16 – BRAGA a PONTE DE LIMA – 37 quilômetros 

O mundo inteiro é uma galeria de arte quando você está atento. Há coisas bonitas em todos os lugares, e são gratuitas.” (Charles Tart) 


A jornada seria longa e atribulada, assim, me preparei adequadamente e às 5 h 30 min, quando a cidade ainda dormia, eu deixei o local de pernoite e segui o meu rumo.

Essa etapa está muito bem sinalizada, mesmo em zona urbana, de forma que não tive nenhuma dificuldade para deixar Braga, apesar da escuridão reinante e da neblina que cobria parcialmente as ruas sinuosas por onde caminhei.

O roteiro todo em piso duro em sua primeira parte, me levou, sempre por caminhos planos.

Depois de passar em Frossos e Merelim, percorridos 8 quilômetros, transpus o rio Cávado sobre uma majestosa ponte medieval, cujo término da construção ocorreu em 1617.

A ponte atual sucedeu a anterior, de origem romana, permitido com segurança a passagem desse caudaloso rio português, seguindo a Via Romana XIX, do Itinerário de Antonino, que ligava Braga com Astorga, através de Lugo.

De fato, a partir da Vila de Prado, a estrada para Santiago coincide em muitos trechos com a estrada romana, e encontrei abundante sinalização de ambos os roteiros.

Inicialmente, a partir de Vila Prado, uma localidade de razoável tamanho, o caminho seguiu por uma rodovia vicinal asfaltada, por onde cheguei a ermida de São Tiago, de belo e marcante formato.

Seguindo adiante, ainda sobre asfalto, passei por Moure, depois, pela torre medieval de Penegate e, em seguida, após vencer o único ascenso do dia, cheguei a Portela das Cabras, cidade que dá acesso ao vale do rio Neiva, que atravessei em Goães, através da Ponte Pedrinha, de origem medieval.

A partir desse local, a maior parte do caminho é pavimentado, e avança por um labirinto de trilhas e asfalto, que passa por inúmeras vilas, áreas de cultivo, o asfalto da rodovia N-201 e, até, atravessa um campo de golfe.

Neste passeio eu visualizei monumentos marcantes como, por exemplo, o cruzeiro e a capela de Casas Novas, em Albergaria, e a Quinta do Baganheiro, em Queijada.

E depois de descender, ininterruptamente, nos quilômetros derradeiros, adentrei, finalmente, em Ponte de Lima, minha meta para esse dia e ponto final do Caminho Torres. 

Infelizmente, nesse etapa meu aparelho celular descarregou, abruptamente, na metade do trajeto e não pude mais fotografar.

Algumas fotos do percurso desse dia:

Ponte medieval sobre o rio Cávado em Prado. Sob muita cerração nesse dia.

Placa explicativa. 

Igrejinha situada logo após a cidade de Prado. 

Cruzeiro situado diante da igreja de São Tiago.

Sinalização excelente!

Transitando  por Moure

Finalmente, em Ponte de Lima, final do Caminho Torres. 

Ponte de Lima, cidade belíssima! 

Vista do casco velho de Ponte de Lima, desde sua ponte romana. 

RESUMO DO DIA: Clima: frio e nebuloso de manhã, depois nublado / ensolarado, variando a temperatura entre 6 e 14 graus.

Pernoite no Residencial São João - Apartamento individual excelente! Preço: 30 Euros;

Almoço no Restaurante do próprio Residencial: Excelente! - Preço: 12 Euros o “menu del dia”.

IMPRESSÃO PESSOAL: Trata-se de uma jornada de longa extensão, contudo sem diferenças altimétricas relevantes, com exceção do declive de Braga ao rio Cávado e um ligeiro ascenso a Portela das Cabras. Até o eremitério de São Tiago, que se situa depois da Vila do Prado, o trajeto é sobre piso duro. E, como a maior parte desse percurso é plano e calçado por paralelepípedos, o ritmo se torna constante e se avança rápido. No global, o itinerário transcorre quase sempre por áreas altamente urbanizadas, de modo que existem bares, restaurantes de todos os tipos e outros serviços ao longo dessa etapa.