2º dia: VARGEM DO CEDRO à SÃO BONIFÁCIO - 33 quilômetros

2º dia: VARGEM DO CEDRO à SÃO BONIFÁCIO - 33 quilômetros

Altimetria e distância a ser vencida nessa jornada, capturada pelo peregrino Perdiz no Google Earth.

Conforme ficara combinado na noite anterior, o café da manhã foi servido exatamente às 6 horas.

Isto agilizou nossos procedimentos, de forma que, bem alimentados, exatamente às 6 h 30 min, demos início a jornada do dia.

Inicialmente o roteiro mostrou-se plano e arejado, situado entre grandes propriedades onde a tônica eram as plantações de milho e mandioca.

Caminho entre Vargem do Cedro e São Bonifácio. Lentamente, o Perdiz e o Carminatti vão ficando à minha retaguarda.

À nossa direita corria manso regato e a paisagem ao derredor era de indescritível beleza.

Gruta de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Mas acima passei diante da gruta de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, depois o roteiro fez uma grande curva para a esquerda, passando diante de uma belíssima propriedade.

Visual de encher os olhos...

Andando um pouco mais acelerado, fui me afastando dos companheiros e depois de uns 3 quilômetros, iniciou-se um íngreme ascenso, que venci lentamente, pois meu corpo e, principalmente as pernas, ainda não estavam aquecidos.

Muito verde para onde se olhe..

Enquanto ascendia, pelo lado direito delineou-se uma paisagem deslumbrante aos olhos, mas logo o roteiro fez uma curva à esquerda, e passei a transitar dentro de um imenso bosque de eucaliptos.

Percurso feito dentro de agradável bosque de eucaliptos.

Mais adiante, passei diante do Alambique Berkemback, que fabrica cachaça artesanal e, então, iniciou-se agradável descenso, situado sob frondosas árvores e um renque de eucaliptos.

Um vale verde se desenha pelo meu lado direito..

O caminho nesse trecho é extremamente agradável e fresco, podendo avistar um imenso vale verde, situado do meu lado direito.

Descida agradável e fresca.

O roteiro descendente, aliado à inexistência de trânsito de veículos, tornavam minha caminhada tranquila e produtiva.

Nesse trecho o caminho não tem sombras.

O céu permanecia claro, o ar estava fresco e delicioso e a estrada sinuosa que se desdobrava à minha frente era tão desafiadora, mas ao mesmo tempo recompensadora, que fiquei tentado a entrar na zona da adrenalina.

O caminho faz grande curva à minha frente.

Lentamente o caminho se aplainou e nesse trecho eu transitei entre fazendas, onde havia belas e típicas residências, todas muito bem cuidadas e com pinturas novas.

Descendendo em direção ao leito do rio Capivari.

Depois de 10 quilômetros percorridos, por uma ponte, eu atravessei o rio Capivari e, mais acima, numa bifurcação, segui à direita pela rodovia SC-435.

Trecho plano, com bastante construções.

Um quilômetro depois, passei diante da igreja localizada na Comunidade de Santa Maria.

Igreja localizada no Bairro de Santa Maria.

Ali existe um grupo escolar e um posto médico para atendimento das pessoas residentes naquele bairro.

O sol já estava alto e fazia um calor opressivo, quando prossegui adiante, em meio a verdes pastagens e plantações de milho.

Muitas plantações, mas pouca sombra.

Dois quilômetros percorridos em bom ritmo, passei por um pequeno bairro, onde encontrei um bar aberto e aproveitei para comprar água e conversar com o proprietário, visto que ele se mostrara curioso sobre minha atividade de caminhante.

Local onde comprei água num bar existente nessa pequena Comunidade.

Mais abaixo, eu ultrapassei novamente o rio Capivari por uma ponte e, numa bifurcação, eu segui à esquerda, em meio a muito verde.

Depois de cruzar novamente o rio Capivari, encontrei fresca sombra no trajeto.

O caminho nesse trecho mostrou-se bastante fresco e arejado, pois havia frondosas árvores me ladeando, propiciando um alívio em razão do sol crestante.

Depois de mais uns dois quilômetros, o caminho lentamente foi se empinando, mas prosseguiu arborizado e agradável.

Caminho matoso e sombreado.

Nesse trecho, onde existe uma maior concentração de propriedades, o trânsito de veículos mostrou-se mais expressivo e, por isso mesmo, preocupante, pela exiguidade de espaço na via.

Bifurcação! Nesse local eu segui à esquerda.

Depois de percorrer aproximadamente 20 quilômetros, cheguei numa bifurcação e, observando atentamente uma placa ali fincada, girei à esquerda e, um quilômetro depois, passei pelo bairro Santo Antônio.

Caminho serpeante e agradável.

A comunidade abriga algumas residências esparsas, além de uma bela igrejinha erigida ao lado da estrada.

Igrejinha localizada no Bairro Santo Antônio.

Num bar ali existente parei para me hidratar e ingerir uma barra de cereal.

