2020 – GIRO DA PRODOME – (SOUSAS/JOAQUIM EGÍDIO) – 20 quilômetros

As coisas acontecem a quem está disponível para vivê-las, ouvi-las e vê-las. É ótimo estar à disposição do seu destino, senão o que é que vai acontecer? Nada!”. (Jacques Higelin) 

Os distritos de Campinas, Sousas e Joaquim Egídio são conhecidos por sua arquitetura colonial e tranquilidade.

São, também, um reduto de lazer, pois caminhadas, ciclismo, passeios com o cachorro ou andar a cavalo são algumas das atividades ao ar livre que os adeptos da natureza podem praticar aos finais de semana nesses enclaves.

Para fugir um pouco do ostracismo provocado pela “pandemia” atual, convidei meu amigo Demétrius (Dedé) para me acompanhar em mais uma trilha circular, desta vez, de pequena extensão, mas não menos recheada de emoções e dificuldades físicas.

Assim, partimos do distrito de Sousas às 5 h 45 min, com o dia quase clareando, e um pouco do que vivenciemos no percurso, conto abaixo:

SOBRE O DISTRITO DE JOAQUIM EGÍDIO

O distrito de Joaquim Egídio, ainda o mais rural do município, surgiu em 1732, com a sesmaria concedida a Antônio Raposo Cunha Leme em área adjacente ao rio Jaguari.

O pioneiro desta região foi o coronel Joaquim Aranha Barreto de Camargo e ass poucas fazendas improdutivas à época foram vendidas ao capitão-mor Penteado e, posteriormente, por herança, passou às mãos do abonado cafeicultor Joaquim Egídio de Souza Aranha.

Major Luciano Teixeira Nogueira foi o fundador do distrito, mas antes a localidade teve duas denominações: Laranjal e São Luciano (em homenagem ao major).

Em 1885 Joaquim Egídio de Sousa Aranha, o Marques de Três Rios, passou a ser o proprietário da fazenda Laranjal.

Como o bairro das Cabras ficava distante do centro da cidade, a partir de 1877, o lavrador Antônio Pompeu de Camargo cogitou sobre a necessidade de se ligar o bairro com um ponto na malha ferroviária paulista, a Estação Campinas que ficava no centro de Campinas. 

Caminhando pelo interior da agradável "Estrada do Bonde, em Joaquim Egídio/SP.

Através de um acordo com a Companhia Paulista, no dia 09 de Setembro de 1904 a linha foi inaugurada e durante 26 anos transportou a produção cafeeira do distrito até a Estação da Mogiana, localizada no centro de Campinas.

Joaquim Egídio recebeu entre os anos de 1880 e 1889, vários contingentes de imigrantes (notoriamente italianos, mas também, suíços, belgas e portugueses) para o trabalho em suas lavouras.

A partir de 1929, com a crise que assolou o mundo, além da broca do café que tomou a região, seu crescimento foi interrompido.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, Joaquim Egídio ficou isolado por dois anos de Campinas, frente ao combate lá também travado e que destruiu a ponte que ligava Sousas a Campinas.

Atualmente, há em Joaquim Egídio a instalação de sítios de lazer e produção agrícola orgânica, convivendo com o crescimento acelerado de restaurantes e pousadas.

A Campinas rural ainda existe hoje, (notoriamente no distrito de Joaquim Egídio), mas, incrementa o cultivo de seu potencial turístico com intuito de atrair visitantes às caminhadas e esportes radicais, visando também (de igual modo em Sousas) carreá-los aos redutos gastronômicos, onde cerca de mil turistas por final de semana e quinhentos nos feriados, pelos depoimentos ouvidos de alguns comerciantes dos distritos, lá estão chegando (há cerca de sessenta bares, lanchonetes, padarias, restaurantes, choperias, cafés e dizem seus proprietários “que cabe mais!...”).

(Fonte: https://anpuh.org.br)

A NOSSA CAMINHADA

Quanto mais longe você vai, mais você se liberta dos seus condicionamentos culturais e descobre quem você é fora de sua zona de conforto; você se torna mais confiante e corajoso.” (Beatriz Seigner)

Partindo da praça central do distrito de Sousas, cuja igreja matriz é dedicada a São Joaquim e Santa Ana, nós acessamos uma estrada de terra que segue sob frondosa mata e ao lado do ribeirão das Cabras.

Trata-se do antigo percurso que o bonde fazia, quando ligava Joaquim Egídio a Campinas, em priscas eras.

O terreno todo plano nos propiciou caminhar com fluidez, posto que a temperatura ambiente estava em 13ºC, bastante fria para a época.

