A CIDADE DE ASSIS

A CIDADE DE ASSIS

Choro as dores e humilhações do meu Senhor. O que mais me faz chorar é que os homens, por quem Ele sofreu tanto, vivem esquecidos dele.” (São Francisco de Assis) 

Conforme adredemente planejado, no dia sequente nós permanecemos na cidade e pudemos visitar os locais históricos e mais expressivos que Assis oferece, conforme abaixo descrevo: 

Basílica de São Francisco de Assis.

BASÍLICA DE SÃO FRANCISCO

A Basílica de São Francisco é, na verdade, um conjunto de duas igrejas, sendo que na igreja superior, onde estão os afrescos de Giotto descrevendo a vida de São Francisco, e a igreja inferior, que contém o túmulo do santo.

Os vinte e oito afrescos de Giotto que retratam a vida de São Francisco, na igreja superior, talvez sejam o mais famoso conjunto de afrescos narrativos de todo o mundo. A conhecida história se desenrola ao longo das paredes: Francisco, nu, enfrentando o próprio pai; Francisco pregando para os pássaros; Francisco expulsando o demônio de Arezzo; Clara despedindo-se de Francisco morto.

Tão grande era o medo de que o corpo de Francisco fosse roubado, em razão do seu incalculável valor como relíquia, que o esquife com seu corpo foi escondido nas profundezas de um túnel no subsolo da basílica. Permaneceria ali por seiscentos anos, até ser retirado em 1818.

Em 26 de setembro de 1997 a cidade sofreu um grande terremoto, danificando seriamente a Basílica, que ficou dois anos fechada para reformas. 

Basílica de Santa Maria Degli Angeli.

BASÍLICA DE SANTA MARIA DEGLI ANGELI 

Para proteger a pequena igreja da Porciúncula e acolher os numerosos peregrinos que se dirigiam ao lugar, entre 1569 e 1679 foi construída, sobre a Porciúncula, a grande Basílica de São Maria degli Angeli.

A Porciúncula é o lugar mais sagrado dos franciscanos. Foi aqui que o jovem Francisco compreendeu sua vocação e renunciou ao mundo para viver na pobreza.

Com apenas três metros por sete, a igrejinha recebeu o nome de Porciúncula porque ocupava uma pequena porção de terra.

A aura espiritual da surrada igreja calava fundo no coração de Francisco. Ali ele passou a morar. Amava o lugar mais do que qualquer outro no mundo. 

A igrejinha de Porciúncula.

Esta pequena igreja foi dada a Francisco por volta de 1208 pelos beneditinos, estava abandonada e em mau estado. Ele restaurou-a com suas próprias mãos. O interior é simples, algumas das pedras foram postas aqui pelo próprio santo.

Após a morte de Francisco, o valor espiritual e o carisma da Porciúncula tornaram-se ainda maiores. São Francisco havia dito para seus frades que a Porciúncula deveria ser a principal fonte de inspiração e um modelo para todos os seus seguidores.

Passados oitocentos anos, nenhuma outra igreja é mais associada a São Francisco do que a pequena Porciúncula. Foi ali que ele acolheu a fugitiva Clara, ali ele passou dezoito anos de sua vida, na companhia de outros frades. Ali ele morreu em 1226.

No dia 02 de agosto, a Ordem Franciscana celebra a festa da Porciúncula, lugar predileto de São Francisco. Vale a visita, lembrando que o ônibus que leva à igreja é o mesmo ruma para estação de trem.

IGREJA DE SÃO DAMIÃO 

A igreja de São Damião não tem uma grande importância sob o ponto de vista artístico, especialmente se compararmos com algumas das basílicas de Assis; no entanto, é um lugar que está fortemente ligado às histórias de São Francisco e Santa Clara.

Em 1205, a igreja estava semidestruída. O jovem Francisco entrou nela e começou a rezar diante de um crucifixo bizantino. De repente, o Cristo do crucifixo, falou para ele: “Vai, Francisco, e restaura a minha igreja, como vês ela está em ruínas”.

Francisco tomou estas palavras literalmente e começou a reformar a igreja com suas próprias mãos.

Com o tempo, Francisco entenderia que o Senhor estava pedindo a ele para reconstruir a igreja como um todo, no sentido espiritual, e não só a igreja de São Damião. 

Igreja de Santa Clara.

SÃO DAMIÃO – SANTA CLARA 

Em 1212, quatro anos após terminada a reconstrução da igreja, Francisco instalou Clara em São Damião, com o consentimento do bispo de Assis.

Clara continuou vivendo aqui pelo resto da sua vida. E morreu nela em 1253.

Cerca de cinquenta mulheres juntaram-se a Clara em São Damião; entre elas, encontravam-se a mãe e irmã da própria Clara.

Elas preenchiam o tempo cuidando de doentes, cultivando hortaliças e grãos, executando tarefas de rotina no convento e, oito vezes ao dia, dedicando-se à contemplação e às orações. Comiam muito pouco, jejuavam quase constantemente, a não ser no Natal, quando se permitiam duas refeições.

Sob o altar está o corpo de Santa Clara.

BASÍLICA DE SANTA CLARA 

A Basílica de Santa Clara abriga os restos mortais de Santa Clara e algumas relíquias.

A construção da igreja se iniciou em 1257, três anos depois da morte de Clara e um ano depois dela ter sido canonizada.

O interior tem o mesmo leiaute da Basílica Superior de São Francisco, com uma única nave.

O vasto interior está permanentemente lotado de pessoas que visitam o túmulo de Santa Clara.

Depois de ter permanecido escondido por seis séculos - como os restos mortais de São Francisco - o túmulo de Clara foi encontrado em 1850.

O corpo da santa está em exposição na extremidade leste da cripta, com o rosto protegido por uma camada de cera.

Dentro na Basílica de Santa Clara está a capela do Crucifixo de São Damião, que foi pintado no século XII, por um artista desconhecido. Trata-se de uma pintura em estilo romântico, com influência oriental, provavelmente bizantino. O que chama atenção é que os pés de Cristo estão pregados separados, assim como os cabelos caindo na face e, outros detalhes, tornam a obra uma relíquia franciscana.

TEMPLO DE MINERVA

Localizado na Piazza del Comune, o Templo de Minerva é hoje uma igreja consagrada a Virgem Maria. Trata-se de um edifício edificado na época dos romanos, com magnífica fachada em colunas. A Igreja possui bonitas gravuras. Vale a pena visitar e sentar nos degraus da igreja para ver o movimento da praça e saborear um “gelato” artesanal.

Os pais de São Francisco

Outro lugar bonito é a “Piazzeta di San Francesco Piccolino” onde, segundo consta, foi o lugar em que o santo passou a sua infância. Na pracinha encontramos uma estátua em homenagem aos pais de São Francisco, Dona Pica e Pedro Bernardone, além de uma igrejinha.