2º dia: LUMINOSA (BRAZÓPOLIS/MG a PIRANGUÇU/MG - 23 QUILÔMETROS 

Eu sempre parto com o pressuposto de que será um bom dia... Veremos!

Partimos às 5 h, depois de ingerir o supimpa café da manhã preparado pelo Sr. Nilton. 

Mil metros caminhados, chegamos numa bifurcação: se seguíssemos à direita, nós obedeceríamos o sentido do Caminho da Fé e prosseguiríamos em direção à Campos de Jordão, tal qual eu havia feito recentemente.

No entanto, nessa ocasião nós estávamos seguindo as flechas azuis, desse modo, compenetrados e com muita atenção, pois o dia principiava a clarear, prosseguimos à esquerda por uma estrada plana, que seguiu serpenteando entre duas grandes elevações.

Um riozinho rumoroso, encorpado pelas recentes precipitações, nos acompanhava pelo lado direito e nesse trecho nós caminhamos entre grandes fazendas de gado leiteiro.

Assim foi que, depois de 4 quilômetros caminhados, sempre em leve e imperceptível ascenso, passamos pelo bairro de Pìlãozinho, onde encontramos, além de uma igrejinha vestida de branco e azul, dedicada a Nossa Senhora, algumas casas esparsas pela redondeza.

Prosseguimos subindo paulatinamente e mais acima atravessamos o riacho por uma ponte de madeira, depois passamos debaixo de densas moitas de bambu e, na sequência, enfrentamos o primeiro grande aclive.

Observamos à nossa frente, que a topografia nesse trecho é formada por uma sucessão de montanhas e vales cobertos por densa vegetação e o verde, quase escuro, abre espaço para pequenas plantações e algumas casas isoladas, que podíamos avistar ao longe.

O caminho prosseguiu sempre em lenta, porém, perene ascensão, entremeando pequenos patamares onde nós podíamos descansar e recuperar o fôlego.

O cenário foi se abrindo na medida em que nós subíamos, mostrava-nos do lado esquerdo uma grande montanha, integralmente coberta por grama, que servia de pasto para vacas leiteiras.

Finalmente, percorridos 9 quilômetros, nós alcançamos o topo da elevação, num lugar onde existe uma placa demarcando a divisa dos municípios, onde nós deixamos Brazópolis para adentrar no de Piranguçu.

Nesse local nós estávamos a 1.410 m de altura, a maior altimetria que encontraríamos nessa jornada.

Então, a partir desse marco principiamos a descer.

E, a bem da verdade, sofri muito mais que na ascensão, pois embora ela não se apresentasse tão cansativa, tornou-se bem mais perigosa, e quem sofreu foram nossos joelhos e calcanhares, trabalhando ininterruptamente para amortecer os solavancos e derrapadas no piso cascalhado.

A descida foi realmente um “parto”, porém, finalmente, acabamos desaguando numa outra via e nela, observando a sinalização, seguimos à esquerda e acessamos uma estrada calçada por bloquetes, que prosseguiu em meio a inúmeras e bem cuidadas chácaras, localizada no bairro Usina São Bernardo, cuja sede é Piranguçu.

Seguimos em frente animados e percorridos mais 4 quilômetros, adentramos em perímetro urbano, contudo precisamos caminhar mais 2 quilômetros até o local de pernoite, localizado do outro lado da urbe, já na saída para o município de Itajubá.

Na cidade nos hospedamos na Pousada Verde Maratea, onde fomos aquinhoados com uma especial atenção pela dona Silvânia, a proprietária do estabelecimento, que de tudo fez para que nos sentíssemos em casa.

Ali ficamos muito bem instalados, por módico preço, pudemos desfrutar de excelentes instalações para pernoite.

Algumas fotos do percurso desse dia: 

Os primeiros quilômetros são integralmente planos..

Igreja do bairro Pilãozinho.

Atravessando um trecho de mata nativa. O Vinícius segue à frente...

Marco existente no topo do morro, o ponto de maior altimetria da jornada. 

Um solitário cruzeiro, localizado no lado esquerdo do caminho.

Paisagens surreais a nos ladear nesse dia.

Serras e muito verde, a tônica desse dia.

A igreja matriz de Piranguçu/MG.

Piranguçu, cuja fundação remonta ao ano de 1.838, está localizada nos prolongamentos da serra da Mantiqueira, a 880 m de altitude, e faz divisas com as estâncias climáticas de Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí.

Entre as belezas do município, destaca-se a Represa da Vila Maria, entre os Estados de Minas e São Paulo, lugarejo cheio de charme, de lareiras, hortênsias, pinhão, azaleias, fogões à lenha, bosques, araucárias e córregos cristalinos.

Sua principal fonte de renda provém da agropecuária, posto que ela é grande produtora de arroz, banana, gado leiteiro e corte.

Possui, também, invejável potencial turístico, devido às belezas exuberantes de suas montanhas, cachoeiras e pedreiras.

Atualmente, com 5.500 habitantes, a urbe destaca-se pela qualidade de sua culinária, pois se torna nos fins de semana, ponto de encontro das famílias vizinhas.

Com Dona Silvânia, a proprietária da Pousada Verde Maratea. Pessoa amabilíssima!

Com Dona Silvânia, a proprietária da Pousada Verde Maratea. Pessoa amabilíssima!

RESUMO DO DIA:

Pernoite na Pousada Verde Maratea – Apartamento individual espetacular! – Preço: R$60,00

Almoço no Restaurante da própria pousada: Excelente! – Preço: R$27,00 – prato à la carte.

IMPRESSÃO PESSOAL – Uma jornada relativamente curta, porém, como na anterior, necessitamos sobrelevar um grande morro, localizado na metade do percurso. Trata-se, no entanto, de um trajeto fresco e cercado por um entorno de “encher os olhos”, tamanha sua esplêndida beleza. No geral, um trajeto pleno de muito verde, povo hospitaleiro e paisagens inesquecíveis.