08º dia: SÃO LOURENÇO/MG a SANTANA DO CAPIVARI/MG – 30 quilômetros

08º dia: SÃO LOURENÇO/MG a SANTANA DO CAPIVARI/MG – 30 quilômetros

As pessoas cheias de amor vivem em um mundo cheio de amor. As pessoas hostis vivem em um mundo hostil. Mas o mundo é sempre o mesmo.” (Wayne W. Dyer)


Os roteiros do CRER e da ER também são coincidentes nessa etapa.

Saída às 5 h, mas sem ingestão de algo quente, porque o hotel não disponibiliza o café da manhã fora do horário previsto.

Nessa etapa específica, recomendo seguir sempre a sinalização da ER porque alguns marcos do CRER foram vandalizados ou estão escondidos pelo mato alto.

Por sinal, o primeiro totem da Estrada Real está fincado defronte ao Terminal Rodoviário de São Lourenço.

O primeiro trecho, até o bairro Taboão, é plano e quase sempre se caminha ao lado do rio Verde, por estradas arejadas, situadas entre imensas pastagens, sendo que o tramo final até Pouso Alto transcorre por locais silenciosos e sob árvores frondosas.

Na sequência, caminhei 2 quilômetros em zona urbana, depois segui sobre asfalto até São Sebastião do rio Verde, cuja igreja matriz é deveras original e merece uma visita.

Em ascenso, adentrei à esquerda numa larga estrada de terra, onde enfrentei sol forte e aspirei muita poeira até a chegada ao local de pernoite.

À tarde, após descansar fui visitar a igreja matriz do distrito, dedicada a Sant’Ana, cuja festa de aniversário ocorreria naquele final de semana.

No interior de belo templo tive o prazer de conhecer o pároco local, o padre Guilherme, com quem passei um bom tempo dialogando.

Algumas fotos do percurso desse dia:

Caminho retilíneo, nebuloso e deserto.

Muita nebulosidade no entorno.

Igrejinha localizada no bairro Taboão.

Apesar da estiagem, um pé de manacá florido.

Caminho belo, mas com muita terra solta em seu leito.

Caminho belo e com sombra.

Caminho belíssimo nesse trecho final.

A igreja matriz de Pouso Alto/MG.

Pouso Alto é um pequeno e bucólico município situado aos pés da Serra da Mantiqueira, com uma população estimada de 6.300 habitantes.

Ele se encontra encravado entre os picos mais altos do País, um cenário inesquecível em meio à exuberância da floresta tropical da Mata Atlântica e onde as quatro estações do ano se definem bem ao estilo europeu.

São montanhas e vales, bosques de araucária entrecortados, aqui e ali, por lindas cachoeiras e uma flora singular, onde se sobressaem bromélias, o popular beijinho, o mandacaru e espécimes de climas quentes e frios convivendo em perfeita harmonia e abrigando uma fauna bem diversificada.

A história de Pouso Alto - a segunda cidade mais antiga de Minas (a primeira é Passa Quatro) - remete ao século 17, quando os Bandeirantes começaram a desbravar a serra e abrir caminhos para o transporte do ouro e das pedras preciosas da região.

Em primeiro plano, o casarão onde pernoitou D Pedro II. Ao fundo e no alto, a igreja matriz da cidade de Pouso Alto/MG.

Considerado um dos pousos preferidos dos Bandeirantes, o vilarejo abrigou desbravadores ilustres como Fernão Dias Paes Leme, o caçador das esmeraldas; Borba Gato e Matias Cardoso.

Pouso Alto já foi pouso de princesa e príncipe, como a princesa Isabel e o príncipe Dom Pedro II, que vieram inaugurar a antiga estação de trens, hoje instalada na cidade de São Sebastião do Rio Verde.

Nela também viveram personagens ilustres, como o escritor Júlio Ribeiro, autor do famoso romance A Carne; depois, o poeta Manuel Bandeira, vindo à procura de uma recuperação de saúde.

E, posteriormente, Ribeiro Couto, diplomata, poeta e escritor, que foi durante quatro anos promotor da cidade e nela escreveu a novela A Cabocla, revivida recentemente através da televisão.

Chegando em São Sebastião do rio Verde/MG.

O interior da igreja matriz de São Sebastião do rio Verde/MG.

A igreja matriz de São Sebastião do rio Verde/MG.

Na sequência, caminho sem sombras e sob sol forte.

Um trecho agradável do caminho.

Quase chegando em Santana do Capivari/MG.

Santana do Capivari é um distrito do município de Pouso Alto no estado de Minas Gerais e está situado próximo à divisa com os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, na Serra da Mantiqueira.

O local possui algumas pequenas empresas como fábrica de sapato, reciclagem e um posto de gasolina.

Para pequenas despesas há algumas mercearias, padarias e bares.

Já para compras maiores, os moradores costumam ir a cidades vizinhas como Itanhandu ou Itamonte.

Igreja de Sant'Ana, em Santana do Capivari/MG.

A cidade de São Lourenço, que é a maior da região e mais bem estruturada, também é muito frequentada pelos moradores de Santana do Capivari.

O distrito não tem agências bancárias, mas há caixas eletrônicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

O acesso ao distrito é feito pelas rodovias BR-354 e MG-158.

Capivari é a palavra de origem tupi Kaapi+wara+ii e significa rio das capivaras.

Por oferecer roteiro necessário aos bandeirantes e mineradores, foi ali estabelecido um Registro Fiscal, que funcionou por muitos anos.

O interior da igreja de Sant'Ana, em Santana do Capivari/MG.

Tinha por finalidade “amparar os direitos régios e impedir a entrada de criminosos e audaciosos”.

Com a vinda de outros mineradores e posseiros, desenvolveu-se uma população respeitável, donde terem seus moradores obtido licença para a edificação de uma Igreja dedicada à gloriosa Sant’Ana, e incorporada à Paróquia de Pouso Alto.

A criação da Paróquia é de 3 de abril de 1839 e foi seu primeiro Pároco, a 25 de julho do ano seguinte, o Padre Custódio Ribeiro de Carvalho.

Dezenas de pássaros se alimentam próximo da praça central de Santana do Capivari / MG. Uma coisa linda!

RESUMO DO DIA:

Tempo gasto, computado desde o Hotel Colonial, em São Lourenço / MG, até a Pousada O Caipira, em Santana do Capivari / MG: 6 h 30 min.

Clima: frio e nublado até as 9 h, depois, sol forte e tempo aberto.

Pernoite na Pousada O Caipira: Apartamento individual razoável - Preço: R $ 80,00, com café da manhã;

Almoço no Restaurante Lírio do Vale: Excelente! - Preço: R $ 18,00, pode-se comer à vontade no self-service.

AVALIAÇÃO PESSOAL - Uma etapa de extensão razoável, porém sem grandes variações altimétricas. O primeiro percurso do dia, até a cidade de Pouso Alto, foi tranquilo e agradável. Depois, houve aproximadamente, uns 5 milhas sobre o piso asfáltico, cumprido em zona urbana. Contudo, o trecho final também se revelou bucólico e com bastante ermosidade, porém, nele aspirei bastante poeira e senti calor, em face do clima árido e do sol crestante. Não global, um percurso fácil e, à exceção do marco de nº 1140 da ER, muito bem sinalizado.