Dois quilômetros adiante, saímos na rodovia e, sobre piso asfáltico, prosseguimos por mais mil metros, até adentramos à esquerda, na famosa Estrada do Bonde, outro nicho agradável, plano e fresco, integralmente coberto por mata nativa.

Percorridos 4 quilômetros, no final do bosque, fletimos à esquerda, acessamos a rua Professora Lydia Abdalla e prosseguimos em direção à entrada do Condomínio Morada das Nascentes, quando o sol finalmente resolveu dar as caras. 

Entrada para o famoso "Bar da Cachoeira", em Joaquim Egídio/SP.

Então, percorridos 5 quilômetros, agora em meio a fazendas de criação de gado, ultrapassamos um riacho por uma ponte e logo principiamos a ascender por uma estrada pedregulhada que, cem metros acima, nos levou a transitar diante do famoso bar da Cachoeira.

“Por sinal, esse estabelecimento, cujo lema é “diversão e tranquilidade num só lugar”, já foi indicado por diversas vezes pela revista “Veja Campinas” como um dos melhores restaurantes da região.

Situado em recanto de uma fazenda, que preserva a natureza e as características bucólicas da região, em local dos mais aprazíveis, o ponto de referência é o bar, construído com materiais de demolição, que lhe confere um clima agradável e diferenciado.

Em uma área com capacidade para 400 pessoas, desfruta-se, em seus vários ambientes, da paz e da tranquilidade típicas da zona rural.

Para as crianças o Bar da Cachoeira oferece como atração, além do contato direto com a natureza, um “Espaço Kids” com playground de eucaliptos.

Nesse local também pode-se desfrutar da natureza, fazendo um passeio a cavalo, num ambiente que oferece estacionamento interno e uma equipe de seguranças.” 

Caminhando pelo topo do morro, mas ainda em ascenso...

Prosseguindo, logo o trajeto se nivelou e pudemos seguir mais tranquilos, mas depois prosseguimos em leve e perene ascenso.

Infelizmente, há mais de 40 dias não chovia na região, então, sabíamos que a passagem de qualquer veículo nos cobriria de poeira, assim, havíamos providenciado máscaras visando minorizar tal desconforto. 

Início de descenso, 9º quilômetro...

Finalmente, percorridos 9 quilômetros, alcançamos 900 m de altitude, num local arejado e situado entre grandes fazendas de criação de gado.

Olhando à nossa retaguarda, podíamos avistar a bela cidade de Campinas no horizonte, situada a, aproximadamente, uns 15 quilômetros em linha reta. 

Bifurcação no 11º quilômetro: prosseguimos à esquerda.

Prosseguindo, descendemos por um acidentado trecho até chegar numa bifurcação situada no 11º quilômetro, onde fletimos à esquerda e prosseguimos por uma estrada plana, plena de terra solta, que margeia um terreno onde afloram maciços rochosos de vários tamanhos. 

Aflorações rochosas do lado direito da trilha..

Depois, voltamos a ascender e percorridos 12 quilômetros, acessamos um trecho plano e arejado de onde, olhando à nossa direita, podíamos visualizar uma paisagem verdejante que se estendia até um longínquo horizonte, por onde verte o rio Jaguari, já no município de Pedreira/SP.

Visão desde o topo do morro, na direção da cidade de Pedreira/SP.

Seiscentos metros à frente nós giramos à esquerda e logo enfrentamos um brusco descenso, situado em meio a fresca mata nativa, que já no plano, nos levou a transitar diante da belíssima Fazenda das Pedras. 

Início de forte descenso, pelo interior de fresca mata nativa.

Então, enfrentamos um pequeno ascenso e ao descender pelo lado oposto, percorridos 15 quilômetros, transitamos diante da Fazenda Floresta Park, atualmente, um local imperdível e bastante movimentado aos sábados, domingos e feriados. 

Entrada da Fazenda Floresta Park.

“Ele está situado dentro de uma fazenda em 1830, onde se localizava o primeiro hotel de Sousas,

O Floresta Park começou na verdade como Hotel Floresta, na então cidade de Sousas, uma hospedaria com alta demanda por ser a única da cidade e que acabou se transferindo para um casarão na fazenda São João, no Bairro dos Lima, por volta do ano 1830.

À época, ele era um hotel de veraneio apenas e só abria nas férias.

Hoje o casarão abriga o restaurante da Fazenda Park e o local tem espaço para casamentos e outros eventos.

Nos dias atuais, ele fica aberto ao público nos finais de semana e feriados para o “Café da Manhã Colonial” e almoço.

Por sinal, o restaurante serve pratos brasileiros seletos, feitos em fogão a lenha.