Enquanto descansava, tomei informações com a proprietária do estabelecimento e confirmei que estava certo em meus cálculos, pois ainda me restavam percorrer 10 quilômetros para aportar à São Bonifácio, minha meta para este dia.

Seguiram-se vários estirões retilíneos.

O sol brilhava forte num céu azul e sem nuvens quando, 20 minutos depois, reiniciei meu périplo.

Caminho verdejante, mas sem sombras.

Seguiram-se longos estirões retilíneos por um caminho plano e rodeado de muito verde.

A paisagem bucólica, representada por inúmeras e bem cuidadas fazendas, deu o toque nesse trecho.

Paisagem bucólica localizada à beira da estrada.

Era apenas 10 horas, mas o sol estava a pique, intenso, ofuscante e escaldante.

Em determinado local, passei diante de um belo cruzeiro, onde existem fincados no chão placas contendo cenários da via-sacra, e que nos conduzem até a gruta de São Cristóvão, localizada num morro do lado direito da estrada, porém fora do meu roteiro.

Trecho em descida, dentro de um agradável e fresco bosque de eucaliptos.

No entremeio final, eu transitei em meio a um agradável bosque de pinheiros e eucaliptos.

Muita poeira à minha frente.

No final de longo descenso eu ultrapassei novamente o rio Capivari por uma ponte, girei à direita, seguindo por uma estrada plana bastante movimentada e que me fez, literalmente, “comer poeira” devido às nuvens de pó que levantavam com a passagem dos veículos.

O derradeiro estirão antes de aportar à São Bonifácio.

Esses derradeiros 4 quilômetros foram complicados por conta do cansaço acumulado e pelo calor reinante àquele horário, porquanto, trilhados por uma estrada plana porém sem sombras.

Finalmente, vencidos 31 quilômetros, adentrei em área urbana e logo passei diante da igreja matriz de São Bonifácio, onde parei para fotografar e fazer uma visita em seu interior.

Igreja Matriz de São Bonifácio.

São Bonifácio, município de origem alemã, sendo a maioria proveniente da região da Westphália - Alemanha, por volta de 1863, possui atualmente 3.008 habitantes e sua emancipação ocorreu em 23 de agosto de 1962 (52 anos).

A economia baseia-se na agricultura, pecuária de leite e corte, apicultura, avicultura, beneficiamento de madeira, indústrias de lacticínios e turismo, com forte vocação voltada ao turismo ecológico.

Somos detentores do título de Capital Catarinense das Cachoeiras (Lei Estadual nº 13.096 de 18/08/2004).

Vista parcial da cidade de São Bonifácio.

A cidade mantém intactos muitos hábitos e costumes dos primeiros colonizadores. A língua alemã, onde aproximadamente 50% da população compreende ou fala a língua alemã. A arquitetura em enxaimel merece destaque, hoje com mais de 130 casas cadastradas e mapeadas. O volume destas construções, poderia dar-nos o Título "Capital Brasileira das Casas Enxaimel".

A gastronomia contribui de forma significativa na manutenção da cultura alemã em nosso município. Temos: o gemüse, sopa de galinha caipira, pão de milho, bolinho de batata, biscoitos, entre outros. No resgate e preservação do folclore alemão, os grupos folclóricos "Kleine Tänzer" e o "Tanzen Freude und Liebe", apresentam danças das regiões de origem dos imigrantes, com ênfase para a dança dos Sete Passos. A música e o canto com corais e demais grupos também são destaques na nossa cultura. As festas mais significativas que retratam aspectos culturais do município são as festas realizadas nas diversas comunidades, todas alusivas ao seu Padroeiro, a Festa do Padroeiro na Sede do município, Festa do Hospital, Festa do Pão de Milho e o Natal Luz.

Praça central de São Bonifácio.

A religiosidade é uma característica marcante da história de São Bonifácio. Os colonizadores, na sua maioria, vinham da região da Westfália, província profundamente católica da Alemanha. O esforço de manter viva a tradição religiosa pode ser percebido ainda hoje no número de Igrejas e Grutas construídas em todo o município, indiferentemente de qual credo. No trajeto da SC 435 se localiza a maioria dos monumentos histórico-arquitetônicos religiosos existentes em São Bonifácio. No Alto Capivari a Gruta São José (divisa do município), Gruta Bom Pastor e a Gruta Nossa Senhora das Graças. Na Sede - A Igreja Católica Matriz de São Bonifácio; Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil e a Gruta Nossa Senhora dos Campos. Em Santo Antônio a Igreja Católica e o conjunto religioso formado pelo Capitel Santo Antônio, Gruta São Cristóvão e Via Sacra.

