5º dia – BALNEÁRIO PIÇARRAS a ILHOTA – 36 quilômetros

A maior prova de coragem é suportar as derrotas sem perder o ânimo.” 

Teria, novamente, uma jornada longa, assim, parti às 5 h, como de praxe, sob uma temperatura de 15°C.

O percurso inicial, todo urbano, levou-me até a rodovia BR-101, que transpus por um túnel, depois, acessei uma rodovia vicinal que, 3 quilômetros adiante, bifurcou.

Observando a sinalização, adentrei à esquerda, já no bairro Morretes, e passei a caminhar sobre terra.

O trajeto seguiu agradável, plano e silencioso, margeando pastagens, arrozais e belas chácaras.

Percorridos 13 quilômetros sem maiores empecilhos, na altura do bairro de Porto Escalvado, que pertencente a Navegantes, acessei a rodovia SC-414, que provinha de Luiz Alves e nela passei o maior sufoco de todo o Circuito.

Foram quase 6 quilômetros à beira de uma via movimentadíssima, que não possui acostamento e com o mato invadindo a pista nas laterais, assim, quando precisava abandonar o leito da estrada pela passagem de veículos, eu não sabia onde estava pisando, correndo o risco de ser atacado por cobras, aranhas ou escorpiões...

Imagino que quem desenhou esse traçado jamais transitou por esse trecho a pé ou de bicicleta, assim, desconhece o altíssimo risco que ele representa, tanto que não o recomendo nem aos meus inimigos.

Depois de uma hora tensa e aflitiva, mais à frente, eu ultrapassei a concorrida rodovia BR-470, que liga Blumenau a Itajaí e, do outro lado, passei a caminhar por uma rodovia calçada por pedras, sem acostamento e que também apresentou expressivo trânsito de caminhões.

Então, depois de percorrer 24 quilômetros, passei pelo bairro Volta de Cima, que pertence a Itajaí, e numa padaria fiz uma pausa para adquirir água e uma barra de chocolate, que consumi de imediato.

O trecho sequente, bastante agradável e plano, foi empanado pela poeira que eu aspirei em profusão, todas as vezes que era ultrapassado ou cruzava com algum veículo automotivo, pois o leito da estrada estava pleno de terra solta e não chovia na região há bastante tempo.

Finalmente, por uma ponte, ultrapassei o rio Luiz Alves, depois segui caminhando à beira do rio Itajaí-Açú, num trajeto plano e ermo, até ultrapassar esse grande curso d'água por uma enorme ponte de concreto, cuja extensão é 480 m.

Já do outro lado, logo adentrei em zona urbana e segui até o meu local de pernoite nesse dia.

Algumas fotos dessa etapa:

No início, piso firme, silêncio e ermosidade...

Uma igrejinha existente à beira do caminho..

Estrada larga, plana e deserta.

Belíssimas paisagens laterais.

Trânsito interminável e perigoso por uma rodovia empedrada, em direção ao bairro de Volta de Cima.

A igreja existente no bairro de Volta de Cima.

Prosseguindo, grandes arrozais...

Trecho final, todo plano e reto..

Caminho deserto e silencioso nesse trecho final.

Flores à beira do caminho... quase chegando!

Ultrapassando o rio Itajaí-Açu.

O município de Ilhota é conhecido como a Capital Catarinense da Moda Íntima e da Moda Praia, título recebido do governo estadual pela grande quantidade de empresas dedicadas ao setor.

Nele você encontrará inúmeras lojas que oferecem bons produtos a preços de fábrica, fazendo da cidade um grande atrativo para compras.

A cidade de Ilhota teve colonização belga, depois italiana, e tem como destaque a produção de lingeries e biquínis, iniciada nos anos 80.

Hoje este é um setor importante na economia da cidade e propiciou o desenvolvimento do turismo de compras, com inúmeras e atraentes lojas na avenida à beira rio.

Ilhota tem outra característica marcante: a natureza exuberante, o ar puro e a tranquilidade, características que o torna um destino propício para os amantes do aconchego e do contato com o meio ambiente.

O município tem bonitas paisagens do vale do rio Itajaí-Açu e um passeio pelo seu interior é sempre uma boa pedida.

População: 14 mil habitantes.

A igreja matriz de Ilhota/SC.

RESUMO DO DIA - Clima: Neblinoso no início, depois ensolarado e ventoso, variando a temperatura entre 15 e 21 graus.

Pernoite: Hotel Ilhota – Apartamento individual: Ótimo! Preço: R$85,00

Almoço: Restaurante Beira Rio – Ótimo! Preço: Por R$20,00 pode-se comer à vontade no sistema self-service.

AVALIAÇÃO PESSOAL – Uma jornada de grande extensão e que muito decepcionou-me pelos riscos nela arrostados. Principalmente, no trânsito à beira da rodovia SC-414, que não recomendo a ninguém. Também encontrei no percurso bastante piso duro e poeira, um sacrifício a mais para nós caminhantes. Sinceramente, em minha opinião, apesar dela oferecer alguns atrativos naturais em parte de seu trajeto, essa etapa pode ser descartada, pelos intensos riscos físicos que apresenta em seu traçado. No global, em hipótese alguma eu repetiria esse trecho do Circuito, tal o perigo de vida e de acidentes que nele enfrentei.