2º dia - BRAGANÇA PAULISTA/SP a EXTREMA/MG - 36 quilômetros

2º dia - BRAGANÇA PAULISTA/SP a EXTREMA/MG - 37 quilômetros

Após ingerir lauto café da manhã e fazer nossa oração matutina em grupo, partimos todos às 5 h 30 min, para cumprir outra jornada de grande extensão.

Inicialmente, com a lanterna na mão, caminhamos 2 quilômetros em terra, até acessar a rodovia que liga Bragança Paulista a Socorro.

Ali, já com o dia clareando, giramos à direita e, depois de 200 metros, por uma ponte ultrapassamos o rio Jaguari e, em seguida, fletimos à esquerda.

O caminho, em terra, perpassou por vários bairros periféricos onde, apesar de estarmos num sábado, encontramos expressivo tráfego de veículos e, por conta disso, aspiramos muita poeira.

Pausa para café e hidratação. Apesar do sol, ainda fazia frio..

Porém, depois de percorrer um total de 5 quilômetros, próximos do prédio que abriga a Sabesp, fletimos à esquerda e encontramos nosso “carro de apoio” ali estacionado.

Então, fizemos uma pausa para hidratação e ingestão de frutas e doces.

O trecho sequente foi bastante agradável..

Infelizmente, o Mestre Furlan que nos dera o prazer de sua companhia nesse primeiro trecho, em face de excruciantes dores no pé lesionado, desistiu definitivamente de caminhar e a partir desse ponto, até o final da jornada, seguiram apenas 6 peregrinos a pé.

Estrada plana, sombra, piso socado, tudo de bom...

Prosseguindo, acessamos uma larga estrada de terra, com piso socado, por onde seguimos com tranquilidade.

Na verdade, nós estávamos transitando pelo bairro Guaripocaba, cuja sede estava um pouco adiante.

Sede do clube de futebol que leva o nome do bairro.

Por sorte, esse trecho continha farta vegetação lateral, que nos proporcionou agradável sombra, visto que o ambiente, como um todo, já estava em franco aquecimento.

Mais 7 quilômetros percorridos em ótimo ritmo, giramos à esquerda e ao reencontrar nosso “carro de apoio”, fizemos outra pausa para ingerir um gostoso lanche matutino, com direito a café e leite quentes, queijo branco, mortadela fatiada, pão macio, doces, balas, água e refrigerante, dentre outras mordomias.

Fortalecidos, reiniciamos nossa aventura ultrapassando, por uma ponte asfaltada, nosso conhecido rio Jaguari.

Diga-se, a bem da verdade, que esse magnífico rio nos acompanhou em grande parte da jornada e, especificamente nesse dia, o ultrapassamos algumas vezes.

Caminhando firme e em leve ascenso. O Dejair nos acompanha nesse trecho.

Logo adiante, numa bifurcação, giramos à direita e seguimos em leve ascenso por um caminho extremamente agradável.

O sol já brilha forte num céu azul e sem nuvens...

Pena que, por estarmos num sábado e o local comportar diversas chácaras, o trânsito de veículos prosseguiu intenso e empoeirado.

Mais dois quilômetros percorridos, iniciou-se severo descenso.

O pessoal caminha conversando descontraidamente...

Já no plano, encontramos piso asfáltico e, na sequência, teve início o grande desafio do dia: um ascenso severo e empinado.

Que fomos vencendo passo a passo e, por sorte, em caminho sombreado.

Já no topo, a 920 metros de altitude, estávamos no ponto culminante dessa jornada.

Até ali já havíamos caminhado 20 quilômetros e como nosso “carro de apoio” estava nos aguardando, fizemos outra pausa para hidratação e ingestão de frutas.

O descenso pelo lado oposto, ainda em asfalto, foi rude e exigiu bastante esforço na frenagem do corpo.

E logo, adentrávamos em Vargem, a última cidade do Estado de São Paulo, que faz divisa com Minas Gerais.

Até ali já havíamos caminhado 23 quilômetros.

Na realidade, o nosso caminho apenas bordeja a cidadezinha e, num local sombreado, localizada dentro de uma propriedade particular, cujo espaço foi-nos graciosamente cedido, fizemos uma pausa necessária para ingerirmos nosso lanche quente, que substituía o almoço do grupo.

Foram momentos descontraídos, plenos de conversas sadias e boas risadas.

Uma hora depois, reanimados, pusemos-nos em marcha novamente.