A estrutura do local oferece ainda diversas atividades como passeios a cavalo, visita guiada ao mini sítio, oficinas, tirolesa, paredão de escalada, mini-local, passeio de trator, buggy, cama elástica, oficinas, parquinho, pesque e solte, casa dos insetos, casa dos pássaros, etc. “ 

O Dedé na entrada da Fazenda Floresta Park.

Seguindo em frente, novamente, por empoeirada estrada, transitamos diante de algumas belas chácaras, passamos diante do belo Condomínio Reserva da Floresta até que, no 17º quilômetro, acessamos uma estrada calçada por pedras e prosseguimos em leve ascenso.

Então, transitamos diante de alguns estabelecimentos comerciais que ali existem, acessamos a rua Treze de Maio e no 18º quilômetro, já em zona urbana, no distrito de Sousas, passamos diante da fábrica da MSD - Merck Sharp & Dohme Farmacêutica, um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo. 

Entrada da fábrica da MSD - Merck Sharp & Dohme Farmacêutica, em Sousas/SP.

A empresa foi fundada em 1891 e hoje está presente em mais de 140 países, com produtos e serviços para Saúde Humana e Saúde Animal.

Por meio de medicamentos, vacinas e terapias biológicas, oferece soluções inovadoras que contribuem para a preservação e a melhoria da vida de milhões de pessoas e animais em todo o mundo.

A MSD está presente no Brasil desde 1952. 

Igreja matriz do distrito de Sousas/SP, local do início e término de nosso agradável giro...

E sem maiores novidades, percorridos, exatos, 20 quilômetros, chegamos diante da igreja matriz do distrito de Sousas, local de onde havíamos partido naquela manhã.

Então, após nos cumprimentarmos pelo sucesso de nosso agradável giro, embarcamos num carro e retornamos às nossas residências. 

Meu grande amigo Dedé, firme na trilha como sempre...

Mais uma vez e, como de praxe, quero agradecer meu amigo Dedé pela companhia e alegria desfrutadas durante nossa curta caminhada, na certeza de que, em breve, intentaremos a “Trilha do Rio Jaguari”, essa sim, de respeitáveis 30 quilômetros de extensão.

FINAL

Não se esqueçam: mesmo que estejam ocupados, mesmo que atravessem o quintal apressadamente, absorvidos pelas vossas tarefas urgentes, não se esqueçam de levantar a cabeça por um instante e dar uma olhada nestas enormes nuvens prateadas e no pacífico céu azul em que elas nadam.” (Rosa Luxemburgo) 

Flores na trilha.. dia maravilhoso!

OSHO E A PANDEMIA

(Uma reflexão sobre os dias que estamos vivendo..) 

(Fonte: Escola de Sentir - Facebook)

Uma vez alguém perguntou a Osho: "Como evitar uma epidemia?

Você está fazendo a pergunta errada, respondeu Osho.

A pergunta certa é: "Como podemos evitar o medo de morrer causado pela epidemia?" 

Porque é muito fácil evitar o vírus, mas é muito mais difícil evitar o medo presente dentro de você, e no mundo.

As pessoas vão morrer mais por esse medo do que pela epidemia.

Não há vírus neste mundo que seja mais perigoso que o medo.

Entenda esse medo, caso contrário você se tornará um corpo morto antes que seu corpo morra.

Não tem nada a ver com o vírus.

Seguindo em frente ... sempre !!

A atmosfera assustadora que você sente momentos momentos é uma loucura coletiva.

Muitas pessoas precisam receber ajuda ou morrem. Já aconteceu mil vezes e continuará a acontecer. E continuar, a menos que você entenda a psicologia da multidão e o medo.

Normalmente você evita seu medo, mas no momento da loucura coletiva, sua consciência pode ser completamente perdida. Você nem perceberá quando perdeu o controle sobre o seu medo.

Então o medo pode fazer você fazer qualquer coisa !!! Em tal situação, você também pode tirar sua própria vida ou tirar a vida dos outros.

Tome cuidado!

Não olhe notícias que induzem ao medo. Pare de falar sobre a epidemia - Repetir a mesma coisa constantemente é como auto hipnose. O medo é um tipo de auto hipnose. Essa ideia causará alterações transformadas no corpo. Repetindo a mesma ideia muitas vezes, essa mudança química às vezes pode ser tão venenosa que pode até matá-lo.

Durante uma epidemia, a energia de todo o mundo se torna irracional.

A meditação, a consciência, torna-se uma aura protetora em torno do buscador, e não permite que a energia negativa entre no seu interior.

Mas, pelo contrário, traz luz para o seu interior e para sua vida.

Bom Caminho a todos! 

Maio / 2020