensão.

Destaque para a belíssima paisagem da Serra de Camapuã, que depois da passagem pelo povoado homônimo, vai ficando à esquerda do caminhante.

Existem no trajeto várias fazendas, mata-burros, plantações de milho e pequenas igrejas.

Destaque, entre elas, a capela de Nossa Senhora da Lapa de Olhos d´Água, cuja construção foi iniciada, provavelmente, no ano de 1683, e que recentemente, passou por um processo de restauração.

O povoado de Serra de Camapuã pertence a Entre Rios de Minas e nele identifiquei 3 bares, que podem servir de pontos de apoio aos viajantes, porém, quando ali passei, todos ainda se encontravam fechados.

Algumas fotos desse trecho:

Tem bois na estrada...

Muita mata nativa nesse trecho.

Caminho fresco, tempo nublado.

Uma igrejinha perdida no meio do nada...

Mais bosques nativos.

O caminho segue bastante arborizado.

Caminho plano e aberto no topo do morro.

A famosa igreja de Nossa Senhora da Lapa de Olhos d´Água.

Caminho arejado. Ao fundo, a Serra de Camapuã.

Caminho em forte descenso. Ao fundo, a Serra de Camapuã.

Igrejinha do povoado de Serra do Camapuã, que pertence a Entre Rios.

2ª parte: Serra do Camapuã a Casa Grande: 10 quilômetros, em aproximadamente 2 h 30 min.

Percurso tranquilo, salvo raras exceções, e que apresenta sombra em boa parte do trajeto.

Os derradeiros quilômetros são em agradável declividade, tendo a serra de Camapuã a ladear o caminhante pelo seu lado esquerdo.

Observei nesse intermeio muitas fazendas com plantações variadas, desde cana-de-açúcar até café e milho, além de intensa pecuária leiteira.

Algumas fotos desse trecho:

Caminho arejado e sob sol ardente.

Retões maravilhosos...

Trecho espetacular, sob mata nativa.

Ar puro, silêncio, quer mais?

Deixando o túnel verde...

Caminho sob as sombras de eucaliptos.

Descidão final. A cidade está muito perto...

Segundo a história, por volta do século XVII, o território do município teve como primeiros habitantes alguns portugueses que acamparam no local para exploração de ouro, ainda na época do Brasil Colônia.

A mineração era feita, via de regra, nos riachos existentes na região.

Igreja matriz de Casa Grande, no momento, em reformas.

Crescia o interesse por esse metal, provocando a vinda de outros moradores.

O fundador da povoação, Bento Correia, mandou construir uma casa de grandes proporções, dividida de tal modo que 15 famílias (cerca de 60 pessoas) nela abrigadas não se comunicassem internamente.

Dessa imensa edificação ainda existem os alicerces. 

Praça central de Casa Grande.

Ao se esgotaram os veios auríferos, as pessoas recém-chegadas, com espírito mais empreendedor, se voltaram para a agricultura e depois para a pecuária leiteira, atividades que contribuíram para a evolução da localidade e representam ainda hoje as mais importantes fontes de economia municipal.

O topônimo Casa Grande teve sua origem naquele enorme casarão, ponto inicial de formação da cidade, que conta atualmente com 2.500 habitantes.

Altitude: 1020 m.

Pousada Casa Grande, de Dona Madalena. Recomendo!!

RESUMO DO DIA:

Tempo gasto, computado desde Pousada das Pedras, em Entre Rios de Minas/MG, até a Pousada Casa Grande, em Casa Grande/MG: Aproximadamente, 7 h 30 min.,

Pernoite na Pousada Casa Grande, de Dona Madalena - Apartamento excelente! O estabelecimento oferece até piscina aos hóspedes! Destaque para a acolhida de sua proprietária, uma pessoa extremamente hospitaleira e carinhosa para com os peregrinos que ali aportam. Recomendo, com efusão!

Almoço no Restaurante de Dona Irene e Sr. Zeca - Ótimo! – Preço: R$15,00 o “prato feito”.

IMPRESSÃO PESSOAL: Uma etapa de grande extensão, mas sem maiores dificuldades altimétricas. Existe apenas um grande ascenso antes do distrito de Serra do Camapuã, depois, salvo raras exceções, tudo é praticamente plano, não oferecendo obstáculos ao caminhante. No global, um percurso de razoável amplitude, porém, afora os primeiros 4 quilômetros percorridos sobre piso duro, um trajeto agradável, razoavelmente arborizado, de grande beleza e, em alguns trechos, integramente desabitado. É de se destacar a bela paisagem da Serra de Camapuã que acompanha o caminhante nesse roteiro, quase sempre pelo seu lado esquerdo.