Trecho perigoso feito pelo acostamento da rodovia Fernão Dias.

Dois quilômetros adiante, acessamos a rodovia Fernão Dias e, pelo acostamento asfáltico, caminhamos 1.000 metros, até adentrar em terra novamente, à esquerda, numa estrada ascendente.

O sol estava a pino num céu azul e sem nuvens, porém seguimos sempre animados e confiantes.

Em determinado trecho, podíamos avistar ao nosso lado direito, a imensa serra inserta no município de Joanópolis e que marca a divisa de SP e MG.

Tratava-se da serra do Lopo, localizada no Complexo da Mantiqueira, cujo nome provém de Lupus (Lobo em latim) e se refere à grande quantidade de lobos que habitavam a região, que também deu origem ao nome de um bairro da região, Guarauíva (guará – uiva). 

À direita, a famosa Serra do Lopo.

O grande complexo montanhoso possui altitude mínima de 900 m e máxima de 1780 m, e grande parte de sua extensão está enquadrada dentro de reservas naturais, criadas com o objetivo de preservar fauna, flora e recursos hídricos da região.

Isto porque a área apresenta em seus limites fragmentos da Mata Atlântica, rios e riachos que formam bacias de grande importância econômica, além de possuir ampla diversidade florística, mantendo em suas matas espécies que se encontram em perigo de extinção.

Seus pontos mais famosos são a Pedra das Flores, o Espaço Ecológico do Sauá, localizado ao lado das rampas de voo livre, a Pedra dos Cabritos e a Pedra do Cume, também conhecida como Pedra do Lobo.

Nesse local, o Sr. Antônio segue firme à minha frente..

Mais abaixo, por uma pequena ponte, ultrapassamos novamente o rio Jaguari e, ao mesmo tempo, nos despedimos das terras paulistas para adentrar na das Alterosas.

O trajeto prosseguiu sempre em altos e baixos e, nesse pique, depois de percorrer 29 quilômetros, transitamos pelo bairro dos Godoy, onde pude fotografar sua singela igrejinha, vestida de azul-celeste.

Nesse trecho derradeiro, caminhamos por vários locais onde não havia sombras..

Logo à frente, do cimo de um morro, pudemos avistar ao longe, numa depressão, a cidade de Extrema, nossa meta para esse dia.

Ao longe e abaixo, a cidade de Extrema/MG.

Prosseguindo ainda enfrentamos pequeno ascenso, antes de descender em definitivo.

Muita sombra e silêncio no trecho final do trajeto.

Na sequência, passamos sob a rodovia Fernão Dias e depois de caminhar mais três quilômetros em zona urbana, às 15 h 30 minutos chegamos à Pousada do Caipira, local de nosso pernoite nesse dia.

Extrema, uma progressista cidade mineira, atualmente, com 33 mil habitantes, seria a única cidade onde nós iríamos dormir, visto que os demais estabelecimentos reservados se encontravam em zona rural.

Dessa forma, após o necessário banho e lavagem das roupas, segui até uma farmácia para adquirir esparadrapos e analgésico.

E, num supermercado, renovei meu estoque de barras de cereais.

Igreja matriz de Extrema/MG.

Depois, sem pressa, segui até a igreja matriz da cidade, cuja padroeira é Santa Rita de Cássia, para visita e fotos.

O local se encontrava bastante animado, com música e barraquinhas de comes e bebes.

O Festival de Inverno estava bastante animado...

Na ocasião, encontrava-se em andamento o VIII Festival de Inverno de Extrema, que prometia muitas atrações culturais e musicais.

À noite, preferi ingerir singelo lanche no quarto onde estava hospedado, enquanto o restante do grupo seguiu para jantar num restaurante central.

Custo individual na Pousada do Caipira: R$50,00, incluindo pernoite e café da manhã.

AVALIAÇÃO PESSOAL: Outra jornada de grande extensão e com trechos de expressiva beleza, após o trânsito pelos bairros periféricos de Bragança Paulista, uma cidade tentacular, cuja população excede a 163 mil habitantes. O trajeto sequente à cidade de Vargem, após o trânsito pela rodovia Fernão Dias, também nos ofertou trechos de grande plasticidade. Contudo, a chegada à Extrema, como de praxe em cidades horizontais, foi longa e desgastante, pelo extenso trecho urbano a ser vencido em piso duro, antes do aporte ao local de pernoite. No global, outra jornada larga e exaustiva.

3º dia – EXTREMA/MG a MONTE VERDE/MG – 36 quilômetros