O título "Capital Catarinense das Cachoeiras" (Lei Estadual nº 13.096 de 18/08/2004), evidencia a quantidade e qualidade das cachoeiras existentes em São Bonifácio. Cada uma com belezas específicas resultantes do conjunto natural paisagístico do seu entorno. As inúmeras nascentes de águas com sua topografia acidentada propicia belíssimas quedas de água, ideais para banho, visitas por trilhas ecológicas e esportes de aventura. Algumas já contam com um acesso facilitado e outras carecendo ainda de maior infraestrutura. O município por apresentar o relevo entrecortado de planície e serras cobertas de mata nativa favorece o traçado de trilhas, por ambientes deslumbrantes de vegetação original e cachoeiras. As trilhas são inúmeras, algumas com possibilidades de exploração turística imediata, outras precisam ainda ser devidamente trabalhadas. Aconselhável ser acompanhado por um guia local.

Fonte: www.saobonifacio.sc.gov.br

Gracioso coreto localizado na praça central de São Bonifácio.

O local de pernoite estava distante 3 quilômetros da cidade e não oferecia refeições nem o café da manhã.

Assim, à falta de restaurantes abertos naquele horário, fiz demorado e saboroso lanche num bar situado na rua principal da simpática urbe.

Pousada das Hortênsias, de belíssimo visual.

Depois, me provi de mantimentos num supermercado próximo, além de adquirir duas grandes garrafas de água, medida que se mostrou desnecessária, pois no quarto da Pousada havia um frigobar contendo água, refrigerante e cerveja.

Então, prossegui pela rodovia SC-435, utilizando seu acostamento, até a Pousada das Hortênsias, onde havíamos feito reserva.

Ali, por R$40,00, pude desfrutar de um apartamento individual de excelente qualidade.

O rio Capivari passa dentro da propriedade da Pousada.

Segundo o que está descrito em seu site, a Pousada das Hortênsias surgiu no ano de 2000 com a proposta de trazer um ponto turístico confortável e rústico à cidade de São Bonifácio.

Possui 15 hectares de área verde cortada por rios e localiza-se 445 m de altitude, proporcionando a seus visitantes o prazer da serra e do campo, com conforto e bem-estar.

Localizada na comunidade de Alto Capivari, oferece 40 leitos, 10 apartamentos, comida típica alemã, sala de jogos, lagos, ponte pênsil, trilha, gruta, nascente de rio, parque infantil, espelho d’água, rafting, campo para esportes e cavalos para cavalgadas.

Efetivamente, como pude comprovar “in-loco”, trata-se de um local de parasidiaca e inequívoca beleza.

Vista dos chalés onde ficamos hospedados na Pousada.

Mais tarde, por volta das 17 h, depois que eu já havia lavado minhas roupas e tirado uma breve soneca, chegaram meus companheiros que preferiram aguardar na cidade o sol amainar para depois seguir em frente.

À noite, depois de lancharmos o que havíamos trazido, ficamos um bom tempo conversando sobre a atividade daquela data e fomos unânimes em classificar a jornada de bastante extensa e desgastante, agravado pelo fato de que o calor e o sol forte não deram trégua durante o dia todo.

Ponte pênsil existente dentro da Pousada. (foto: José Carminatti)

E como a jornada sequente seria ainda de maior extensão, rapidamente nos recolhemos para descansar.

E dormi muito bem, afinal, consciência tranquila e senso de dever cumprido são ótimos passaportes para o sono.

RESUMO TÉCNICO DESSA DATA, PRODUZIDO PELO PEREGRINO JOSÉ CARMINATTI

DIA 18-03-15 – ETAPA VARGEM DO CEDRO - SÃO BONIFÁCIO (34,50 KM)

Depois de um belíssimo café, às 06:50 h partimos por estrada de chão, que nos levaria a São Bonifácio.

Trecho com uma subida logo no início e aproximadamente no Km 10,0 tomamos a esquerda e cruzamos uma ponte sobre o Rio Capivari.

Ato contínuo chegamos a um trevo no Km 10,4, já no Município de São Bonifácio, onde tomamos a direita pela Rodovia SC 435, que neste trecho não está pavimentada, com destino ao povoado de Santa Maria, onde paramos para um descanso 

na Igreja da comunidade no Km 11,0

No Km 13,5 viramos a direita, cruzamos a ponte sobre o Rio Capivari e tomamos a esquerda rumo ao povoado de Santo Antônio.

No Km 20,7 chegamos ao Povoado de Santo Antônio, onde paramos para um lanche nas proximidades da Igreja.

Aproximadamente no Km 23,4 passamos por um cruzeiro com belíssimos cenários da Via Sacra que conduzem até a belíssima Gruta de São Cristóvão, subindo um morrinho a direita, fora do caminho.

Sempre por estrada de chão, no Km 26,9 cruzamos a ponte sobre o Rio Capivari e seguimos pela direita.

No Km 31,0 chegamos a São Bonifácio, onde demos uma parada para um lanche que serviria de jantar para aquela jornada, visto que a pousada não oferecia esta opção.

Seguimos em frente, desta vez por via pavimentada e chegamos a Pousada das Hortênsias, às 17:30 h, no Km 34,5.

A Pousada das Hortênsias (Fone 48. 32520022) possui várias opções de acomodações.

O dia foi com tempo bom.

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